Os diálogos, anexados ao relatório final em que a PF indiciou Bolsonaro e Eduardo por coação para impedir o julgamento da ação do golpe, revelam o nervosismo do filho ao perceber que as falas do pai poderiam enfraquecer sua articulação internacional. Ao lado do comunicador Paulo Figueiredo, Eduardo tenta convencer o ex-presidente Donald Trump a sancionar autoridades brasileiras, numa manobra para blindar Bolsonaro de uma possível condenação por tentativa de golpe.
No dia 15 de julho, em uma das mensagens mais duras, Eduardo escreve a Bolsonaro: “Eu ia deixar de lado a histório [sic] do Tarcísio, mas graças aos elogios que você fez a mim no Poder 360 estou pensando em dar uma porrada nele, para ver se vc aprender. VTNC SEU INGRATO DO C...”.
A irritação foi desencadeada por uma entrevista em que Bolsonaro pedia ao filho que cessasse os ataques a Tarcísio. Na ocasião, o ex-presidente classificou Eduardo como “não tão maduro, apesar dos 40 anos de idade, e não talhado para a política”.
A resposta do deputado escancarou a tensão: “Me f... aqui! Vc ainda te ajuda a se f... aí! Se o IMATURO do seu filho de 40 anos não puder encontrar com os caras aqui, PORQUE VC ME JOGA PRA BAIXO, quem vai se f... é vc e VAI DECRETAR O RESTO DA MINHA NESTA P... AQUI. TENHA RESPONSABILIDADE!”
Horas depois, já na madrugada do dia 16, Eduardo recuou e enviou um pedido de desculpas: “Desculpa. Peguei pesado. Estava p... na hora”.
Os bastidores revelam que a disputa pelo protagonismo dentro da direita já está em ebulição. Enquanto Tarcísio de Freitas é visto como herdeiro natural do bolsonarismo em 2026, Eduardo Bolsonaro tenta se firmar como sucessor legítimo, pressionando o pai por apoio. O episódio mostra que a relação familiar e política entre Jair e Eduardo está marcada por ressentimento, desconfiança e um jogo de poder que pode redefinir o futuro da direita brasileira.
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