Arcoverde viveu, no início deste mês, uma mobilização inédita no enfrentamento à violência doméstica contra a mulher. Entre os dias 1º e 5 de setembro, a 1ª Vara Criminal da Comarca local foi palco de um mutirão que buscou dar agilidade a processos que, de acordo com a pauta original, só seriam analisados em fevereiro de 2026. A iniciativa, autorizada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco e pela Corregedoria Geral de Justiça, surgiu diante do elevado número de ações que tratam de agressões, ameaças e outros crimes que atingem diretamente a integridade física e psicológica de mulheres do Sertão do Moxotó. A concentração de esforços permitiu que em apenas cinco dias fossem designadas 73 audiências de instrução e julgamento, das quais 65 se concretizaram, alcançando uma taxa de efetividade de 89%. O índice, considerado expressivo, traduz não apenas o êxito da ação, mas também o comprometimento de magistrados, servidores e profissionais envolvidos. A juíza Luciana Dambroski Cavalcanti presidiu as audiências realizadas nos dias 3 e 4, conduzindo depoimentos e garantindo o rito processual em meio a um volume intenso de casos. Já o juiz Rodrigo Alves assumiu a condução nos dias 1º, 2 e 5, dividindo responsabilidades para assegurar que nenhum processo fosse deixado para trás. O esforço coletivo revelou-se essencial para oferecer respostas mais céleres às vítimas, que aguardavam por justiça diante de episódios marcados por dor e violência. O mutirão também representou um reforço simbólico da importância de enfrentar com rigor esse tipo de crime, mostrando que a justiça está atenta e mobilizada. Em uma região onde a violência doméstica ainda desafia famílias e instituições, a iniciativa marca um passo importante no fortalecimento da rede de proteção e no combate à impunidade, dando a muitas mulheres a esperança de que sua voz será ouvida e seu direito respeitado.
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