terça-feira, 16 de setembro de 2025

BOLSONARO VOLTA A SER JULGADO POR DECLARAÇÕES CONSIDERADAS RACISTAS E PODE PAGAR R$ 5 MILHÕES

Após ter sido condenado a 27 anos e 3 meses de prisão acusado de chefiar uma organização criminosa que arquitetou um golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta um novo julgamento, desta vez no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). O processo envolve acusações de preconceito, discriminação e intolerância racial, relacionadas a falas feitas enquanto ocupava a Presidência da República.

O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU) sustentam que os comentários de Bolsonaro ultrapassam os limites da ofensa individual, atingindo a coletividade e a dignidade de pessoas negras. Entre os episódios citados, estão declarações feitas em 8 de julho, quando o ex-presidente afirmou que o cabelo crespo de um apoiador negro lembrava “criatório de baratas” e ainda disse que o uso de ivermectina “mataria todos os seus piolhos”.

Em 6 de maio, Bolsonaro voltou a fazer referências raciais dirigidas ao mesmo apoiador, observando: “Tô vendo uma barata aqui”. Em outras falas, mencionou que, se tivesse um cabelo semelhante, “sua mãe o cobraria de pancada”, questionou “quantas vezes por mês toma banho?” e ainda ironizou: “Se criarem cota para feios, você vai ser deputado federal”.

Apesar de o apoiador alvo das ofensas ter declarado que não se sentiu ofendido, a ação judicial seguiu seu curso. Na primeira instância, Bolsonaro obteve vitória, mas o MPF e a DPU recorreram ao TRF4, buscando a responsabilização do ex-presidente.

Se a Corte confirmar a condenação, Bolsonaro terá de pagar uma indenização coletiva mínima de R$ 5 milhões. O valor deverá ser depositado em um fundo público destinado a ações de promoção da igualdade racial e combate à discriminação.

O julgamento de hoje reacende o debate sobre os limites da liberdade de expressão e a responsabilidade de autoridades públicas em declarações que atingem grupos vulneráveis. Especialistas apontam que o caso poderá se tornar um marco na jurisprudência brasileira sobre racismo institucional e discurso de ódio.

A ação demonstra que, mesmo fora do cargo, ex-presidentes podem ser responsabilizados por condutas discriminatórias praticadas durante o mandato. O TRF4 analisará minuciosamente o contexto das falas, o impacto social e o caráter reiterado das ofensas, que se estenderam por meses.

A expectativa é de que a decisão do tribunal possa gerar repercussão nacional, influenciando futuras políticas públicas de proteção contra discriminação racial e fortalecendo mecanismos legais de responsabilização.

Além da reparação financeira, a Corte poderá determinar medidas educativas e preventivas, reforçando a necessidade de líderes políticos adotarem postura ética e inclusiva ao se dirigir à população.

O julgamento ocorre em um cenário político polarizado, com repercussão imediata na imprensa, nas redes sociais e entre movimentos de defesa dos direitos humanos. A decisão do TRF4 será acompanhada de perto por advogados, juristas e organizações civis, atentos às implicações legais e sociais do veredito.

O desfecho do caso também pode influenciar campanhas eleitorais futuras, afetando a imagem pública de Bolsonaro e o debate sobre racismo e preconceito na política brasileira.

Um comentário:

Eraldo Dimas de Carvalho disse...

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, esses infelizes ainda não se contentaram em prender um dos maiores líderes políticos do Brasil; poxa, ninguém faz nada pra dar um basta nessa maldade, perseguição política é foda mesmo.