quarta-feira, 17 de setembro de 2025

CLIMA POLÍTICO AZEDA NOVAMENTE ENTRE RAQUEL LYRA E ÁLVARO PORTO EM PERNAMBUCO

O breve período de calmaria entre a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e o Palácio do Campo das Princesas terminou antes mesmo de completar uma semana. Durante a sanção da lei que autorizou um empréstimo bilionário, a governadora Raquel Lyra (PSD) aproveitou o discurso para cutucar a oposição, gesto visto como provocação direta aos parlamentares que vinham tentando adotar uma postura de maior moderação.

A reação veio de imediato. De Minas Gerais, onde era homenageado em evento legislativo, o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), divulgou nota oficial criticando a gestora. Para ele, a governadora tem preferido tensionar a relação com o Legislativo em vez de buscar diálogo e cooperação. A declaração acirrou novamente os ânimos e deixou claro que a trégua estava encerrada.

No fim de semana, em agendas pelo interior, os dois reforçaram suas posições. Em Canhotinho, Porto voltou a endurecer o discurso, afirmando que a Assembleia seguirá atenta e cobrando transparência no destino dos recursos aprovados. Já em Ibimirim, Raquel manteve a postura firme, defendendo os empréstimos como ferramenta necessária para impulsionar investimentos em obras e programas sociais.

O embate ganha mais fôlego com a chegada de um novo pedido de empréstimo à Casa de Joaquim Nabuco, desta vez no valor de R$ 1,7 bilhão. A proposta, que já começou a tramitar, promete abrir mais uma frente de disputa entre governo e oposição. Deputados críticos à gestão sinalizam que não facilitarão a aprovação sem detalhes claros sobre como os recursos serão aplicados.

Especialistas em política local avaliam que o confronto ultrapassa a esfera administrativa e tem forte peso no campo eleitoral. Enquanto Raquel Lyra busca se firmar como gestora firme diante das adversidades, Álvaro Porto consolida seu papel de contraponto ao Executivo, dando voz às insatisfações da Casa.

O cenário, portanto, é de um conflito prolongado, em que cada movimento da governadora e do presidente da Alepe será acompanhado de perto. O que se observa é que, em Pernambuco, a calmaria entre os poderes está cada vez mais distante, e o clima de azedume tende a permanecer nos próximos meses.

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