terça-feira, 30 de setembro de 2025

COLUNA POLÍTICA | RACHA DO PL PERNAMBUCO | NA LUPA 🔎 | POR EDNEY SOUTO

DUAS FACES DO BOLSOARISMO EM PERNAMBUCO: A DISPUTA INTERNA DO PL

O CENÁRIO POLÍTICO

O bolsonarismo em Pernambuco chega a 2026 dividido como nunca. No centro da disputa, dois nomes se confrontam pelo protagonismo e pela candidatura ao Senado: Gilson Machado Neto, ex-ministro do Turismo e figura de confiança pessoal de Jair Bolsonaro, e Anderson Ferreira, deputado federal e ex-prefeito de Jaboatão, que aposta no controle institucional do PL. A divisão interna evidencia uma tensão histórica dentro do partido, que já não pode ser escondida.

GILSON MACHADO: O CANDIDATO DA LEALDADE

Gilson Machado representa o bolsonarismo raiz. Mesmo sem mandato, recebeu o selo de confiança do ex-presidente, que em entrevistas afirmou que Machado seria seu candidato ao Senado se dependesse apenas de sua escolha. Essa chancela pessoal é o símbolo da lealdade cega ao líder, consolidando Machado como porta-voz do projeto político original do bolsonarismo em Pernambuco.

ANDERSON FERREIRA: O INSTITUCIONAL

Anderson Ferreira traz uma narrativa diferente. Com duas gestões à frente da Prefeitura de Jaboatão e mandato na Câmara Federal, ele combina experiência administrativa com influência política consolidada. Seu maior trunfo é o apoio de Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, que controla a máquina partidária e define estratégias de chapas majoritárias em todo o Brasil. Anderson se apresenta como o nome da institucionalidade, da gestão e da articulação.

A EXPOSIÇÃO DA RACHADURA

A fala recente de Anderson Ferreira escancarou o conflito que há meses já era sentido nos bastidores. Ao criticar a postura de Gilson Machado, lembrar de derrotas passadas e questionar a condução da chapa de vereadores no Recife, Anderson deixou claro que não abrirá mão do protagonismo. A mensagem é dupla: experiência e maturidade política são fatores decisivos, e o eleitor cobrará essas qualidades.

A LUTA PELOS APOIOS

Enquanto Gilson aposta na força simbólica de Bolsonaro, Anderson concentra esforços em consolidar apoios internos e alianças estratégicas. O ex-ministro se mantém como porta-voz do bolsonarismo tradicional, com respaldo direto do ex-presidente. Já Anderson busca o aval partidário e sinaliza pragmatismo político, inclusive ao abrir portas para alianças com a governadora Raquel Lyra, mostrando que flexibilidade e articulação podem superar a lealdade cega.

IMPLICAÇÕES PARA O BOLSONARISMO

A divisão interna enfraquece o bolsonarismo em Pernambuco. Com dois projetos distintos, o movimento perde unidade, e o eleitor percebe fragilidade. Machado mantém a força simbólica do ex-presidente, mas carece de estrutura partidária; Anderson, por outro lado, domina a máquina do PL, mas precisa conquistar legitimidade junto à base bolsonarista. Essa dualidade cria um cenário complexo e incerto para 2026.

O CONTEXTO DAS ELEIÇÕES 2026


A corrida pelo Senado é apenas a ponta do conflito. A disputa entre Machado e Anderson reflete a batalha pelo legado do bolsonarismo no estado e pelo controle do PL, com repercussões em chapas proporcionais, alianças majoritárias e articulação nacional. O resultado dessa disputa pode determinar não apenas quem será o candidato ao Senado, mas também quem terá poder de decisão dentro do partido nos próximos anos

LEALDADE VERSUS INSTITUCIONALIDADE

A dualidade entre Gilson Machado e Anderson Ferreira evidencia que Pernambuco terá um bolsonarismo de duas faces: a lealdade cega ao ex-presidente e a institucionalidade partidária. Machado e Anderson carregam pesos e apoios diferentes, e a definição de quem sairá fortalecido será decisiva para o futuro do PL e da extrema direita no estado. Até lá, o bolsonarismo segue dividido, fraco e em disputa aberta, com reflexos que vão muito além do Senado. É isso!


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