JOÃO CAMPOS ENSAIA CHAPA MAJORITÁRIA EM CANHOTINHO E ACENDE ALERTAS POLÍTICOS

Em Canhotinho, a tradicional Missa do Vaqueiro se transformou em um palco de leitura política e movimentação estratégica. João Campos, prefeito do Recife, marcou presença acompanhado de lideranças que deram ao evento um ar de ensaio de futura chapa majoritária. Ao seu lado estavam o presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto, o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, e o deputado federal Silvio Costa Filho, compondo um quadro que, para observadores atentos, parecia ensaiar a configuração de uma campanha estadual. A combinação de nomes levantou especulações sobre João na cabeça de chapa, Álvaro como vice e Miguel e Silvio disputando o Senado, ainda que nada tenha sido oficialmente anunciado.

A ausência de Marília Arraes, ex-deputada federal, chamou atenção e abriu espaço para especulações. Até então, ela vinha acompanhando de perto cada deslocamento de João pelo interior do Estado, reforçando a ideia de uma aproximação política consolidada. Em Canhotinho, no entanto, a ex-deputada não esteve presente, e essa lacuna reforçou a leitura de que negociações e alinhamentos internos seguem em curso, longe dos olhos do público e da mídia. Enquanto isso, Silvio Costa Filho manteve-se ao lado de João desde o sábado, demonstrando unidade e reforçando a percepção de que a movimentação não era meramente simbólica.

O encontro com Miguel Coelho acrescentou peso político ao evento. O ex-prefeito de Petrolina, conhecido por sua influência no Sertão e experiência eleitoral, trouxe visibilidade e legitimidade ao grupo, sugerindo que alianças estratégicas começam a se consolidar em diferentes regiões de Pernambuco. A presença simultânea de figuras com influência diversificada ampliou o efeito de ensaio de chapa, conferindo ao encontro um tom que ultrapassou a dimensão cultural da missa e se aproximou de um movimento político de médio prazo.

Nos bastidores, conversas indicavam que o momento em Canhotinho funcionou como termômetro para avaliar reações, medir alinhamentos e sinalizar forças dentro da base de apoio de João Campos. O prefeito, central na cena, conduzia o quadro com naturalidade, enquanto aliados observavam reações, fortalecendo o entendimento de que a engrenagem eleitoral já está em movimento. Apesar da ausência de anúncios oficiais, o evento deixou claro que o desenho estratégico da chapa majoritária começa a ganhar corpo, com cada presença e cada ausência carregando interpretações políticas importantes.

Mesmo sem qualquer confirmação pública, o encontro em Canhotinho funcionou como demonstração de força, articulação e capacidade de agregar aliados em torno de João Campos. A movimentação evidencia que o prefeito, cuidadosamente, consolida sua posição e se posiciona como peça central no tabuleiro político de Pernambuco, enquanto negociações e ajustes continuam a ser desenhados nos bastidores, prontos para influenciar o rumo das eleições estaduais.