Depoimento de ex-piloto citou o líder partidário como dono de empresas ligadas ao crime organizado
A Polícia Federal (PF) incluiu o nome do presidente do União Brasil, Antônio Rueda, nas investigações sobre a ligação entre a facção criminosa PCC e o setor financeiro. O líder partidário foi citado como dono de aeronaves utilizadas no transporte de chefes do crime organizado, em depoimento do piloto Mauro Caputti Mattosinho.
Em entrevista ao ICL Notícias, Mattosinho disse que Rueda era citado por seu ex-chefe na Táxi Aéreo Piracicaba (TAP) como líder de um grupo que “tinha muito dinheiro que precisava gastar” com a compra de aeronaves ao custo de milhões de dólares. A suspeita é de que Rueda camuflava sua propriedade sobre as empresas, pondo-as em nome de terceiros e fundos de investimento.
Mauro Mattosinho era piloto dos chefes do PCC Beto Louco e Mohamad Hussein Mourad, conhecido como “Primo”. Eles foram apontados pelo Ministério Público de São Paulo e pela PF como líderes de um esquema criminoso do PCC envolvendo a gestão de fundos de investimentos na Faria Lima para lavagem de dinheiro do crime organizado e fraudes fiscais bilionárias no setor de combustíveis.
Rueda se manifestou por meio das redes sociais, negando ser proprietário de aeronaves. Ele também afastou as acusações de que integra organizações criminosas e afirmou que elas têm motivação política.
“Estou sendo alvo de ilações irresponsáveis e sem fundamento. Não há qualquer lastro fático. O que há, sim, é um pano de fundo político nestas leviandades, que estão sendo orquestradas, usando-se uma operação policial séria, para atacar adversários. Estou tomando as medidas cabíveis,para a proteção do meu nome e reputação do partido que presido,contra campanhas difamatórias”, escreveu.
Logo após a divulgação do depoimento, o União Brasil emitiu nota dando o prazo de 24h para que filiados com cargo no governo Lula deixem a gestão. Apesar de ter anunciado o desembarque ainda em agosto, o partido não tinha estabelecido um prazo para a entrega dos cargos.
No documento publicado pela agremiação partidária nesta quinta-feira (18), as acusações contra o presidente foram mencionadas como uma tentativa de desgastar a imagem.
“Causa profunda estranheza que essas inverdades venham a público justamente poucos dias após a determinação oficial de afastamento de filiados do União Brasil de cargos ocupados no Governo Federal movimento legítimo, democrático e amplamente debatido nas instâncias partidárias. Tal "coincidência" reforça a percepção de uso politico da estrutura estatal visando desgastar a imagem da nossa principal liderança e, por consequência, enfraquecer a independência de um partido que adotou posição contrária ao atual governo”, diz um trecho da nota.
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