terça-feira, 30 de setembro de 2025

TARCÍSIO CONFIRMA REELEIÇÃO, VISITA BOLSONARO E CRÍTICA REDUÇÃO DE PENAS: “SOMENTE ANISTIA É SUFICIENTE”

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), confirmou nesta segunda-feira (29) que pretende disputar a reeleição em 2026, durante visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no condomínio do Jardim Botânico, em Brasília.
O encontro, que durou cerca de três horas, também contou com a presença do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente.

Segundo Tarcísio, a visita teve caráter cordial e de amizade, sem interesses políticos imediatos. “Sou candidato à reeleição, como tenho dito. Vim fazer uma visita de cortesia, visitar um amigo”, disse.
Flávio Bolsonaro reforçou o apoio à reeleição do governador e destacou que todos os partidos de centro-direita estarão juntos em 2026, independentemente do desfecho da corrida presidencial.

O senador ressaltou que a definição do candidato presidencial do campo depende do andamento do projeto de anistia aos condenados pelo episódio do 8 de Janeiro. “Não vai ter decisão nenhuma enquanto a gente não souber com clareza o que vai acontecer com esse projeto da anistia”, afirmou.
Flávio insistiu que Jair Bolsonaro deveria ser candidato, mas reconheceu Tarcísio como um ativo importante para o centro-direita.

Ambos destacaram que o projeto de redução de penas, atualmente em tramitação na Câmara, não atende ao bolsonarismo. Segundo eles, somente a anistia ampla seria suficiente para atender aos interesses do grupo.
Tarcísio e Flávio enfatizaram que a pauta não foi discutida na reunião, mas defenderam que qualquer decisão sobre o tema deve passar pelo plenário e não depender exclusivamente de líderes do Congresso.

O governador comentou que Bolsonaro apresentou soluços constantes, resultado das cirurgias após a facada de 2018. “É muito triste ver o ex-presidente nessa situação”, afirmou.
A visita de Tarcísio foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, após pedido feito no dia 15 de setembro, mas só foi permitida nesta segunda devido à agenda cheia de Bolsonaro.

Pouco antes da chegada do governador, cinco manifestantes se posicionaram na entrada do condomínio com faixas e gritos contrários à anistia, mostrando a polarização do tema.
Deputados aliados de Tarcísio afirmam que, por enquanto, ele não pretende disputar a Presidência, mas admitem que decisões podem mudar até março de 2026, quando precisaria deixar o cargo para concorrer.

Aliados de Bolsonaro acreditam que o ex-presidente poderia aceitar a redução de penas se sua prisão domiciliar fosse garantida, mas a cúpula do Congresso considera a anistia ampla inviável.
A filiação política de Tarcísio, alinhada tanto ao centrão quanto ao bolsonarismo, é vista como um trunfo, mas também gera desafios para sua projeção presidencial.

A tentativa de Tarcísio de se aproximar de Bolsonaro já havia acontecido em agosto, quando o STF autorizou visita semelhante. No entanto, pedidos anteriores foram negados devido à agenda do ex-presidente.
O encontro ocorre em um cenário complexo: Bolsonaro deseja manter sua candidatura, Eduardo Bolsonaro anuncia participação na disputa, Lula retoma popularidade e setores da esquerda se mobilizam contra a anistia.

O discurso radical de Tarcísio durante o 7 de Setembro, criticando o STF, foi visto por apoiadores como um equívoco estratégico.
Mesmo assim, o governador permanece como figura central do centrão e da centro-direita, sendo observado como potencial candidato presidencial, mas, por ora, focado em consolidar sua reeleição em São Paulo.

Tarcísio não participou da posse do ministro Edson Fachin como presidente do STF, enquanto Flávio Bolsonaro aproveitou para criticar excessos do ativismo judicial de Alexandre de Moraes.
O governador reforça que sua prioridade é governar São Paulo e que a decisão sobre uma eventual candidatura presidencial dependerá do cenário político e legislativo nos próximos meses.

O encontro entre Tarcísio e Bolsonaro evidencia a articulação política ainda intensa entre ex-presidente, filhos e aliados, mesmo com desafios jurídicos e políticos no horizonte.
A expectativa agora é observar se o projeto de anistia avançará ou se haverá acordo para a redução de penas, mantendo a base bolsonarista unida em torno das eleições de 2026.


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