As movimentações recentes no cenário político de Pernambuco provocaram forte repercussão e acenderam os debates nos bastidores da Assembleia Legislativa e fora dela. A deputada estadual Débora Almeida conseguiu uma vitória expressiva ao derrubar, no Tribunal de Justiça de Pernambuco, a liminar que favorecia o PSDB de Álvaro Porto. A decisão, proferida por um desembargador, destacou que o voto do deputado Diogo Moraes não poderia ser computado na reunião da executiva estadual, uma vez que ele ainda estava filiado ao PSB na data da votação, o que invalidava a manobra feita para garantir maioria. Esse episódio trouxe novo fôlego ao grupo de deputados que questionavam juridicamente os rumos da legenda. Entre eles, além de Débora Almeida, figuram Joãozinho Tenório e Jarbas Filho, que também recorreram à Justiça contra os movimentos da oposição dentro da Alepe. O embate jurídico ganhou contornos políticos maiores porque atingiu diretamente a base de apoio do prefeito do Recife, João Campos, que vem acompanhando de perto a disputa e não escondeu seu descontentamento com os desdobramentos. Mais cedo, antes mesmo da decisão que beneficiou Débora, João Campos criticou publicamente a judicialização de questões internas dos partidos. Para o prefeito, conflitos dessa natureza deveriam ser resolvidos no âmbito das próprias legendas, e não nos tribunais. Embora não tenha citado nomes, sua fala foi interpretada como um recado direto aos três parlamentares que recorreram ao Judiciário. A leitura política é de que Campos buscou deslegitimar o caminho adotado por Débora, Joãozinho e Jarbas, reforçando sua posição de liderança na tentativa de manter controle sobre as articulações. O prefeito, que tem influência direta na Alepe, sobretudo por manter na superintendência geral um aliado que já foi braço direito em sua gestão municipal, vê as vitórias desses deputados como um abalo em sua capacidade de conduzir a política estadual. O clima nos bastidores é de tensão crescente, já que cada nova decisão da Justiça pode alterar os cálculos da correlação de forças dentro da Casa. Para João Campos, que trabalha para consolidar sua imagem como líder político estadual além da capital, os recentes reveses significam um teste de habilidade e resistência diante de parlamentares que mostraram disposição de enfrentar suas articulações.
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