As emendas vetadas tratavam de assuntos considerados sensíveis pelo Palácio do Campo das Princesas. Entre elas, estavam propostas que previam dividir com os municípios recursos do Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal (FEEF), além de estabelecer novas regras para o uso de valores obtidos por meio de concessões e vendas de bens públicos. Também estavam incluídas mudanças nas normas de gastos com publicidade institucional e a obrigatoriedade de autorização da Alepe para que o governo pudesse firmar convênios ou abrir créditos adicionais.
A governadora argumentou que as emendas eram inconstitucionais e interferiam diretamente na autonomia do Executivo. Mesmo assim, os vetos haviam sido derrubados anteriormente nas principais comissões da Casa, onde a oposição possui maioria. Com a votação marcada pela Mesa Diretora — dominada por oposicionistas — para uma quinta-feira, dia em que o plenário costuma estar esvaziado, o governo precisou reagir rápido.
A articulação foi liderada pela deputada Socorro Pimentel (União Brasil), líder do Governo na Alepe, que mobilizou os aliados e garantiu presença maciça no plenário. O esforço surtiu efeito: os vetos foram mantidos, assegurando ao governo o controle sobre a gestão orçamentária e evitando ingerências do Legislativo nas decisões financeiras e administrativas.
A vitória é vista nos bastidores como um marco na relação entre o Executivo e o Legislativo. Ela reforça a capacidade de articulação política de Raquel Lyra e mostra que, mesmo enfrentando uma correlação de forças equilibrada com a oposição, o governo tem conseguido consolidar sua base e preservar sua autoridade sobre temas estratégicos para a administração estadual.
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