Segundo a Folha, a informação sobre a saída de Câmara foi confirmada pelo secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan. A publicação relembra que a nomeação do ex-governador foi alvo de contestação no Supremo Tribunal Federal (STF), devido à exigência de quarentena de três anos para que políticos assumam cargos de comando no BNB. Uma liminar concedida pelo então ministro Ricardo Lewandowski havia permitido a posse, mas em dezembro de 2023 o plenário do STF derrubou a decisão, determinando que o mandato fosse cumprido até o fim.
O prazo terminou em 27 de agosto, mas o estatuto do banco prevê a prorrogação automática do mandato até a posse da nova diretoria. A legislação também obriga o conselho do BNB a convocar novas eleições em até 30 dias, o que reforça a tese de mudança no comando.
Contudo, uma versão paralela, atribuída a fontes próximas ao próprio Paulo Câmara, aponta que ele teria se reunido previamente com a Casa Civil do Planalto e recebido garantias de que permaneceria no cargo. A estratégia do Governo Federal seria mantê-lo na presidência até janeiro de 2026, quando se encerraria o período de quarentena partidária. Nesse cenário, ele poderia até ser reconduzido, caso previsto pelo estatuto do banco.
Paulo Câmara, que deixou o PSB após não ter o respaldo do partido para assumir ministério no governo Lula, foi nomeado para o BNB como indicação direta do presidente da República. Apesar de questionamentos sobre uma possível candidatura futura a deputado federal, ele já negou essa intenção.
O fato é que, elogiado por setores econômicos e sociais do Nordeste, Câmara se tornou o primeiro pernambucano a presidir a instituição sediada em Fortaleza, tradicionalmente chefiada por cearenses. Agora, seu futuro no banco dependerá do equilíbrio entre pressões políticas, interpretações jurídicas e da decisão final de Lula.
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