O caso, que remonta a 2016, envolve um episódio no qual Ruber Neto, então policial militar, teria se aproveitado da confiança de um colega de farda, Sidnei Braga de Sousa, para induzi-lo a entregar R$ 39.500,00 sob o pretexto de intermediar a compra de um veículo Fiat Strada. Segundo a denúncia, fotos do automóvel foram exibidas e contatos telefônicos simulados com o suposto proprietário reforçaram a credibilidade da fraude. O veículo, no entanto, jamais chegou às mãos da vítima.
A Promotoria de Monteiro detalha que os cheques oferecidos como compensação pelo vereador foram devolvidos por falta de fundos ou assinaturas falsas. Esse conjunto de evidências levou o Ministério Público, em suas alegações finais, a afirmar que não há dúvidas quanto à autoria e à materialidade do crime. “O conjunto probatório confirma integralmente a narrativa da denúncia”, destacou a promotora Maria Eduarda Carvalho Nepomuceno.
O processo judicial, recebido em 2018, contou com interrogatórios, depoimentos de testemunhas e análise minuciosa dos documentos, que corroboraram a acusação. O MP ressaltou que não existem causas que possam excluir a ilicitude ou a culpabilidade do vereador, reforçando que a intenção dolosa ficou evidente.
O crime de estelionato, segundo o Código Penal, prevê pena de reclusão de um a cinco anos, além de multa. Diante da robustez das provas, o Ministério Público requereu a condenação integral de Ruber Neto, ressaltando a coerência das testemunhas e a consistência de todo o material coletado ao longo da instrução processual.
O impacto político desse pedido de condenação pode ser imediato. Ruber Ivo Neto já enfrenta um processo de cassação na Câmara Municipal de Garanhuns, e a perspectiva de uma condenação criminal torna sua permanência no cargo ainda mais incerta. Advogados ouvidos por esta reportagem alertam que a junção de processos administrativos e criminais tende a acelerar decisões que podem afastar o parlamentar do cenário político local.
Para além do processo judicial, o episódio levanta questionamentos sobre ética e responsabilidade no exercício de funções públicas. A população local acompanha atentamente os desdobramentos, enquanto aliados e adversários do vereador avaliam o efeito do caso na imagem de Ruber Neto e em sua capacidade de mobilizar apoio político.
O caso segue sob acompanhamento da Justiça, e a sentença poderá definir não apenas a responsabilidade penal do vereador, mas também o futuro de sua atuação política. Em Garanhuns, a expectativa é grande: a decisão pode alterar o equilíbrio na Câmara Municipal e provocar um efeito dominó no cenário eleitoral e administrativo do município. O blog está aberto a qualquer manifestação do vereador sobre o caso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário