O problema central está na relação estremecida entre duas das principais lideranças estaduais: o presidente estadual do PL, Anderson Ferreira, e o ex-ministro do governo Bolsonaro, Gilson Machado. Desde a eleição de 2024, os dois não mantêm diálogo, o que gera tensão sobre o futuro das candidaturas ao Senado e à Câmara Federal no estado.
As dificuldades se intensificaram após a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de abrir investigação sobre o presidente nacional do partido, Waldemar Costa Neto. A medida incluiu a proibição de encontros entre Waldemar e o ex-presidente Jair Bolsonaro, dificultando um consenso sobre a indicação de candidatos em Pernambuco.
O impasse é agravado pelas ligações pessoais: Waldemar é padrinho de Anderson Ferreira e o trata como filho, enquanto Bolsonaro já declarou que Gilson Machado é seu candidato ao Senado no estado. Com ambos aspirando à mesma vaga, apenas uma negociação direta entre Waldemar e Bolsonaro poderia definir quem disputará o Senado e quem abrirá espaço para uma candidatura à Câmara.
Enquanto isso, o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros, eleito pelo PL e com elevado índice de popularidade, precisou filiar sua esposa, Andréa Medeiros, ao PSD da governadora Raquel Lyra. A mudança ocorreu devido à indefinição sobre o espaço do PL para candidaturas locais, após os irmãos Anderson e o deputado federal André Ferreira lançarem a candidatura do cunhado Fred Ferreira à Assembleia Legislativa.
Mesmo mantendo a grife bolsonarista, considerada estratégica para a direita, e com acesso a um fundo partidário robusto, o PL enfrenta desafios internos que podem enfraquecer sua base eleitoral. Deputados estaduais, como Renato Antunes, já conversam com outras legendas, como o Novo, visando uma possível mudança na janela partidária de abril de 2026.
A conjuntura revela um PL dividido, entre alianças estratégicas, conflitos de interesse e a necessidade de reorganizar seu projeto político em Pernambuco. A definição de candidaturas, alianças e apoios será determinante para a legenda se manter competitiva e evitar um cenário de fragilidade eleitoral.
O clima de incerteza dentro do PL reforça que 2026 será um teste de força e habilidade política para a sigla no estado, que precisa superar rivalidades internas e alinhar lideranças históricas com os novos nomes que surgem na disputa.
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