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A Transnordestina Logística (TLSA) comunicou na quinta-feira (23) o adiamento do início do transporte de cargas entre Piauí e Ceará. A operação, que marcaria uma fase de testes com carga real e estava prevista para a manhã de sexta-feira (24), foi suspensa devido à falta da Licença de Operação (LO) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).Em nota, a empresa lamentou o ocorrido e informou que o trecho da ferrovia está com as obras civis concluídas e possui autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para a fase de “operações comissionadas”. Todos os testes técnicos já teriam sido aprovados, e a TLSA afirmou que, junto ao Ministério dos Transportes, tem “não medido esforços para iniciar as operações o mais breve possível”.
Ibama cita pendências técnicas
Procurado, o Ibama confirmou o embargo, alegando que ainda existem “pendências técnicas e documentais que impedem a devida conclusão do processo de licenciamento”.
A viagem inaugural, que sairia de Bela Vista do Piauí às 10h desta sexta-feira, com destino a Iguatu, no Ceará, estava sendo aguardada com expectativa e seria acompanhada pelos governadores Rafael Fonteles (PI) e Elmano de Freitas (CE), além de diversas autoridades. O percurso de 585 quilômetros, estimado para ser concluído em cerca de 20 horas, deveria transportar uma carga de farelo de milho.
O carregamento seria realizado próximo ao futuro Terminal Intermodal de Cargas do Piauí (TIPI), da Transnordestina, e o descarregamento ocorreria nas proximidades do Terminal Logístico de Iguatu, em construção por empresários locais. Com o adiamento, todos os eventos agendados para os dias 24 e 25 de outubro foram cancelados.
Em nota, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) esclarece que, até o momento, não foi possível emitir a Licença de Operação (LO) referente à ferrovia de responsabilidade da Transnordestina Logística S.A., “uma vez que persistem pendências técnicas e documentais que impedem a devida conclusão do processo de licenciamento ambiental”.
Segundo nota do Ibama, entre os principais pontos ainda não atendidos pelo empreendedor, destacam-se:
• Ausência de aprovação do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), instrumento essencial para assegurar a adoção de medidas preventivas e de resposta a eventuais situações de emergência durante a operação da ferrovia;
• Ausência de manifestação favorável do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), considerando que o traçado da ferrovia afeta diretamente comunidades quilombolas; e
• A análise das informações complementares apresentadas pela empresa relativas ao Plano Ambiental de Operação (PAO) e ao atendimento das condicionantes ambientais, atualmente sob avaliação das equipes técnicas, protocolados respectivamente em 07/10/2025 e 15/10/2025
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