Pode-se chamar de líder aquele que usa uma etnia, uma comunidade, um povo inteiro, como escudo para seus crimes, como desculpa para sua ganância e impunidade? Que se esconde atrás de rostos e histórias alheias para justificar a própria ambição? Pode?
E aquele que transforma a boa índole, a honestidade, a fé no outro, em instrumento do próprio enriquecimento, do próprio luxo, enquanto a miséria se espalha, enquanto a fome bate à porta e o caos cresce no lixo da cidade e do coração das pessoas? Pode isso se chamar liderança?
Um líder de verdade não joga, não explora, não manipula. Um líder de verdade caminha junto, ouve, divide, sofre e celebra com seu povo. Liderança é serviço, é entrega, é responsabilidade. Não é palco para vaidades, nem escada para fortuna própria.
E, no entanto, vemos tantos homens com título, com voz, com palanque… e nenhum deles com alma. Chamam de líder aquele que domina, que engana, que compra corações e consciências, mas esquecem que liderança verdadeira não se impõe, se conquista.
Talvez seja hora de repensar os nomes. Talvez seja hora de olhar nos olhos e perguntar: este homem que me dirige, que me governa, que me representa… ele realmente me leva adiante, ou apenas me usa para erguer a própria sombra sobre minha vida?
Porque, no fim, liderança não se mede em tronos, em palácios ou em riqueza. Liderança se mede no quanto você faz o outro crescer sem diminuir a si mesmo. No quanto você protege a vida, a dignidade e a esperança de quem está ao seu lado.
Se não houver isso, não há líder. Há apenas homem com título. E isso… isso é perigoso.
Edney Souto – 29/10/2025
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