Até agora, as primeiras edições aconteceram em duas igrejas evangélicas localizadas nos bairros de Águas Compridas e Rio Doce, o que gerou críticas nas redes sociais, já que a prefeita é evangélica. Mirella, no entanto, afirma que não há favorecimento: “O programa inclui também igrejas católicas e templos de outras crenças. Não fazemos distinção de credo”, garantiu.
O projeto retoma uma experiência da gestão anterior, quando o então prefeito professor Lupércio implantou o “Saúde nos Terreiros”. Essa frente também está de volta: na semana passada, equipes atenderam no terreiro do Xambá e outros locais já estão no calendário. Para a prefeita, a lógica é clara: “Queremos um Saúde para Todos, usando igrejas, escolas, associações de moradores e clubes comunitários.”
Embora Olinda disponha de 80 equipamentos de saúde, incluindo UPAs, a demanda segue maior que a capacidade. Por isso, o Saúde nas Igrejas leva médicos clínicos, dentistas, técnicos, agentes de saúde e ainda disponibiliza dois ônibus equipados para atendimento odontológico e exames preventivos. Além de consultas, são oferecidas testagens rápidas de HIV, sífilis e hepatite, aferição de glicose e pressão arterial.
A secretária executiva de Regulação em Saúde, Raquel Braga, destaca que o programa também promove vacinação, práticas integrativas como acupuntura e ventosaterapia, além de serviços sociais como o Cadastro Único. “Esses espaços são portas de entrada para a saúde, já que muita gente busca primeiro o líder religioso quando adoece. Nossa missão é acolher todos sem distinção”, frisou.
Segundo o Censo de 2022, 28,4% dos olindenses frequentam regularmente templos religiosos. Para a Prefeitura, esse dado mostra que usar igrejas e terreiros como extensão da rede municipal é não apenas estratégico, mas uma forma prática de garantir que o direito à saúde chegue a mais gente.
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