A votação foi apertada: 52 senadores apoiaram a medida, enquanto 48 se posicionaram contra.
As sobretaxas, que chegavam a 50%, atingiam produtos estratégicos da pauta brasileira, como petróleo, café e suco de laranja.
O projeto foi apresentado pelo senador Tim Kaine, do Partido Democrata, e busca pressionar a administração norte-americana a reavaliar sua política tarifária.
Cinco senadores republicanos também votaram a favor da medida, demonstrando que o tema tem apoio bipartidário em partes do Congresso.
Apesar da aprovação no Senado, a proposta ainda enfrenta obstáculos significativos na Câmara dos Deputados, atualmente controlada pelos republicanos.
Além disso, a lei poderia ser vetada pelo presidente Donald Trump, caso ele decida manter a política de tarifas sobre produtos brasileiros.
A decisão do Senado ocorre pouco tempo depois do encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump na Malásia.
Durante a reunião, os dois líderes discutiram especificamente as tarifas aplicadas aos produtos brasileiros e estratégias para reduzir o superávit comercial dos EUA com o Brasil.
Entre 2005 e 2020, o superávit comercial norte-americano com o Brasil alcançou US$ 410 bilhões, segundo dados do Departamento de Comércio dos EUA.
O projeto de revogação das tarifas é visto como uma resposta direta às preocupações brasileiras sobre o impacto das sobretaxas nas exportações do país.
O setor do café, por exemplo, sofreu perdas significativas, já que os EUA são um dos maiores mercados consumidores da bebida produzida no Brasil.
Da mesma forma, o suco de laranja brasileiro teve queda expressiva de competitividade diante do aumento das tarifas de importação.
O petróleo nacional também foi afetado, com empresas exportadoras enfrentando barreiras comerciais e custos adicionais elevados.
Analistas econômicos apontam que a aprovação no Senado pode representar uma oportunidade para ampliar o comércio bilateral e reduzir tensões comerciais.
No entanto, especialistas alertam que a tramitação na Câmara e a possibilidade de veto presidencial tornam o caminho da lei incerto.
O projeto de Kaine tem caráter estratégico, buscando criar pressões políticas que levem o Executivo norte-americano a rever suas decisões sobre o Brasil.
O voto favorável de senadores republicanos indica que há entendimento de que o Brasil é um parceiro comercial relevante para a economia dos EUA.
O governo brasileiro já iniciou negociações bilaterais com representantes norte-americanos para consolidar os efeitos da medida, caso seja aprovada integralmente.
Lula e sua equipe econômica veem a revogação das tarifas como essencial para aumentar a competitividade das exportações brasileiras nos Estados Unidos.
A medida também tem impacto político, reforçando a imagem do Brasil como interlocutor relevante no cenário internacional e parceiro confiável do comércio global.
Empresários brasileiros reagiram com otimismo à notícia, destacando que a revogação das tarifas pode gerar crescimento no setor de exportações.
Organizações ligadas à agricultura e indústria do país também comemoraram a aprovação no Senado, considerando a decisão um passo importante para a redução de barreiras comerciais.
O projeto segue agora para análise na Câmara dos Deputados, onde deputados republicanos devem avaliar a proposta com base em interesses econômicos e políticos.
Caso seja sancionada, a medida pode representar um avanço significativo na relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, beneficiando exportadores e a economia nacional.
A expectativa é que o tema continue em discussão nas próximas semanas, com negociações diplomáticas e comerciais intensas entre os dois países.
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