sábado, 4 de outubro de 2025

UM ANO DO ASFALTO DO VOTO: PESQUEIRA VÊ COMPLETAR ANIVERSÁRIO DA MAIOR GAMBÍARRA ELEITORAL DA SUA HISTÓRIA

Neste 5 de outubro, Pesqueira completa um ano do que se tornou o símbolo máximo da manipulação política e do uso descarado da máquina pública: o famigerado asfalto do voto, na comunidade da Baixa Grande. A obra, iniciada às pressas às vésperas da eleição de 2024, virou o retrato mais nítido de uma gestão que preferiu enganar o povo com poeira e piche mal aplicado, em vez de governar com seriedade e respeito.

O que deveria ser pavimentação virou farsa. Máquinas chegaram com pompa e promessa, e sumiram logo depois que as urnas foram fechadas. O asfalto, que jamais atendeu a qualquer padrão técnico, desmanchou como areia sob o primeiro sol de verão. Um ano depois, restam buracos, crateras e a lembrança amarga de um golpe travestido de obra pública. Moradores apelidaram o trecho de “asfalto de areia”, expressão que sintetiza a superficialidade da execução e o improviso criminoso que tomou conta da cidade.

O caso foi parar na Justiça e se tornou peça central da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE nº 0600530-64.2024.6.17.0055), onde ficou comprovado que a gestão municipal utilizou recursos públicos e a estrutura do poder para fazer propaganda eleitoral disfarçada de obra. Prometida em comício no dia 29 de setembro e iniciada em 5 de outubro de 2024, a pavimentação foi uma manobra de última hora, uma encenação malfeita para ludibriar o eleitorado. O Ministério Público Eleitoral foi categórico: houve abuso de poder político e econômico, um “grave desvio de finalidade administrativa” e o uso da prefeitura como palanque. Resultado: a chapa eleita foi cassada pela Justiça Eleitoral, exposta nacionalmente como exemplo de fraude à moralidade pública.

Mas a vergonha não terminou nas páginas do processo. Passado um ano, nenhum relatório técnico, contrato detalhado ou prestação de contas transparente foi divulgado. A obra, paga com dinheiro público, desapareceu do discurso da prefeitura, que prefere o silêncio ao enfrentamento. Enquanto isso, a população da Baixa Grande vive com ruas destruídas e o sentimento de ter sido usada como figurante de uma encenação eleitoreira. O asfalto que deveria durar anos não resistiu a meses. A promessa virou escombro. A propaganda virou pó.

O que aconteceu em Pesqueira é mais do que um erro administrativo — é uma traição política e moral. A cidade foi enganada por quem jurou cuidar dela. As máquinas que asfaltaram votos agora simbolizam o desprezo pela lei e pelo cidadão. O “asfalto do voto” é a cicatriz aberta de uma gestão que se desfez na lama da própria ambição. Hoje, em vez de festa, o que se vê é revolta. O povo não esquece.

Um ano depois, o asfalto que era para marcar o progresso virou o retrato do atraso, da corrupção e da mentira institucionalizada. Pesqueira não precisa de bolo — precisa de justiça, decência e um governo que tenha coragem de encarar o povo de frente.


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