sexta-feira, 14 de novembro de 2025

CARUARUENSES VIRAM ALVO NA CPMI DO INSS EM MEIO A FOTO QUE ABALA BRASÍLIA

O clima em Brasília ganhou contornos ainda mais tensos após novos desdobramentos da CPMI do INSS, que investiga um amplo esquema de fraudes envolvendo aposentadorias e pensões. A comissão, que já expôs uma rede criminosa arraigada no órgão previdenciário há pelo menos duas décadas, voltou seus holofotes para uma fotografia que circula insistentemente entre os parlamentares: nela, o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, aparece ao lado de figuras diretamente envolvidas no suposto esquema, algumas delas presas pela Polícia Federal nesta quinta-feira (13).

Entre os presentes na imagem está Antônio Carlos Camilo Antunes, mais conhecido como Careca do INSS, apontado como um dos articuladores da engrenagem de desvio de recursos públicos. A foto, considerada um dos elementos mais impactantes pela CPMI, tem sido utilizada como argumento central pelos membros da comissão para questionar a proximidade de autoridades com investigados.

A situação tomou proporções ainda maiores quando outro rosto caruaruense presente na imagem foi identificado: Osório Chalegre Oliveira, ex-diretor da CaruaruPrev durante a gestão do então prefeito Zé Queiroz. A ligação foi confirmada durante depoimento do ex-diretor de governança do INSS, Alexandre Guimarães, que também está no centro das investigações.

Em sua fala à CPMI, Guimarães admitiu ter recebido mais de R$ 2 milhões de empresas ligadas ao Careca do INSS. Apesar da revelação, negou participação direta no esquema criminoso que, segundo a Polícia Federal, operava de forma estruturada e gerava ganhos ilegais milionários com a concessão de benefícios fraudados.

O ponto mais delicado do debate, entretanto, gira em torno de uma pergunta que ecoa pelos corredores do Congresso e pressiona diretamente o ministro Wolney Queiroz:

Por que um investigado apontado como líder de um esquema milionário estava participando de uma reunião interna do Ministério da Previdência?

A CPMI promete aprofundar as apurações sobre a fotografia, considerada um símbolo de um possível elo político dentro do INSS. Parlamentares avaliam que o caso ultrapassa o limite das coincidências e reforça indícios da existência de um “núcleo político” que atuaria há anos influenciando decisões e beneficiando grupos específicos dentro da estrutura previdenciária.

Enquanto novos depoimentos são aguardados, a tensão cresce e Caruaru, de forma inesperada, torna-se protagonista em um dos escândalos mais ruidosos do cenário nacional recente. O desfecho ainda é incerto, mas a pressão sobre o ministro e os demais envolvidos promete definir os próximos passos de uma investigação que já abala Brasília.

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