quinta-feira, 20 de novembro de 2025

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

O Dia da Consciência Negra, celebrado hoje, 20 de novembro, amanhece como um chamado coletivo à reflexão, ao reconhecimento histórico e ao compromisso com a igualdade racial no Brasil. A data, que homenageia Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo já existente no país, simboliza séculos de resistência do povo negro diante da escravidão, da opressão e das desigualdades que ainda persistem.

Mais do que uma lembrança do passado, o dia destaca a urgência de olhar para a realidade atual. Mesmo representando a maioria da população brasileira, pessoas negras seguem enfrentando barreiras profundas que se manifestam na renda, no acesso à educação, na saúde, na representatividade política e, de forma alarmante, na segurança pública. A cada ano, estatísticas reforçam o impacto do racismo estrutural, mostrando que ainda há muito a ser transformado.

Ao mesmo tempo, o 20 de novembro é uma celebração da força cultural que molda a identidade brasileira. A influência africana está presente na culinária, na música, nas danças, na religiosidade, na moda, na linguagem e nas tradições que atravessaram séculos e hoje fazem parte do cotidiano nacional. Em várias cidades, o dia é marcado por rodas de capoeira, cortejos de afoxé, debates, oficinas, apresentações artísticas e encontros comunitários que reafirmam a ancestralidade e o orgulho negro.

A educação tem papel fundamental nesse processo. A obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas abriu caminhos para que crianças e adolescentes conheçam figuras essenciais como Dandara, Luiz Gama, Carolina Maria de Jesus, Abdias do Nascimento, Lélia Gonzales, Marielle Franco e tantas outras vozes que constroem a história do Brasil. Ao iluminar essas trajetórias, o país cria condições para que as novas gerações cresçam mais conscientes, mais críticas e mais preparadas para enfrentar o racismo.

O Dia da Consciência Negra é, assim, um convite à memória e ao compromisso. Um convite para valorizar quem sempre sustentou grande parte da riqueza cultural brasileira e, ao mesmo tempo, para enfrentar as desigualdades que insistem em se repetir. É um dia para celebrar conquistas, reconhecer esforços e, principalmente, fortalecer a luta por um país verdadeiramente justo, igualitário e antirracista.

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