Uma investigação conduzida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) colocou o vereador Flávio Henrique do Rego Souza, conhecido como Flávio do Cartório, no centro de um suposto esquema de desvio de recursos públicos em Ipojuca. As autoridades apuram se o parlamentar teria direcionado, ao longo dos últimos três anos, cerca de R$ 12 milhões em emendas parlamentares para uma entidade que, segundo o inquérito, seria controlada por ele mesmo: o Instituto Filhos de Ipojuca.
Documentos e depoimentos levantados pelos investigadores apontam que Flávio seria o verdadeiro proprietário da associação, apesar de o estatuto apresentar outros responsáveis formais. Essa possível relação direta entre o vereador e a instituição beneficiada por suas próprias emendas levanta suspeitas de conflito de interesse, fraude e improbidade administrativa. As emendas milionárias, destinadas originalmente a ações sociais no município, agora são alvo de análise minuciosa para verificar se houve superfaturamento, desvio ou utilização indevida.
A investigação também busca identificar servidores, dirigentes e intermediários que possam ter colaborado para o funcionamento do esquema. O MPPE apura contratos, notas fiscais e prestações de contas do instituto, enquanto a Polícia Civil tenta rastrear o fluxo financeiro dos valores repassados. Caso as suspeitas sejam confirmadas, Flávio poderá responder criminal e administrativamente, além de ter o mandato ameaçado.
Enquanto o caso avança, o clima na cidade é de inquietação. Moradores demonstram indignação ao ver que recursos destinados a projetos sociais podem ter sido manipulados em benefício próprio. A defesa do vereador, até o momento, não se manifestou publicamente. A expectativa é de que novas diligências ocorram nos próximos dias, ampliando o cerco sobre o Instituto Filhos de Ipojuca e revelando o alcance real do esquema.
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