A decisão atinge diretamente:
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Henrique Meketrefe (PRD)
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Zé Amaro da Alvorada (PRD) — atual presidente da Câmara
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Tarlina Patrícia (PSDB)
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Márcio da Água (PSDB)
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Emanuel da Bomboniere (Agir)
Ao considerar que as siglas utilizaram candidaturas femininas fictícias apenas para cumprir formalmente o percentual mínimo de 30% de mulheres exigido por lei, a magistrada determinou não apenas a cassação dos mandatos, mas também a anulação dos votos das chapas e o recalculo do quociente eleitoral.
O processo teve origem em ações de investigação judicial eleitoral (AIJEs) apresentadas pelo Ministério Público Eleitoral. Segundo a juíza, houve indícios consistentes de que mulheres foram lançadas como candidatas sem campanha, sem movimentação financeira e com votação irrisória — elementos que caracterizam a fraude, conforme entendimento consolidado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A sentença cita a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997), a Lei Complementar nº 64/1990 e a Súmula nº 73 do TSE.
Com a anulação dos votos do PRD, PSDB e Agir, o efeito dominó é imediato: o mapa legislativo de Escada sofrerá uma das maiores mudanças de sua história recente. Como a Câmara possui 13 cadeiras, quase 40% será renovado, abrindo espaço para suplentes e modificando completamente as articulações políticas, especialmente porque o presidente da Casa, Zé Amaro da Alvorada, está entre os cassados.
Além da perda dos mandatos, dirigentes partidários e as candidatas consideradas fictícias podem ter seus direitos políticos suspensos por oito anos, reforçando o caráter punitivo da legislação em defesa da representatividade feminina.
O caso expõe uma realidade que se repete em várias cidades do Estado. Apenas este ano, o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco cassou a chapa do PT em Barreiros por fraude semelhante, sinalizando uma atuação cada vez mais rigorosa na fiscalização das cotas de gênero.
A sentença ainda é de primeira instância, mas já provoca forte repercussão na “Princesa dos Canaviais”, município com mais de 60 mil habitantes. As defesas dos vereadores anunciaram que irão recorrer ao TRE-PE e, se necessário, ao TSE. Apesar disso, o cumprimento imediato da decisão pode levar à convocação dos suplentes a qualquer momento.
Enquanto opositores comemoram o que chamam de “vitória da legitimidade”, aliados dos parlamentares cassados apostam na reversão do caso. Nos bastidores, o clima é de incerteza — e a política escadense vive mais um capítulo de tensão e transformação.
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