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quarta-feira, 26 de novembro de 2025

MORTE POR METANOL VOLTA A ASSUSTAR PERNAMBUCO E ESTADO JÁ REGISTRA CINCO ÓBITOS EM 2025

Pernambuco volta a acender o alerta para um grave problema de saúde pública: a circulação de bebidas adulteradas com metanol. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) confirmou, nesta terça-feira (25), mais uma morte causada pela substância altamente tóxica. A vítima mais recente é um jovem de apenas 20 anos, natural de São Bento do Una, no Agreste. Ele estava internado em estado crítico em um hospital de Salgueiro, no Sertão, mas não resistiu.

Com esse novo caso, o número de óbitos por intoxicação por metanol no estado chega a cinco somente neste ano, reforçando a preocupação de autoridades sanitárias e de profissionais de saúde. A tragédia reacende o debate sobre o consumo de bebidas de origem desconhecida e a necessidade de intensificar a vigilância em toda a cadeia de comercialização.

Na semana passada, a SES-PE já havia confirmado a morte de uma jovem de 26 anos, moradora de Petrolina, que teria ingerido uísque supostamente adquirido em São Bento do Una. Os dois casos, ocorridos em regiões diferentes, ampliam o risco e mostram que o produto adulterado pode estar circulando em mais de um município.

Os números atualizados pela Secretaria mostram a dimensão do problema: são 113 notificações de intoxicação por metanol registradas até agora. Desse total, 108 foram em Pernambuco e outras cinco em estados vizinhos — duas em São Paulo, uma na Paraíba, uma em Alagoas e uma na Bahia. A amplitude dos casos indica que o lote contaminado pode ter sido distribuído de forma dispersa, dificultando a identificação da origem exata.

Equipes de vigilância sanitária, Polícia Civil e Ministério Público seguem atuando para rastrear fabricantes clandestinos e pontos de venda. Até o momento, a SES-PE não divulgou responsáveis, mas reforçou o apelo para que a população evite bebidas de procedência duvidosa, especialmente aquelas vendidas por valores muito abaixo do mercado ou sem qualquer registro oficial.

Especialistas alertam que o metanol é um álcool industrial utilizado em combustíveis e produtos químicos, e não deve — sob nenhuma circunstância — estar presente em bebidas alcoólicas. A ingestão pode causar cegueira, falência renal, danos neurológicos irreversíveis e, em muitos casos, levar à morte em poucas horas.

Enquanto as investigações avançam, o clima é de preocupação e apreensão, principalmente no Agreste e Sertão, onde os casos foram identificados. A orientação das autoridades é clara: qualquer pessoa que apresentar sintomas após ingerir bebidas suspeitas — como visão turva, dor de cabeça intensa, náuseas, falta de coordenação ou dificuldade para respirar — deve procurar atendimento médico imediatamente.

O Estado agora concentra esforços para barrar a circulação desses produtos e evitar que novas famílias sejam abaladas por perdas que poderiam ser evitadas. A vigilância continua, e o alerta permanece ligado para toda a população pernambucana.

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