Com esse novo caso, o número de óbitos por intoxicação por metanol no estado chega a cinco somente neste ano, reforçando a preocupação de autoridades sanitárias e de profissionais de saúde. A tragédia reacende o debate sobre o consumo de bebidas de origem desconhecida e a necessidade de intensificar a vigilância em toda a cadeia de comercialização.
Na semana passada, a SES-PE já havia confirmado a morte de uma jovem de 26 anos, moradora de Petrolina, que teria ingerido uísque supostamente adquirido em São Bento do Una. Os dois casos, ocorridos em regiões diferentes, ampliam o risco e mostram que o produto adulterado pode estar circulando em mais de um município.
Os números atualizados pela Secretaria mostram a dimensão do problema: são 113 notificações de intoxicação por metanol registradas até agora. Desse total, 108 foram em Pernambuco e outras cinco em estados vizinhos — duas em São Paulo, uma na Paraíba, uma em Alagoas e uma na Bahia. A amplitude dos casos indica que o lote contaminado pode ter sido distribuído de forma dispersa, dificultando a identificação da origem exata.
Equipes de vigilância sanitária, Polícia Civil e Ministério Público seguem atuando para rastrear fabricantes clandestinos e pontos de venda. Até o momento, a SES-PE não divulgou responsáveis, mas reforçou o apelo para que a população evite bebidas de procedência duvidosa, especialmente aquelas vendidas por valores muito abaixo do mercado ou sem qualquer registro oficial.
Especialistas alertam que o metanol é um álcool industrial utilizado em combustíveis e produtos químicos, e não deve — sob nenhuma circunstância — estar presente em bebidas alcoólicas. A ingestão pode causar cegueira, falência renal, danos neurológicos irreversíveis e, em muitos casos, levar à morte em poucas horas.
Enquanto as investigações avançam, o clima é de preocupação e apreensão, principalmente no Agreste e Sertão, onde os casos foram identificados. A orientação das autoridades é clara: qualquer pessoa que apresentar sintomas após ingerir bebidas suspeitas — como visão turva, dor de cabeça intensa, náuseas, falta de coordenação ou dificuldade para respirar — deve procurar atendimento médico imediatamente.
O Estado agora concentra esforços para barrar a circulação desses produtos e evitar que novas famílias sejam abaladas por perdas que poderiam ser evitadas. A vigilância continua, e o alerta permanece ligado para toda a população pernambucana.
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