Os peritos constataram, ainda, que em um dos colchões havia uma combinação de DNA masculino e feminino, enquanto em outro foi identificada uma mistura de dois perfis masculinos distintos. A descoberta reforça a suspeita de que o espaço — que deveria servir exclusivamente como ponto de apoio para operações de fiscalização e descanso dos policiais de plantão — era utilizado para atividades alheias à rotina institucional. O fato de haver material biológico de múltiplos indivíduos num ambiente restrito a militares acende um alerta sobre a falta de controle e a possibilidade de condutas impróprias dentro das dependências da corporação.
A vítima, que prestou depoimento e reafirmou ter sido violentada dentro do posto policial, relatou que o crime teria ocorrido enquanto ela estava em pé, sem qualquer contato com superfícies ou colchões. Essa circunstância explicaria a ausência de vestígios biológicos que pudessem vincular diretamente o subtenente acusado à cena do crime. O laudo confirma que nenhum dos perfis genéticos detectados nos colchões corresponde ao do militar investigado, o que, segundo fontes ligadas à apuração, não afasta a denúncia, mas amplia o escopo de suspeitas sobre o comportamento e o uso do espaço por outros integrantes da unidade.
A repercussão do caso causou desconforto na cúpula da Polícia Militar, que acompanha as investigações em paralelo ao inquérito conduzido pela Polícia Civil. O BPRv, responsável por fiscalizar o trânsito nas rodovias estaduais, tornou-se foco de questionamentos sobre a estrutura, a supervisão interna e a conduta dos agentes que permanecem de plantão nas instalações. Além do impacto do episódio no andamento do processo que envolve o subtenente, os achados periciais reacenderam o debate sobre a integridade dos espaços públicos administrados por forças de segurança, onde a confiança da sociedade depende não apenas da lei, mas também do exemplo e da disciplina mantidos por seus próprios servidores.
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