Segundo a defesa, o quadro clínico do ex-presidente se agravou a ponto de tornar inevitáveis duas cirurgias classificadas como urgentes pelos médicos. Os advogados relatam crises constantes de soluços, um problema recorrente desde 2021, e a piora de uma hérnia inguinal que, de acordo com o laudo anexado, já apresenta risco de complicações súbitas. Para os profissionais que acompanham o caso, o procedimento precisa ser realizado sob anestesia geral e sem novas delongas, com previsão de internação por até uma semana.
O documento entregue ao STF vai além da autorização cirúrgica. A defesa tenta abrir uma porta política e jurídica para que Bolsonaro deixe a carceragem e passe a cumprir a prisão em casa, alegando “razões humanitárias”. O pedido inclui monitoramento eletrônico e permissão automática para deslocamentos médicos quando houver urgência — sem necessidade de avisos prévios ao Judiciário. Na prática, se aceito, o ex-presidente poderia passar o Natal ao lado da família.
Os advogados insistem que o estado de saúde do ex-presidente “demanda pronta atenção” e afirmam que há risco real de descompensação súbita caso a cirurgia não seja autorizada com rapidez. O ambiente no Supremo, porém, segue de expectativa. Caberá exclusivamente ao ministro Alexandre de Moraes decidir se libera ou não o tratamento hospitalar e, sobretudo, se avalia razoável transformar o pedido médico em uma alternativa de mudança de regime.
Enquanto a defesa tenta acelerar o processo, o país aguarda o próximo movimento do STF — um gesto que pode redefinir não apenas os próximos dias de Bolsonaro, mas também a temperatura política que envolve sua detenção.
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