A sessão, híbrida e acompanhada por moradores tanto no prédio legislativo quanto de forma virtual, expôs não apenas a avaliação numérica de receitas e despesas, mas a tensão política acumulada ao longo dos últimos meses. Vereadores que defenderam o voto contrário às contas alegaram que não se tratava de perseguição, mas de rigor institucional, ressaltando que “o interesse público exige postura, e não concessões”. Já os votos pela aprovação se ampararam no argumento de que eventuais inconsistências poderiam ter sido sanadas sem desembocar na penalidade máxima, apontando a decisão como “mais política do que técnica”.
Com a reprovação sacramentada, Aline Gouveia se vê agora diante de um cenário que pode afetar diretamente seu futuro eleitoral. A eventual inelegibilidade passa a integrar o horizonte imediato, embora ainda dependa de novas avaliações jurídicas e das instâncias que reexaminarão o processo. Para os setores da sociedade civil organizada, o episódio reforça a necessidade de vigilância contínua sobre os destinos da máquina pública e de participação ativa no acompanhamento das contas municipais.
Em Amaraji, a votação desta terça-feira ultrapassou o campo do balanço contábil: tornou-se um alerta público, político e simbólico sobre os limites da gestão e a responsabilidade diante do orçamento coletivo, consolidando um recado que ecoa pelos corredores do poder — em tempos de cobrança social elevada, o peso da assinatura no diário oficial pode definir não apenas um mandato, mas uma trajetória inteira.
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