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segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

COMANDO DE EDUARDO DA FONTE PREVALECE EM PERNAMBUCO E RUEDA É VISTO COMO “BLEFE” APÓS ANUNCIAR APOIO A JOÃO CAMPOS E MIGUEL

Eduardo da Fonte consolida controle da federação PP-União Brasil em Pernambuco e aliados reagem a anúncio de Rueda sobre Miguel Coelho

A divulgação feita pelo presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, durante visita a Araripina, anunciando o apoio da legenda à pré-candidatura de Miguel Coelho ao Senado, surpreendeu e gerou forte reação entre aliados do deputado federal e presidente estadual do PP, Eduardo da Fonte. A manifestação pública de Rueda ocorre justamente no momento em que a federação partidária PP-União Brasil consolida suas diretrizes internas, estabelecidas em documento oficial que define a composição das executivas estaduais — e que, no caso de Pernambuco, confere ao Progressistas o domínio absoluto das indicações.

Segundo o estatuto da federação, que orienta a distribuição de poder entre os dois partidos nos estados, Pernambuco está incluído no grupo de diretórios em que o Progressistas tem ampla maioria. O documento estabelece que, nas Direções Estaduais do Acre, Alagoas, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí, Roraima, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o Progressistas indicará 05 (cinco) titulares e 02 (dois) suplentes, enquanto o União Brasil ficará responsável por apenas 02 (dois) titulares e 02 (dois) suplentes.

A configuração deixa claro que a condução da federação no estado será essencialmente comandada por Eduardo da Fonte, que detém a maioria das vagas na executiva e, portanto, a prerrogativa política sobre decisões estratégicas — incluindo alianças, chapas e apoios eleitorais. O contraste entre o poder formal estabelecido em estatuto e a atitude de Rueda provocou irritação entre progressistas pernambucanos.

Um parlamentar da própria federação, que preferiu não se identificar, sintetizou o clima nos bastidores: “Pelo estatuto, quem manda na federação em Pernambuco é Eduardo da Fonte. Rueda blefa.” A declaração evidencia a leitura interna de que o anúncio nacional não teria amparo institucional dentro do acordo firmado entre PP e União Brasil.

Aliados de Da Fonte afirmam que o movimento de Rueda em favor de Miguel Coelho seria uma tentativa de criar um fato político, mas sem respaldo nas regras internas que distribuem o poder entre os partidos. Para eles, a sinalização nacional não altera a governança da federação no estado, onde o Progressistas mantém hegemonia sobre a estrutura, decisões estratégicas e composição da direção.

O episódio expõe um início de tensão na federação recém-estabelecida e acende alerta sobre eventuais disputas por protagonismo na eleição de 2026. A postura de Rueda, vista como precipitada pelos progressistas, pode abrir um ciclo de embates entre o comando nacional e estadual — especialmente em Pernambuco, onde o PP construiu musculatura política significativa e pretende manter o protagonismo na montagem das chapas majoritárias e proporcionais.

Enquanto isso, aliados de Eduardo da Fonte reforçam que a federação funcionará conforme as regras já assinadas e registradas, e que qualquer decisão estratégica envolvendo Pernambuco deverá necessariamente passar pela direção majoritária do Progressistas.

A movimentação no tabuleiro político pernambucano promete novos capítulos, e a candidatura de Miguel Coelho pode se tornar o centro de uma disputa maior: não apenas sobre quem o União Brasil apoiará em 2026, mas também sobre quem realmente conduz os rumos da federação no estado.

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