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sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

DRACCO APERTA O CERCO AO CRIME ORGANIZADO E RECUPERA QUASE R$ 1 BILHÃO AOS COFRES DE PERNAMBUCO EM 2025

Foto: Sicom/SDS-PE divulgação

O Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) consolidou-se em 2025 como uma das principais frentes da Polícia Civil de Pernambuco no enfrentamento às engrenagens mais sofisticadas do crime. Atuando diretamente contra organizações criminosas estruturadas, com foco especial no desvio de recursos públicos e em esquemas de alta complexidade, o departamento intensificou sua ofensiva ao longo do ano e apresentou números que traduzem a dimensão do trabalho realizado. Ao todo, quase 234 pessoas foram presas, entre mandados judiciais e flagrantes, no rastro de 16 Operações de Repressão Qualificada deflagradas até a primeira quinzena de dezembro.

Os resultados extrapolam o campo policial e alcançam diretamente a esfera econômica do Estado. As investigações conduzidas pelo DRACCO possibilitaram a recuperação de R$ 932.127.692,30 em ativos, devolvendo valores significativos aos cofres públicos. Paralelamente, as apurações identificaram um prejuízo estimado em R$ 987.006.144,21 causado por esquemas criminosos, montante que teve o bloqueio solicitado à Justiça, reforçando a estratégia de asfixia financeira das organizações investigadas.

Ao longo de 2025, o departamento concentrou esforços no combate a crimes que corroem a administração pública e comprometem serviços essenciais à população. Uma das ações de maior repercussão foi a Operação Pactus Amicis, que desvendou um esquema de corrupção generalizada envolvendo fraudes em processos licitatórios e desvio de dinheiro público em um município do Agreste pernambucano. A operação resultou no cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão e no afastamento do gestor municipal e de outros agentes públicos, com prejuízo estimado em R$ 15 milhões aos cofres da cidade.

No Sertão, o impacto foi sentido no Polo Gesseiro, com a deflagração da Operação Malta. A ação mirou empresários do setor e resultou no cumprimento de sete mandados de prisão, além da apreensão de armas de fogo, munições e a execução de 22 mandados de busca e apreensão. O sequestro de bens e o bloqueio judicial de R$ 6,3 milhões atingiram diretamente o núcleo financeiro do esquema, incluindo mais de 20 veículos avaliados em cerca de R$ 1,5 milhão. O desmonte da organização criminosa teve reflexos imediatos no aumento da arrecadação tributária do Estado, evidenciando a relação direta entre repressão qualificada e fortalecimento da economia formal.

Outra frente sensível enfrentada pelo DRACCO em 2025 foi a corrupção dentro do sistema prisional. A Operação Publicanos revelou um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro praticado por agentes públicos, resultando no cumprimento de 16 mandados judiciais, com buscas domiciliares, afastamento de funções e bloqueio de ativos financeiros. A ação reforçou o compromisso da Polícia Civil em combater ilícitos mesmo em estruturas internas do Estado, onde a confiança pública deve ser absoluta.

A atuação do departamento também ganhou destaque nacional com a investigação Silêncio Digital, coordenada pelo Grupo de Operações Especiais. O trabalho desarticulou uma quadrilha envolvida em crimes de extorsão mediante sequestro e lavagem de dinheiro, alcançando todos os envolvidos e resultando no cumprimento de quatro mandados de prisão, quatro de busca e apreensão domiciliar e bloqueios judiciais de ativos financeiros. A operação evidenciou o nível de especialização das equipes e a capacidade de integração entre inteligência, investigação e ação operacional.

À frente do DRACCO, o delegado Diego Pinheiro destaca que o foco estratégico de 2025 foi atingir lideranças criminosas e comprometer a sustentação financeira das facções e organizações investigadas. Segundo ele, as ações buscaram não apenas prender, mas enfraquecer estruturalmente os grupos, com apreensão de armas, sequestro de valores e repressão rigorosa aos crimes cometidos por agentes públicos, cujo impacto negativo se reflete diretamente na segurança e na credibilidade das instituições.

Com uma estrutura organizacional robusta, o DRACCO está vinculado à Diretoria Integrada Especializada da Polícia Civil de Pernambuco e atua na apuração de crimes contra a administração pública, o patrimônio, a propriedade imaterial, a fé pública e no enfrentamento aos crimes eletrônicos. O departamento é composto por oito unidades operacionais especializadas, entre elas as delegacias de repressão ao crime organizado e à corrupção, crimes cibernéticos, crimes contra a ordem tributária, polícia interestadual e capturas, além do Grupo de Operações Especiais. A atuação integrada com delegacias especializadas e circunscricionais amplia o alcance das investigações e potencializa os resultados.

Os números e operações de 2025 revelam um DRACCO cada vez mais estratégico, técnico e incisivo, atuando não apenas na repressão penal, mas também na defesa do patrimônio público e no fortalecimento do Estado. Em um cenário onde o crime organizado se reinventa, a resposta da Polícia Civil de Pernambuco mostra que inteligência, integração e rigor investigativo seguem sendo armas fundamentais no combate à corrupção e às organizações criminosas.

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