Flávio Bolsonaro, que há meses ampliava sua presença em eventos políticos e estreitava relações com setores estratégicos — como agronegócio, empresariado e lideranças evangélicas —, assume agora um protagonismo que o coloca na linha de frente da disputa presidencial. A escolha reflete uma combinação de lealdade familiar, cálculo político e a necessidade do bolsonarismo de preservar sua força eleitoral num momento de reorganização interna. Segundo aliados, Jair Bolsonaro vinha conduzindo essa decisão de forma silenciosa, buscando evitar rupturas internas e preparando o terreno para uma transição ordenada de liderança dentro do movimento.
Ao confirmar sua missão, Flávio utilizou um discurso marcado por forte carga emocional, unindo críticas duras ao governo federal, menções a problemas de segurança pública, apelos religiosos e a defesa do legado deixado pelo pai. A declaração busca consolidar, desde já, uma identidade política que una fidelidade ao bolsonarismo com um discurso de “salvação nacional”, característica que tende a mobilizar especialmente o eleitorado evangélico — segmento decisivo nas últimas eleições.
O senador afirmou que o país atravessa um período de instabilidade, insegurança e desânimo, acusando o atual governo de promover aumentos de impostos, abandonar aposentados, permitir o domínio de narcoterroristas e deixar estatais novamente vulneráveis à corrupção. A retórica, que ecoa amplamente dentro da base bolsonarista, já aponta os pilares da narrativa que deverá sustentar sua pré-campanha.
Com a confirmação, o tabuleiro político para 2026 muda de forma imediata. A direita passa a ter um nome claro, ungido pela figura de maior influência do campo conservador. O PL inicia agora uma articulação mais robusta nos estados para consolidar alianças que fortaleçam a candidatura do senador. O movimento também funciona como um gesto simbólico: Bolsonaro transfere ao filho não apenas uma missão política, mas um legado que protagonizou as últimas duas eleições presidenciais. O ato coloca Flávio como a continuidade direta de um projeto que ainda mobiliza milhões de apoiadores pelo país.
A seguir, o comunicado completo divulgado por Flávio Bolsonaro:
“É com grande responsabilidade que confirmo a decisão da maior liderança política e moral do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação.
Eu não posso, e não vou, me conformar ao ver o nosso país caminhar por um tempo de instabilidade, insegurança e desânimo.
Eu não vou ficar de braços cruzados enquanto vejo a esperança das famílias sendo apagada e nossa democracia sucumbindo.
O nosso país vive dias difíceis, em que muitos se sentem abandonados, aposentados são roubados pelo próprio governo, narco-terroristas dominam cidades e exploram trabalhadores, estatais voltaram a ser saqueadas, novos impostos não param de ser criados ou aumentados, nossas crianças não têm expectativas de futuro. Ninguém aguenta mais!
Mas eu creio em um Deus que não abandona nossa nação.
Eu creio que Ele levanta pessoas e inicia novos tempos quando o povo clama por justiça.
Eu creio que nenhum cativeiro é maior do que o poder de Deus para libertar.
Eu me coloco diante de Deus e diante do Brasil para cumprir essa missão.
E sei que Ele irá à frente, abrindo portas, derrubando muralhas e guiando cada passo dessa jornada.
Que Deus abençoe o nosso povo!
Que Deus abençoe o nosso Brasil!”
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