O principal destaque foi o ressarcimento em massa de beneficiários vítimas de descontos ilegais promovidos por associações previdenciárias fraudulentas. Segundo o ministro, mais de 4 milhões de aposentados e pensionistas já receberam de volta valores cobrados sem autorização, totalizando R$ 2,75 milhões devolvidos diretamente aos segurados. A operação é considerada uma das maiores ações de reparação já realizadas na Previdência Social.
Wolney Queiroz ressaltou que a devolução dos valores foi resultado de uma decisão política do presidente da República e de uma articulação inédita entre áreas técnicas, jurídicas e orçamentárias do governo federal. Em apenas três meses após a deflagração das operações, os recursos começaram a chegar aos beneficiários. “Foi um trabalho complexo, construído com o Supremo Tribunal Federal e os órgãos de controle. O dinheiro voltou para quem realmente precisava”, afirmou o ministro, classificando a iniciativa como um sucesso.
Para ampliar o alcance da medida, o Governo Federal decidiu estender o prazo para que aposentados e pensionistas contestem descontos indevidos em seus benefícios. O período, que se encerraria em novembro, agora vai até 14 de fevereiro de 2026. A decisão foi tomada após a constatação de que cerca de 3 milhões de beneficiários ainda não procuraram o INSS para verificar possíveis irregularidades. A orientação é clara: qualquer pessoa que desconfie de desconto não autorizado pode e deve buscar o ressarcimento.
Além da reparação direta aos segurados, o combate às fraudes previdenciárias ganhou dimensão estratégica em 2025. A Força-Tarefa Previdenciária, formada pelo Ministério da Previdência Social, Polícia Federal e Ministério Público Federal, realizou ao longo do ano 78 ações de fiscalização em todo o país. Essas operações impediram a continuidade de esquemas criminosos e evitaram um prejuízo estimado em mais de R$ 450 milhões aos cofres públicos.
De acordo com o ministro, o cálculo do prejuízo evitado leva em consideração o tempo de duração que essas fraudes poderiam alcançar se não fossem interrompidas. “Uma fraude que é barrada hoje poderia continuar por anos, drenando recursos públicos. Quando você age agora, impede perdas que se multiplicariam por cinco, dez ou até quinze anos”, explicou.
Outro eixo central do balanço apresentado por Wolney Queiroz foi o reforço na perícia médica do INSS, considerada essencial para reduzir filas e acelerar concessões de benefícios. Após quase 15 anos sem concurso público, o governo realizou a seleção e nomeação de 500 novos peritos médicos federais, que já estão em atividade desde fevereiro.
Esses profissionais estão distribuídos em 235 municípios, com foco nas regiões que historicamente enfrentam maiores dificuldades de acesso. O Nordeste recebeu o maior reforço, com 268 peritos, seguido pelo Norte, com 88 novos profissionais. Nessas regiões, a capacidade de atendimento cresceu mais de 36% e 46%, respectivamente. No Centro-Oeste, o aumento foi de 28%, enquanto Sudeste e Sul também tiveram expansão, ainda que em menor escala.
Desde 2023, mais de 14 milhões de perícias médicas já foram realizadas em todo o Brasil, número que, segundo o ministro, demonstra a recuperação da capacidade operacional do INSS e a redução gradual das filas que por anos penalizaram os segurados.
Com ressarcimento de vítimas, bloqueio de esquemas milionários e recomposição da força de trabalho, o balanço apresentado pelo Ministério da Previdência Social aponta para uma mudança de postura do Estado: mais fiscalização, mais presença e mais proteção para quem depende da Previdência para sobreviver.
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