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terça-feira, 2 de dezembro de 2025

LULA TRANSFORMA AGENDA EM ATO PELA VIDA DAS MULHERES E EMOCIONA O PAÍS COM DISCURSO HISTÓRICO EM IPOJUCA

Em uma tarde marcada para celebrações técnicas e anúncios sobre a ampliação da capacidade operacional da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva surpreendeu o país ao transformar um evento de infraestrutura em um momento arrebatador de defesa das mulheres. Diante de autoridades, trabalhadores e lideranças políticas, Lula fez um dos discursos mais emocionantes e contundentes de seu atual mandato, “parando o mundo”, como descreveram pessoas presentes, ao denunciar a escalada de violência que atinge brasileiras em todas as regiões.

Embora o motivo oficial da visita fosse a expansão da Rnest, Lula desviou do script e abriu o coração. Preferiu falar da dor, da indignação e do compromisso que carrega após ver, dentro de casa, sua esposa, a primeira-dama Janja Lula da Silva, chorar repetidas vezes diante das notícias brutais que chocaram o Brasil nas últimas semanas. Segundo o presidente, foi ela quem o impulsionou a assumir publicamente uma cruzada nacional contra a violência doméstica.

“Hoje no avião, ela pediu para mim: assuma a responsabilidade de uma luta mais dura contra a violência dos homens contra a vida das mulheres”, relatou Lula, visivelmente emocionado. O pedido ecoou no palanque e encontrou apoio imediato na plateia, que reagiu com aplausos fortes e longos.

UMA EDUCAÇÃO DE RESPEITO

Lula também recorreu às memórias pessoais para ilustrar um Brasil que precisa urgentemente reencontrar valores básicos. Recordou a educação recebida de sua mãe, Dona Lindu, analfabeta, mas firme no ensinamento que moldou sua vida: jamais levantar a mão contra uma mulher. “Se você se casar e não tiver bem com a sua mulher, se separe dela, mas nunca levante a mão para bater”, citou.

A fala, simples e poderosa, contrastou com a violência que se tornou rotina no noticiário nacional. O presidente questionou diretamente se o Código Penal brasileiro é capaz de responder à altura dos ataques brutais cometidos contra mulheres.

OS CASOS QUE CHOCARAM O PAÍS

No discurso, Lula rememorou algumas das tragédias recentes que têm marcado o Brasil. Entre elas, o caso devastador de um homem que incendiou a própria casa no Recife, matando a esposa e quatro filhos. Em São Paulo, destacou o episódio no qual uma mulher foi atropelada e arrastada por um quilômetro pelo ex-companheiro — agressão que resultou na amputação de suas duas pernas. Citou ainda o ataque em Natal, onde uma jovem recebeu 60 socos no rosto dentro de um elevador, cena que correu o país com indignação.

Lula foi categórico: “A pergunta que eu faço é: o Código Penal brasileiro tem pena para fazer justiça a um animal irracional como esse?”. A comparação direta, que chocou e repercutiu fortemente, mostrou o grau de indignação do presidente diante da impunidade que ainda persiste.

O CHAMADO – UM MOVIMENTO NACIONAL DOS HOMENS

Em um dos momentos mais fortes, Lula convocou todos os homens do país a assumirem a responsabilidade de combater a violência contra as mulheres. Disse que o combate não é tarefa apenas do Estado, mas sobretudo de cada cidadão, de cada pai, irmão, marido ou amigo.

“Cada um de nós homens precisamos ser um professor do outro homem. É preciso que haja o movimento nacional dos homens. Estamos precisando de caráter, dignidade, respeito às nossas companheiras, às mulheres, que se não fossem elas a gente nem existia”, reforçou.

O chamado ecoou como um marco político e social, dada a postura inédita de um presidente brasileiro transformar um evento técnico em um grito nacional por justiça, empatia e proteção.

UM PRONUNCIAMENTO QUE JÁ ENTRA PARA A HISTÓRIA

O discurso de Lula, inesperado, emocional e duro, rapidamente ganhou repercussão nacional. Parlamentares, organizações feministas, coletivos de direitos humanos e cidadãos nas redes sociais passaram a comentar o tom histórico da fala, considerada por muitos como um divisor de águas na abordagem do governo sobre violência de gênero.

Mais do que palavras, o país agora aguarda os próximos passos. Mas uma certeza ficou do ato em Ipojuca: o presidente decidiu colocar a luta pela vida das mulheres no centro da agenda pública — e fez isso com a força de quem sente a urgência que milhões de brasileiras vivem todos os dias.

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