ENCANTOS DO SERTÃO - ARCOVERDE

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

LUPI INTERVÉM E REMOVE WOLNEY E ZÉ QUEIROZ DO COMANDO DO PDT EM PERNAMBUCO, MARCANDO O FIM DE UM CICLO POLÍTICO NO ESTADO

O PDT de Pernambuco amanheceu diferente após um movimento brusco, calculado e carregado de simbolismo político: o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, decidiu intervir diretamente no diretório estadual e destituir o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, e seu pai, o ex-prefeito e ex-deputado José Queiroz, do comando do partido. A decisão, revelada inicialmente pelo Blog do Mário Flávio, não apenas altera a estrutura interna da sigla, mas expõe de forma definitiva o enfraquecimento de um grupo que já demonstrava sinais de desgaste desde a derrota eleitoral de Caruaru no ano passado.

A intervenção ocorre após Wolney, ainda filiado ao PDT, oferecer publicamente o partido para que a ex-deputada Marília Arraes disputasse o Senado em 2026. O gesto, considerado precipitado e visto nos bastidores como uma tentativa desesperada de manter protagonismo, irritou profundamente a direção nacional. Para Lupi, Wolney ofereceu algo que, na prática, já não controlava mais. A partir daí, a reação foi imediata e contundente: assumir pessoalmente o comando estadual para evitar que a sigla fosse usada em negociações sem aval da cúpula nacional.

A queda dos Queiroz do comando do PDT representa o encerramento de um ciclo político que marcou décadas em Caruaru e influenciou diretamente o peso da sigla no estado. A família, que por anos comandou o diretório com relativa hegemonia, vinha perdendo espaço a passos largos. A derrota de José Queiroz nas eleições municipais, considerada histórica pela amplitude e pelo impacto, foi o primeiro grande abalo. Agora, a substituição oficial da liderança partidária consolida o declínio.

A movimentação de Lupi é interpretada por analistas como uma tentativa de reorganizar o PDT em Pernambuco, reposicionando o partido em um momento em que as articulações para 2026 começam a ganhar força. A legenda, que já não possuía a mesma capilaridade e visibilidade no estado, tenta evitar um processo de irrelevância. Ao assumir o diretório, Lupi demonstra que não permitirá decisões unilaterais nem acordos feitos sem alinhamento com a nacional.

Nos bastidores, comenta-se que a permanência de Wolney no PDT ficou comprometida. Embora siga no cargo federal e maintenha influência em Brasília, o episódio é um sinal claro de que sua voz dentro do partido perdeu força. O mesmo vale para Zé Queiroz, que há anos colecionava desgastes e tentava se manter como referência interna mesmo com a evidente diminuição de capital político.

Com a intervenção, o PDT de Pernambuco entra em uma fase de reestruturação. Lupi deve iniciar conversas para redefinir alianças, atrair novos quadros e recolocar a sigla no debate estadual. Enquanto isso, Wolney e Zé observam, à distância, um partido que um dia controlaram escapar definitivamente de suas mãos, num movimento que encerra de maneira simbólica uma era e abre um novo capítulo marcado por incertezas e disputas internas.

Nenhum comentário: