Eleito vice-prefeito em 2020 pelo PL e reeleito prefeito em 2024 pela mesma sigla, Mano Medeiros jamais se apresentou como um quadro alinhado ao bolsonarismo, mesmo integrando um partido fortemente identificado com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Desde o início de sua caminhada política, adotou uma posição de centro, evitando discursos ideológicos e priorizando uma atuação voltada à gestão municipal, o que o diferenciou dentro do próprio PL.
A ida para o PSD simboliza, portanto, um rompimento definitivo com a base bolsonarista em Pernambuco. Com a saída de Mano Medeiros, o PL passa a contar com apenas uma prefeita no estado, Mary Gouveia, do município de Escada, evidenciando o esvaziamento da legenda no comando de grandes cidades pernambucanas.
Além do aspecto nacional, a mudança partidária também tem forte impacto no cenário político estadual. A filiação ao PSD marca o afastamento político de Mano Medeiros do grupo liderado pelo ex-prefeito de Jaboatão e ex-candidato ao Governo de Pernambuco, Anderson Ferreira. Embora tenha sido seu vice no passado, Mano vem, desde que assumiu a Prefeitura, construindo um caminho próprio, com decisões e articulações que reforçam sua autonomia e liderança pessoal.
No plano local, o gesto ganha ainda mais relevância com o protagonismo do PSD em Jaboatão. O partido no município é comandado por Andrea Medeiros, esposa do prefeito, que se apresenta como pré-candidata a deputada estadual. A filiação de Mano fortalece o projeto político do grupo, amplia a presença do PSD na Região Metropolitana do Recife e sinaliza uma nova configuração de forças para as eleições futuras.
Ao optar pelo PSD, Mano Medeiros se reposiciona no tabuleiro político, reafirma sua identidade como gestor de centro e consolida uma estratégia que combina independência, fortalecimento local e distanciamento de amarras ideológicas. O movimento não apenas redefine seu próprio percurso, mas também provoca reflexos diretos no equilíbrio partidário de Pernambuco.
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