A movimentação ocorre após os advogados de Bolsonaro reforçarem, nesta semana, a solicitação para que ele seja submetido a uma cirurgia considerada urgente e, posteriormente, tenha o regime de custódia convertido em prisão domiciliar. Segundo a defesa, o quadro clínico do ex-presidente teria se agravado, especialmente em relação à hérnia inguinal, além da persistência de episódios recorrentes de soluços, que estariam impactando sua qualidade de vida e exigindo acompanhamento médico mais intensivo.
O pedido inicial foi protocolado no STF no último dia 9 de dezembro. Na ocasião, os advogados alegaram que os sintomas apresentados indicariam a necessidade de intervenção cirúrgica imediata. No entanto, Alexandre de Moraes negou a solicitação ao considerar que os laudos e exames apresentados não eram recentes o suficiente para comprovar a urgência do procedimento. Diante disso, o ministro determinou que a Polícia Federal realizasse uma períícia médica independente no prazo de até 15 dias para avaliar, de forma técnica, o real estado de saúde de Bolsonaro.
Mesmo com a decisão, o prazo estabelecido para a períícia ainda não havia sido cumprido. Com isso, a defesa voltou a se manifestar, pedindo autorização para que um médico particular da equipe de Bolsonaro pudesse realizar exames complementares dentro das dependências da própria Polícia Federal. O objetivo era atualizar os dados clínicos e reforçar os argumentos apresentados ao Supremo. No sábado (13), Moraes autorizou a realização de um exame de ultrassom, abrindo caminho para a coleta de informações mais recentes sobre o quadro do ex-presidente.
Agora, com a determinação para que os novos exames sejam analisados pelos peritos da PF, o STF busca formar um juízo técnico antes de qualquer nova deliberação. A períícia prevista para quarta-feira é vista como fundamental para definir os próximos passos do processo, incluindo a possibilidade de cirurgia, mudanças no regime de custódia ou manutenção das decisões já tomadas.
O caso segue sendo acompanhado de perto por aliados, opositores e pelo meio jurídico, uma vez que envolve não apenas questões de saúde, mas também decisões sensíveis do ponto de vista legal e institucional. A expectativa é de que o laudo pericial traga maior clareza sobre a real condição clínica de Jair Bolsonaro e sirva como base para uma decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.
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