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quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

NOVA FASE DA OPERAÇÃO SEM DESCONTO ATINGE CÚPULA DA PREVIDÊNCIA E RESULTA EM PRISÃO DOMICILIAR DE SECRETÁRIO-EXECUTIVO ADROALDO PORTAL

A nova etapa da Operação Sem Desconto, deflagrada nesta quinta-feira (18), levou a Justiça a decretar a prisão domiciliar do secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, um dos principais nomes da pasta no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A investigação apura a existência de um esquema de alcance nacional responsável por descontos ilegais em aposentadorias e pensões pagas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), prática que teria causado prejuízos a milhares de beneficiários em todo o país.

Considerado o número dois da Previdência, Adroaldo Portal acumulava poder e influência dentro do ministério. Jornalista com 23 anos de atuação nos bastidores do Congresso Nacional, ele ocupava o cargo de secretário-executivo da pasta, função que o colocava como substituto imediato do ministro Wolney Queiroz. Antes disso, entre fevereiro de 2023 e maio de 2025, esteve à frente da Secretaria do Regime Geral de Previdência Social, área estratégica responsável pela gestão das aposentadorias e pensões do INSS.

A ofensiva da Polícia Federal também alcançou o senador Weverton Rocha (PDT-MA), de quem Adroaldo foi chefe de gabinete. O parlamentar foi alvo de mandados de busca e apreensão expedidos no mesmo dia, ampliando o alcance político da investigação e reforçando o impacto da operação nos corredores de Brasília. A relação próxima entre os dois é um dos pontos analisados pelos investigadores, que buscam mapear a estrutura e os beneficiários do suposto esquema de fraudes.

Com trânsito livre no Legislativo e no Executivo, Adroaldo construiu uma carreira marcada pela ocupação de cargos estratégicos. Atuou como gestor das equipes de assessoramento técnico da Liderança do PDT na Câmara dos Deputados e exerceu função semelhante no Senado Federal durante o período da última Reforma da Previdência, momento considerado crucial para o sistema previdenciário brasileiro.

A trajetória do agora investigado também inclui passagens relevantes pelo Executivo federal. Durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, foi chefe de gabinete e secretário-executivo substituto do Ministério das Comunicações. No mesmo período, presidiu o Conselho de Administração dos Correios e integrou o Conselho Fiscal da Telebras, ampliando sua experiência em áreas sensíveis da administração pública.

A decretação da prisão domiciliar de um dos principais auxiliares do Ministério da Previdência aprofunda a crise provocada pela Operação Sem Desconto e aumenta a pressão sobre o governo federal, que tenta conter os danos políticos e administrativos causados pelo escândalo. As investigações seguem em andamento e não estão descartadas novas medidas judiciais, à medida que a Polícia Federal avança na identificação dos responsáveis e na dimensão dos prejuízos causados aos aposentados e pensionistas do INSS.

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