O HidroCAPS nasceu de um gesto simples, mas essencial: a escuta. Os usuários expressaram o desejo de atividades mais dinâmicas, que envolvessem movimento, leveza e estímulo físico. A equipe acolheu o pedido, articulou parcerias, realizou avaliações detalhadas e, com o apoio do Sesc Ler Goiana, colocou em prática uma atividade que rapidamente se tornou uma das mais aguardadas de toda a programação. Na piscina, entre exercícios, risos e superações silenciosas, surgem vínculos, descobertas e um novo olhar sobre o próprio corpo.
Os efeitos são visíveis: melhora na mobilidade, mais autonomia nas tarefas diárias, confiança renovada, sono regulado e uma redução significativa do estresse. A água, que abraça e sustenta, também serve como metáfora do processo de cada usuário: um caminho que acolhe, fortalece e impulsiona.
Fora da piscina, o CAPS II segue ampliando horizontes com os passeios terapêuticos, que têm levado os usuários para ambientes que despertam memórias afetivas, sensações e pertencimento. As visitas a praias, pontos históricos e espaços de convivência abrem portas para novas experiências, estimulam o contato com a cidade e fortalecem a capacidade de interação social. Para muitos, é a oportunidade de enxergar o mundo de outra forma — mais ampla, mais possível, mais viva.
Essas ações dialogam com um conceito de cuidado que integra saúde, cultura, esporte, lazer e educação, construindo um modelo que coloca o usuário no centro, respeitando sua singularidade e celebrando sua autonomia. Longe de práticas engessadas e do antigo modelo hospitalocêntrico, Goiana aposta em liberdade, movimento e protagonismo como pilares de uma política pública moderna e humanizada.
No HidroCAPS, nas caminhadas pela areia, nas conversas ao vento e nos encontros que acontecem dentro e fora da sala, o município reafirma que cuidar da mente também é promover vida — a vida pulsante que se revela quando o tratamento se mistura com afeto, presença e oportunidades reais de transformação.
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