A prefeita afirmou que o vice-prefeito constrói um movimento articulado e sustentado unicamente pela ambição de alcançar, sem voto, o comando do Executivo. Em discurso contundente, Riva atribuiu ao vice o papel de “conspirador golpista”, apontando que a denúncia carece de materialidade e nasce da frustração política de quem, segundo ela, “não passaria pelo crivo das urnas em uma nova disputa”.
A denúncia apresentada depende de 6 votos no Legislativo para prosperar — número equivalente a dois terços da Casa. A votação, prevista para os próximos dias, já movimenta a base governista e expõe fissuras no bloco de sustentação do vice-prefeito. Mesmo dentro de sua própria família e partido, Antonio Leite enfrenta resistência. Seu irmão, o vereador Miguel Leite (Republicanos), não apenas rejeitou publicamente a possibilidade de cassação como reafirmou apoio à continuidade da gestão municipal.
Ao lado dele, os vereadores Mika (Avante) e Silvia Bezerra (PSD) também se colocaram firmemente contra o processo, criticando o que chamam de “manobra sem legitimidade eleitoral”. O foco da atenção, agora, recai sobre o vereador Nego do Barro Branco (PSD), eleito na coligação que conduziu Riva à Prefeitura. O parlamentar ainda não se posicionou, e seu voto é tratado como decisivo. Caso ele opte por apoiar o vice-prefeito, a hipótese de perda do mandato por infidelidade partidária entra imediatamente em debate jurídico e político.
Riva, que tenta estabilizar os ânimos e evitar que o confronto se amplifique para além do Legislativo, sustenta que o episódio marca um capítulo perigoso da política municipal. Para ela, trata-se não apenas de uma disputa de poder, mas de um sinal de alerta sobre práticas que tentam se impor contra a escolha soberana dos eleitores. Em tom firme, a prefeita assegurou que buscará todas as vias legais para impedir o que chama de tentativa de subversão institucional e desrespeito à vontade popular.
Sem precedentes recentes de tamanho desgaste público entre titular e vice no município, Cedro agora se observa diante de um enredo que mistura estratégia, sobrevivência política e riscos de ruptura no comando administrativo. A sessão de votação promete lotar a Câmara e se transformar no ponto de virada da crise — seja com a legitimação da permanência da prefeita, seja com o fortalecimento do movimento que tenta retirá-la do cargo.
Enquanto isso, no centro da disputa, Riva Bezerra reitera que não recuará. E faz questão de frisar que, nesta batalha, não está apenas defendendo sua cadeira, mas “a própria integridade do voto cedrense”.
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