A programação teve início com uma Sessão Solene na sede da Câmara de Vereadores, espaço que se tornou ponto de encontro entre autoridades, músicos, familiares de homenageados e amantes da seresta. O momento institucional abriu caminho para uma noite em que o poder público e a população caminharam lado a lado, não apenas simbolicamente, mas literalmente, pelas ruas do Centro de Arcoverde, ao som de canções que atravessam o tempo.
Logo após a sessão, a serenata ganhou as ruas e seguiu em cortejo pela Avenida Coronel Antônio Japiassu, avançando pela Estação da Cultura, Avenida Zeferino Galvão e Praça Winston Siqueira, até alcançar o Coreto da Praça da Bandeira. Durante todo o trajeto, o que se viu foi uma cidade em movimento, com vias completamente tomadas pelo público, famílias acompanhando os músicos, pessoas cantando juntas e moradores abrindo portas e janelas para receber a serenata, criando cenas de rara interação entre artistas e comunidade.
O prefeito Zeca Cavalcanti acompanhou todo o percurso e destacou o caráter simbólico do festival para Arcoverde, ressaltando o envolvimento popular e o potencial de continuidade da iniciativa. Para ele, o festival representa mais que um evento cultural, mas um resgate das tradições e da convivência comunitária, reforçando a identidade do município por meio da música que marcou gerações.
A secretária de Turismo, Esportes e Eventos, Nerianny Cavalcanti, também esteve presente e enfatizou a dimensão alcançada já na primeira edição. Segundo ela, o festival mostrou força desde o nascimento, com ruas cheias, participação espontânea do público e uma Praça da Bandeira completamente lotada até o encerramento das apresentações, sinalizando que o FASS passa a integrar o calendário cultural da cidade como um evento consolidado.
Um dos momentos mais marcantes da noite foi a homenagem ao seresteiro arcoverdense Jairo Pacheco Freire, nome de grande relevância para a história musical do município e pai do presidente da Câmara Municipal, Luciano Pacheco. A lembrança de Jairo Freire simbolizou o reconhecimento àqueles que ajudaram a construir a tradição seresteira de Arcoverde, sentimento que se estendeu a outros músicos e figuras históricas da música local também citadas ao longo do percurso.
A programação contou com apresentações de artistas ligados ao Sertão Seresteiro, que embalaram o público com clássicos do gênero e canções que evocam romances, encontros e saudades. O encerramento ficou por conta da cantora Lila, conhecida nacionalmente como a Rainha da Seresta, que emocionou o público no Coreto da Praça da Bandeira, transformando o espaço em um grande coral a céu aberto, com o entorno completamente tomado por pessoas que permaneceram até o último acorde.
Ao longo de toda a noite, o Primeiro Festival Arcoverdense de Seresta e Serenata mostrou-se como um encontro entre passado e presente, unindo instituições, artistas e população em torno da valorização cultural, da memória afetiva e da música que ecoa nas ruas de Arcoverde há décadas, reforçando o papel da cidade como referência cultural no Sertão pernambucano.
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