sábado, 27 de dezembro de 2025

SOCORRO PIMENTEL CONTESTA ATO DE ÁLVARO PORTO E LEVA DISPUTA SOBRE VETOS DA LOA 2026 AO PLENÁRIO

A disputa em torno da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026 ganhou novos contornos na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e aprofundou o embate entre o Poder Executivo e a Presidência da Casa. A deputada estadual Socorro Pimentel (UB), líder do Governo, apresentou recurso formal contra a decisão monocrática do presidente da Alepe, Álvaro Porto (PSDB), que determinou o arquivamento dos vetos da governadora Raquel Lyra (PSD) a trechos do orçamento aprovado pelos parlamentares.

O impasse começou após a votação da LOA no plenário. Enquanto Álvaro Porto publicou a versão aprovada pelos deputados, a governadora Raquel Lyra sancionou uma outra versão da lei, mantendo vetos considerados estratégicos pelo Palácio do Campo das Princesas. Entre os pontos mais sensíveis está o percentual autorizado para remanejamento orçamentário: o texto aprovado pela Alepe limita o Executivo a 10%, enquanto o Governo defende a elevação para 20%, alegando maior flexibilidade para a gestão fiscal ao longo do ano.

Diante da decisão do presidente da Alepe de arquivar os vetos por meio de ato individual, Socorro Pimentel reagiu com dureza. Em nota oficial, a líder governista afirmou que o recurso foi apresentado dentro do prazo regimental e classificou a medida como uma tentativa “unilateral, autoritária e sem respaldo jurídico” de impedir que o veto seja apreciado pelo plenário da Casa.

Segundo a deputada, tanto a Constituição quanto o Regimento Interno da Alepe são claros ao atribuir ao conjunto dos 49 parlamentares a competência exclusiva para analisar, manter ou derrubar vetos do Executivo. Para ela, ao barrar essa discussão, a Presidência estaria usurpando prerrogativas do Parlamento e ferindo o princípio da colegialidade, base do funcionamento do Poder Legislativo.

O discurso adotado por Socorro Pimentel também ressalta o impacto institucional da controvérsia. A parlamentar afirma que o arquivamento do veto compromete o regular andamento do processo legislativo e representa um desrespeito não apenas aos deputados, mas à população pernambucana, que espera decisões transparentes, democráticas e alinhadas à legalidade.

No recurso, a líder do Governo sustenta que o plenário deve ser reconhecido como instância máxima de deliberação da Assembleia, sobretudo em matérias de alta relevância, como o orçamento estadual. A LOA, afinal, define as prioridades de investimento, a execução de políticas públicas e o funcionamento da máquina administrativa ao longo do ano seguinte.

Ao final da nota, Socorro Pimentel reforça que a base governista seguirá adotando todas as medidas políticas e institucionais necessárias para preservar o Regimento Interno da Alepe, defender a autonomia do Legislativo e evitar que decisões individuais coloquem em risco a execução do orçamento e a continuidade de políticas públicas consideradas essenciais para Pernambuco.

O episódio amplia a tensão entre Executivo e Legislativo e indica que a LOA de 2026 ainda será palco de novos capítulos, com possíveis reflexos no equilíbrio de forças dentro da Assembleia e na relação política entre o Governo Raquel Lyra e a atual Mesa Diretora da Casa.

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