Há muitos anos, o mundo da Fórmula 1 tinha um atrativo a mais: a rivalidade entre os pilotos James Hunt e Niki Lauda, cujo ápice foi na temporada de 1976. A partir desta sexta-feira, dia 13, a história dessa conturbada relação chega às telas em "Rush - No Limite da Emoção" (Rush - 2013). O SRZD já assistiu ao longa e adorou o resultado.
A trama ambientada na era dourada da Fórmula 1, mostra a trajetória dos dois desde o início da rivalidade, que surgiu nos bastidores da Fórmula 3, até a final do campeonato de 1976, disputado corrida a corrida, após a surpreendente volta de Niki Lauda (Daniel Brühl) somente 42 dias depois do acidente que quase o matou. A vida pessoal dos pilotos também é apresentada ao público, para situá-lo com bastante eficiência e deixar bem claro as características de cada um, dentro e fora das pistas.
Hunt (Chris Hemsworth) e Lauda eram dois grandes pilotos de personalidades totalmente opostas. Enquanto que Hunt era um bom vivant, mulherengo e indisciplinado; Lauda sempre foi metódico, disciplinado e preocupado com a segurança dentro das pistas. Eles tinham poucas coisas em comum, mas a principal era a obstinação em vencer o outro, mesmo que para isso tenham colocado suas vidas em risco a cada corrida.
Tais características foram assimiladas com perfeição por Chris Hemsworth e Daniel Brühl. Eles estão sensacionais em cena e conseguem transmitir ao espectador toda a tensão do relacionamento dos pilotos. Além disso, a caracterização deles é incrível. Os dois estão muito parecidos com Hunt e Lauda, o que torna esta produção ainda mais interessante.
A qualidade inegável de "Rush - No Limite da Emoção" fica evidente logo nos primeiros minutos de projeção. Tudo foi recriado com muito esmero para transportar a plateia para a década de 1970, não apenas a caracterização dos atores.
O filme conta com direção de arte, trilha sonora, montagem, fotografia e efeitos visuais e sonoros de extrema qualidade. Além disso, o roteiro de Peter Morgan é inteligente, bem estruturado e não tem nenhuma ponta solta. Ou seja, a produção não tem absolutamente nada que possamos apontar como falha.
Outro fator que merece destaque é a sempre competente direção de Ron Howard. Vencedor do Oscar de melhor diretor por "Uma Mente Brilhante" (A Beautiful Mind - 2001), produção que ainda lhe rendeu a estatueta de melhor filme, Howard realiza um de seus melhores trabalhos nos últimos anos, driblando todos os desafios, entre eles, a sequência do acidente de Niki Lauda em Nürburgring.
O diretor optou por não utilizar imagens reais do acidente, mas recriá-lo de forma minuciosa no mesmo local em que ele aconteceu em 1976. E esta sequência é uma das mais incríveis do longa.
"Rush - No Limite da Emoção" é emocionante e impecável sob todos os aspectos. É uma produção para os amantes de Fórmula 1 e que também tem tudo para agradar a quem não conhece nada sobre o esporte. Definitivamente, é um dos melhores filmes que tive o prazer de assistir este ano.
