Por Mirella Araújo
Da Folha de Pernambuco
Da Folha de Pernambuco
A bancada de oposição da Assembleia Legislativa vai apresentar na próxima semana uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para vedar a reeleição dos deputados que ocupam tanto os cargos da Mesa Diretora quanto os que presidem as comissões permanentes da Casa, independente da legislatura. A ideia central é fazer um rodízio entre os 49 parlamentares que só poderão ocupar os respectivos cargos por dois anos sem direito a reeleição.“Nós refletimos sobre a necessidade de uma oxigenação nas funções para evitar uma situação de engessamento e certo comodismo por parte de alguns. Apesar dessa proposta estar sendo apresentada por nós, ela será construída de forma coletiva”, disse Betinho Gomes (PSDB), de quem partiu a ideia da matéria.
O deputado, inclusive, ressaltou que o projeto não parte de interesses pessoais, já que o PSDB por comandar a comissão de Cidadania e Direitos Humanos, e a de Ciência, Tecnologia e Informática será afetado. “Não é casuísmo, não estamos perto da eleição da Mesa e nem sabemos como será o quadro da próxima legislatura”, enfatizou. De acordo com o líder da oposição, Daniel Coelho (PSDB), a ideia de fazer um rodízio, principalmente na presidência das comissões permanentes casa com o direcionamento de algumas vagas a serem disponibilizadas no concurso público (sem previsão de ser realizado) para os colegiados.
“Não vejo muito sentido ter esse rodízio nas comissões, depende muito da afinidade de cada parlamentar sobre uma determinada área e não há nenhum prejuízo nisso”, rebateu o presidente da Comissão de Finanças, Clodoaldo Magalhães (PTB), citando como exemplo a presidente da Comissão de Educação, Teresa Leitão (PT), que tem propriedade na área por ser professora. A proposta de emenda surge exatamente no momento em que o presidente da Casa tem sua imagem desgastada – com sua filha sendo acusada de tráfico de influência e a tentativa de censurar a Imprensa em torno desse assunto – e, se aprovado, acabaria minando sua pretensão de ser reconduzido a um quinto mandato na presidência da Alepe. Mas Daniel reforça que a PEC não tem ligação com o pedetista. “Ele já não poderia ser reeleito, por causa da PEC aprovada em 2011”.
Para o 2º vice-presidente da Mesa, André Campos, que sempre foi contra a reeleição para presidente da Mesa, prefeito, governador e presidente da República, a PEC só receberá seu apoio se não ferir o princípio da impessoalidade. “Vejo esse tema com naturalidade, concordo com essa tese do rodízio, desde que essa proposta não seja feita para atingir Guilherme (Uchoa) ou qualquer outro membro da Mesa e das comissões”.