A
articulação da dupla Eduardo Campos e Marina Silva para lançar nos
Estados candidatos não vinculados ao mundo político caminha para um novo
capítulo.
Após acertarem com a
ex-corregedora Nacional de Justiça Eliana Calmon sua candidatura ao
Senado pela Bahia, PSB e Rede estão em negociações finais para anunciar o
procurador da República Mário Lúcio de Avelar ao governo do Tocantins.
Lotado
há três anos no Ministério Público de Goiás, Avelar passou pelas
procuradorias do Distrito Federal, Mato Grosso e Tocantins e atuou em
alguns dos casos de corrupção mais rumorosos do país nos últimos anos.
Entre
eles o de Waldomiro Diniz (assessor da Casa Civil da Presidência que
apareceu em vídeo cobrando propina da contravenção), em 2004, dos
Sanguessugas (desvio de verbas federais da saúde), em 2006, e dos
Aloprados (tentativa de compra por petistas de dossiê contra tucanos),
também em 2006.
Avelar também foi, ao
lado de outros colegas, o procurador da investigação contra fraudes na
Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) que resultou na
prisão de Jader Barbalho (PMDB-PA) em 2002.
Um
dos pontos do currículo do procurador que mais agradam a Marina e seus
aliados da área ambiental, porém, é a sua participação na Operação
Curupira, da Polícia Federal, contra o desmatamento no Mato Grosso, em
2005. Na época, o Ministério do Meio Ambiente comandado por Marina
também participou da operação.
A
busca de Campos e Marina por nomes desvinculados da política tem como
pano de fundo as manifestações de rua de junho, ocasião em que os
políticos figuraram entre os principais alvos dos protestos.
“Estamos conversando. Estamos tratando das condições de natureza partidária e pessoal”, afirmou Avelar.
O
secretário-geral nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que
conversará ainda nesta semana com os dirigentes do partido no Tocantins
para tentar contornar eventuais resistências, já que o partido negocia
com o grupo político do atual governador, Siqueira Campos (PSDB).
“Temos
a possibilidade de uma candidatura nova, em comum acordo com a Rede.
Eventual resistência se vence porque há um projeto maior”, disse Carlos
Siqueira. Por integrar o Ministério Público, Avelar também tem prazo até
abril para se filiar a um partido e disputar as eleições.