sexta-feira, 19 de maio de 2017

Delator da JBS diz que pagou propina para Paulo Câmara, Geraldo Julio e FBC



Após a morte de Eduardo Campos, Geraldo Julio teria procurado diretor da JBS para cobrar propina a campanha de Paulo Câmara


Paulo Veras





Delator da JBS diz que negociou pagamento de propina em dinheiro vivo para campanha de Paulo Câmara em 2014
Foto: JC Imagem

Diretor da JBS, o delator Ricardo Saud afirmou, em delação a força-tarefa da Lava Jato, que negociou o pagamento de propina na campanha de 2014 com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e com o prefeito do Recife, Geraldo Julio; ambos do PSB. Tudo começou com um acerto para pagar R$ 15 milhões para a campanha presidencial do ex-governador Eduardo Campos, falecido em agosto de 2014. A delação envolve também o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB).


"Exatamente no dia que ele faleceu, eu estava com o Henrique que era a pessoa dele que ele mandava... Ou o Henrique, ou o Paulo Câmara ou o Geraldo Julio para ir lá tratar da propina", afirma Saud.

Após a morte de Eduardo, Saud conta que foi procurado por Geraldo Julio pedindo para que fosse honrado o pagamento do que havia sido negociado com Eduardo. O objetivo era vencer a eleição pelo governo de Pernambuco.

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No início, a JBS queria pagar apenas o que foi combinado com o ex-governador. "Nós chegamos ao meio termo que íamos pagar para não atrapalhar a campanha do Paulo Câmara. E ainda darmos uma propina para o Paulo Câmara em dinheiro vivo lá em Pernambuco", afirma.

FBC

Segundo o delator da JBS, o senador Fernando Bezerra Coelho também se favoreceu do acordo. Ele indicou uma empresa teria pago R$ 1 milhão em 02 de setembro de 2014. "O Fernando Bezerra foi beneficiado. Essa nota fiscal aqui de R$ 1 milhão foi para ele", afirma Saud.

As informações vieram a tona com a divulgação pela Justiça dos vídeos das delações; que atingiram fortemente o presidente Michel Temer (PMDB).

Temer recebeu propina de R$ 15 milhões da JBS





Do UOL

O presidente Michel Temer (PMDB) teria recebido valores próximos a R$ 15 milhões em pagamentos de vantagens indevidas em 2014, segundo delação de Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais da JBS. A quantia teria como contrapartida atuação favorável aos interesses do grupo J&F, controlador do frigorífico JBS. O STF (Supremo Tribunal Federal) derrubou o sigilo das delações do grupo nesta sexta­feira (19).

Os depoimentos, que também foram feitos por um dos donos da JBS, o empresário Joesley Batista, apontam "solicitação de vantagem indevida por parte do atual presidente da República, bem como do deputado federal Rodrigo da Rocha Loures (PMDB­PR), no montante de 5% do lucro obtido com o afastamento do monopólio da Petrobras no fornecimento de gás a uma das empresas do grupo".


"Além disso, haveria solicitação de outros valores relacionados à atuação em benefício do grupo empresarial J&F no tocante ao destravamento das compensações de créditos de PIS/COFINS com débitos do INSS", aponta a delação.


O pagamento teria relação com o apoio do PMDB à reeleição de Dilma. "Eu trouxe o PMDB inteiro, como é que não tem nada para mim?", teria dito Temer segundo relato de Saud.


Saud reclamou para o tesoureiro da campanha da petista, o ex­ministro Edinho Silva, da cobrança de Temer por verba para campanha. "O homem quer R$ 15 milhões e você tá deixando R$ 5 milhões aqui", relembra o diretor.


Após analisar a situação, Edinho teria autorizado o repasse a Temer. "Aí veio a ordem para dar os R$ 15 milhões do Temer. Do PT para o PMDB para a campanha do Temer". Saud foi, então, comunicar o então vice­presidente do acerto em reunião no palácio do Jaburu, residência oficial do vice­presidente. "E ele falou: 'você me dá uma semana que nós vamos mostrar como a gente vai fazer com esse dinheiro'".


Segundo o delator, com os R$ 15 milhões, ele ajudou os ex­deputados federais Eduardo Cunha (PMDB­RJ) e Henrique Eduardo Alves (PMDB­RN) e colocou parte da quantia no PMDB Nacional.


Joesley e Saud ainda apontam pagamentos de forma corrente em favor de Roberta Funaro, como suporte financeiro em razão da prisão de seu irmão, o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, tido como operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato.


O empresário e Rocha Loures voltaram a se encontrar em outras duas oportunidades após a reunião entre Temer e Joesley, que prometeu "lançar mais crédito na planilha" à medida em que ações políticas que favorecessem o grupo J&F fossem bem­sucedidas.


Joesley citou, por exemplo, que seria benéfico a ele se o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) concedesse uma liminar que afastasse o monopólio da Petrobras no fornecimento de gás para uma termelétrica do grupo, de acordo com a delação do empresário.


O dono da JBS acreditava que obteria lucro caso isso acontecesse e prometeu "abrir planilha" e repassar 5% desse valor a Temer. O representante do presidente, Rocha Loures, aceitou o acordo. Após a divulgação da delação, o Cade negou ter adotado qualquer tipo de  favorecimento ao grupo J&F.


Ministros ioiô

Política em dia de ioiô


Três ministros pernambucanos ao longo do dia sinalizaram que deixaram os cargos. Ao final da tarde, apenas Roberto Freire saiu do Governo

Por: Márcio Didier 

Roberto Freire, Raul Jungmann e Bruno AraujoFoto: Folha de Pernambuco


As denúncias que atingiram o presidente Michel Temer provocaram um fenômeno, no mínimo, curioso ao longo desta quinta-feira (18): o efeito ioiô em alguns ministros que ensaiaram a saída do Governo e... ficaram.

Primeiro lance. Na noite da quarta-feira (17), horas depois da divulgação de trechos da delação premiada dos donos da JBS, começou a correr a informação de que o ministro das Cidades, Bruno Araújo, defendia no partido o desembarque do Governo Temer e a entrega dos quatro ministérios do PSDB na gestão do peemedebista, inclusive o seu. Só que não.

Segundo lance. No meio da tarde desta quinta-feira (18), uma hora antes de o presidente Temer fazer o seu pronunciamento do “fico”, os meios de comunicação começaram a informar que o PPS havia decidido que, caso o peemedebista não renunciasse, seus dois ministros – Raul Jungmann (Defesa) e Roberto Freire (Cultura), deixariam os cargos. Só que não.

Lance final. Das três promessas de debandada, Roberto Freire ficou só. Foi o único que levou adiante a sua ideia inicial e deixou a pasta. Seu companheiro de partido, Raul Jungmann, licenciado da sua vaga de suplente de deputado federal, disse ter recebido um apelo dos comandantes das Forças Armadas para continuar.

Bruno Araújo, como bom tucano, fez que ia e não foi. Anunciou, por meio da sua assessoria, “que permanece no Governo Federal a pedido do partido, o PSDB”. A sigla, por sua vez, aguarda a divulgação do conteúdo das gravações dos executivos da JBS para, só então, se pronunciar.

P. S. Outros dois ministros pernambucanos não se pronunciaram. Mendonça Filho (Educação) é do mesmo partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), primeiro na linha de sucessão de Michel Temer. Já Fernando Filho, das Minas e Energia, recebeu e ignorou a recomendação do presidente do PSB, Carlos Siqueira, para que deixasse o cargo. Assim como fez quando foi indicado à revelia do partido, permanece no ministério.

Temer: "Não caio de joelhos. Caio de pé"



Magno Martins


Nas conversas de ontem, em seu gabinete, no Palácio do Planalto, ele pediu “resistência” aos partidos da base aliada, do PSDB ao PP, e cobrou apoio à agenda das reformas. Temer chegou a ser aconselhado a renunciar por pelo menos dois assessores de sua extrema confiança e reagiu com nervosismo. “Não sou homem de cair de joelhos. Caio de pé”, afirmou.


“Michel, você está passando pelo que eu passei. A diferença é que eu era senador e podia responder e você é presidente e não pode falar tudo o que pensa”, disse-lhe mais tarde o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Presidente do PMDB, Jucá deixou o Ministério do Planejamento em maio do ano passado, após 12 dias no cargo, quando vieram à tona gravações em que ele dizia ser preciso impedir a “sangria” da Lava Jato.


A portas fechadas, Temer usou termos como “conspiração” e “ação orquestrada” para se referir ao vazamento das delações do empresário Joesley Batista e de ex-executivos da JBS. O governo responsabilizou a Procuradoria-Geral da República pela divulgação dos depoimentos. Irritado, Temer disse que toda vez que a economia dá sinais de recuperação, aparece delação.


Temer telefonou logo cedo para a presidente do STF, Cármen Lúcia, avisando-lhe de que pediria acesso aos áudios. A conversa entre os dois foi protocolar. Ao longo do dia, o presidente recebeu 14 dos 28 ministros e lamentou o destino do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). “Sem o PSDB, o governo acaba”, disse um ministro ao Estado.


Discurso. Foi a equipe de comunicação que estipulou 16 horas como horário-limite do pronunciamento, porque pipocavam notícias sobre uma possível renúncia e o mercado estava agitado. “Não poderíamos deixar essa onda crescer”, disse Jucá.


O discurso passou pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral, Moreira Franco, mas na última hora Temer fez retoques, reforçando o tom de indignação. Questionado se haveria clima para aprovar mudanças na Previdência e na lei trabalhista, Jucá disse que o governo votará as “reformas possíveis”. Apesar da tensão, um aliado não perdeu o bom humor e disse que era “mais fácil cair o Trump do que o Michel”


Henry defende renúncia de Temer




O vice­-governador de Pernambuco, Raul Henry (PMDB), defendeu a renúncia do presidente Michel Temer (PMDB) como melhor caminho para melhorar a grave crise política instalada no Brasil. "A iniciativa dele pela renúncia ajudaria a pacificar o país", disse o vice­governador durante entrevista na Rádio Jornal na manhã desta sexta.


Apesar de defender a renúncia de Temer, Raul Henry afirma que isso é uma decisão exclusiva do próprio presidente: "temos que respeitar a decisão de Temer", afirmou.


Contudo, o pemedebista acredita que se Temer prosseguir no cargo a crise política vai piorar e também atrapalhar a economia nacional: "O ambiente é muito ruim e está instalado em toda a sociedade", afirmou. 


Temer pediu para Aécio Neves retirar ação no TSE, diz tucano em gravação



Por iG São Paulo 


"Não estou nem aí", diz Aécio em conversa gravada com Joesley Batista sobre a possibilidade de retirar ação contra Dilma e Temer na Justiça Eleitoral

Valter Campanato/Agência Brasil

Em conversa gravada por Joesley Batista, Aécio Neves afirma que Michel Temer pediu retirada de ação contra ele e Dilma

O senador afastado Aécio Neves (PSDB) afirmou em conversa com o empresário Joesley Bastista que o presidente Michel Temer pediu para que ele retirasse a ação movida pelo PSDB contra a chapa Dilma-Temer na Justiça Eleitoral. A declaração foi gravada pelo dono da JBS e consta no inquérito que investiga Aécio, Temer e o deputado afastado Rocha Loures no Supremo Tribunal Federal (STF), divulgado nesta sexta-feira (19). 

De acordo com o documento entregue ao STF pela Procuradoria-Geral da República, Aécio Neves e Joesley se encontraram em março no Hotel Unique, em São Paulo. Na conversa, os dois discutem a Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal naquele mês. Quando o julgamento da ação contra a chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entra na pauta, Aécio relata o pedido que Temer teria feito.

"A Dilma caiu, a ação continuou e ele [Temer] quer que eu retire a ação. Cara, só que se eu retirar... E não estou nem aí, eu não vou perder nada, o Janot assume. O Ministério Público assume essa merda", diz Aécio.

As defesas de Aécio Neves e Michel Temer não se pronunciaram até o momento a respeito das novas acusações divulgadas


Amigo de Aécio Neves, Luciano Huck apaga todas as fotos com o politico



Tvfoco



A classe artística brasileira também está sendo afetada pela polêmica envolvendo o Senador Aécio Neves, que disputou a Presidência do Brasil com Dilma Rousseff em 2014.

Após vários famosos serem detonados nas redes sociais por apoiarem o político no passado, a nova vítima é ninguém menos que Luciano Huck.

O apresentador está recebendo vários xingamentos em seu perfil no Instagram. Alguns perguntam “por onde anda Aécio”, que teria pedido R$ 2 milhões em propina para pagar sua defesa na Operação Lava-Jato.

Alguns dos internautas, em forma de ironia, perguntaram o motivo de Aécio não estar na foto da família de Luciano, Angélica e seus três filhos.

Em quase todas as fotos antigas do apresentador, há comentários que se referem ao Senador. Em uma das fotos, de 2016, Huck afirma estar indignado com a situação política do Brasil, e um internauta perguntou: “E o amigo Aécio? Tá indignado com ele?”.

Vale lembrar que o marido de Angélica apagou todas as fotos com Aécio no passado.

Janot diz que Temer deu aval a propina e queria Cunha 'controlado'



LETICIA CASADO
CAMILA MATTOSO
BELA MEGALE
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA

Pedro Ladeira/FolhapressO procurador-geral da República, Rodrigo Janot

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que houve anuência do presidente Michel Temer a pagamentos mensais de propina para o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso na operação Lava Jato.

Além disso, o chefe do Ministério Público afirma no pedido de abertura de inquérito contra Temer que o presidente queria Cunha 'controlado'.

O ex-deputado já fez várias ameaças de 'abalar a República' com revelações sobre supostos crimes cometidos pelo alto escalão do governo – da cadeia, mandou em duas oportunidades perguntas embaraçosas a Temer.

Janot disse que Aécio e Temer agem juntos para impedir o avanço da Lava Jato.

A Procuradoria cita uma conversa gravada por Joesley Batista, um dos donos da JBS, em que o empresário afirma procurar manter boa relação com Cunha e ouve como resposta do presidente: "é, tem que tomar cuidado. É complicado".

Para Janot, Temer confirma nesse encontro a necessidade de o executivo continuar com a "boa relação" ao dizer "tem que manter isso, viu".

O procurador-geral afirma que o material colhido mostra que a propina paga ao ex-deputado e a Lucio Funaro, apontado como operador do primeiro, servia para mantê-los em silêncio.

"Existem, ainda, elementos que apontam para diversos atos realizados com o intuito de impedir ou, de qualquer forma, embaraçar a investigação dos crimes praticados. Depreende-se do material colhido que o pagamento de propinas ao ex-deputado federal Eduardo Cunha e ao doleiro Lucio Funaro, mesmo depois dos mesmos estarem presos, tem, se não como motivação única, mas certamente principal, garantir o silêncio deles ou, ao menos, a combinação de versões".

Janot cita nominalmente Temer como interessado no silêncio dos dois presos.

"Depreende-se dos elementos colhidos o interesse de Temer em manter Cunha controlado".

Ainda no documento de pedido de abertura de investigação sobre o presidente, o procurador diz que Temer vem atuando com Aécio Neves e outros parlamentares no sentido de impedir o avanço da Lava Jato.

"Além disso, verifica-se que Aécio Neves, em articulação, dentre outros, com o presidente Michel Temer, tem buscado impedir que as investigações da Lava Jato avancem, seja por meio de medidas legislativas, seja por meio do controle de indicação de delegados da polícia que conduzirão os inquéritos".