segunda-feira, 1 de julho de 2019

Carro usado por criminosos que mataram policial em Santa Cruz é encontrado



Foto: reprodução/cortesia

A Polícia já localizou o veículo utilizado pelos criminosos que atiraram contra viatura da polícia militar, e resultou na morte de um militar. A ocorrência foi registrada na cidade de Santa Cruz do Capibaribe durante a manhã desta segunda-feira (1).

O veículo modelo FOX de cor branca foi abandonado na zona rural de Barra de São Miguel, cidade que fica na divisa de Pernambuco com a Paraíba.

Até o fechamento desta reportagem, não havia confirmação sobre a prisão dos criminosos. Diversos soldados da Polícia Militar e agentes da Polícia Civil estão mobilizados para tentar prender os autores.

Os bandidos teriam assaltado um mercadinho no bairro de Dona Linca 1, área urbana da capital da moda. Durante a fuga, os bandidos tiraram diversas vezes na viatura da PM. Outro policial ficou ferido e foi socorrido de helicóptero para hospital do Recife.

Suspeitos fogem para a Paraíba após tiroteio que deixou policial morto e outro ferido, em Pernambuco

Viatura foi atingida por vários disparos de arma de fogo (Foto: WhatsApp/Reprodução)


Um soldado da Polícia Militar foi morto e um sargento ficou ferido durante uma troca de tiros com criminosos na manhã desta segunda-feira (1º) em Santa Cruz do Capibaribe, Agreste de Pernambuco. A polícia suspeita que os envolvidos no tiroteio possam ter fugido em direção ao estado da Paraíba. 

O soldado estava dentro da viatura quando foi atingido pelos disparos. Vários tiros foram efetuados contra o veículo. Os criminosos teriam assaltado um mercado quando houve a troca de tiros.

De acordo com as primeiras informações, os suspeitos haviam praticado um assalto em um mercado e foram surpreendidos pela Polícia Militar. 

Até a publicação desta matéria, nenhum dos criminosos havia sido preso. O caso será investigado pela Polícia Civil. As polícias de Pernambuco e da Paraíba estão em diligências para prender os suspeitos. A Polícia Militar da Paraíba confirmou que a PMPB intensificou as rondas na rota de acesso de Santa Cruz do Capibaribe para a Paraíba, porém informou não ter ainda informações precisas que os suspeitos tenham vindo para a Paraíba.

Homem cai da moto em pista molhada e morre atropelado por caminhão na BR-101, em Goiana


Acidente aconteceu por volta das 4h20 no Km 13,8 da BR-101, no sentido João Pessoa da rodovia, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal. Polícia Civil investiga o caso.

Por G1 PE

Caminhão passou por cima da moto que era conduzida pelo homem que morreu no acidente na BR-101, em Goiana — Foto: Polícia Rodoviária Federal/Divulgação

Um acidente de trânsito provocou a morte de um motociclista de 52 anos na madrugada desta segunda-feira (1º), na BR-101, em Goiana, no Grande Recife.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Jaildo Alves da Silva caiu com a moto na rodovia e um caminhão passou por cima do veículo.

A pista estava molhada no momento do acidente, que aconteceu por volta das 4h20 no Km 13,8 da BR-101, no sentido João Pessoa da rodovia, segundo a PRF.

Acidente entre caminhão e moto ocorreu no Km 13,8 da BR-101, no sentido João Pessoa da rodovia — Foto: Polícia Rodoviária Federal/Divulgação

Ainda de acordo com a PRF, o motorista do caminhão não se feriu no acidente e fez o teste do bafômetro, cujo resultado foi normal.

“A Polícia Civil de Goiana esteve no local e vai investigar o acidente”, afirma a Polícia Rodoviária Federal em nota.

A Polícia Civil informou que está investigando o caso.

Eletricista morre após pular muro para entrar na própria casa em Surubim



Pedro Rogério França dos Santos morreu no dia em que completou 44 anos

NE10 INTERIOR

Por Ana Maria Miranda



Pedro Rogério França dos Santos, 44 anos, morreu no dia do aniversário (Arquivo pessoal)

Um eletricista de automóveis morreu após pular o muro da própria casa em Surubim, no Agreste de Pernambuco, durante o fim de semana. De acordo com familiares, Pedro Rogério França dos Santos, 44 anos, estava trabalhando e quando voltou, não havia ninguém em casa para abrir a porta.


Pedro Rogério decidiu, então, pular o muro da casa para ter acesso ao portão. Porém, caiu de cabeça e não resistiu. A morte aconteceu no dia do aniversário dele.

Fatalidade

"Todos os vizinhos comentaram que foi queda. Ele chamou, chamou e não tinha ninguém em casa. Então ele tentou pular o muro e caiu de cabeça, aí foi fatal", contou a cunhada da vítima, Marli Prazeres.

Bolsonaro não consultou Defesa e Justiça para decretos de armas



Ao não consultar o ministérios, o governo optou só por uma costura política com Legislativo e Judiciário


Estadão Conteúdo


Desde janeiro, o governo já publicou sete textos sobre o tema e recuou várias vezes diante da dificuldade para obter apoio no Congresso e no Judiciário
Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

O Palácio do Planalto não consultou os ministérios da Justiça e da Defesa antes de editar, na semana passada, quatro novos decretos que flexibilizam o porte de armas. Optou só por uma costura política com Legislativo e Judiciário. Ainda assim, ao lado de especialistas, parlamentares apontam inconstitucionalidade nas novas normas.


Em maio, o governo já não tinha esperado pareceres jurídicos da Justiça e da Defesa para assinar o decreto sobre o assunto, mas as pastas haviam participado das discussões. Desta vez, os ministérios tiveram suas análises dispensadas. As tratativas envolveram o Congresso num primeiro momento e, depois, houve reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.

Recuos

Desde janeiro, o governo já publicou sete textos sobre o tema e recuou várias vezes diante da dificuldade para obter apoio no Congresso e no Judiciário. Destes decretos, três estão em vigor, assinados pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, a Casa Civil disse que, em sua avaliação, "não houve alteração normativa, conservando os textos anteriores", o que tornaria a análise por parte dos ministérios setoriais "despicienda", ou seja, irrelevante. Afirmou ainda que, como a coordenação política e as tratativas com os outros poderes estavam com a Casa Civil, a opção foi manter a questão nessa pasta.

As tratativas políticas começaram após sinalizações de que os parlamentares enterrariam os decretos. O Senado havia aprovado, na semana anterior, a derrubada dos textos de maio.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tinha alertado que os textos teriam o mesmo destino na Casa. O governo entendeu por bem editar novos decretos, com alguns recuos, e submeter um projeto de lei tratando do tema mais controverso, o porte de armas.

Costurado o acordo, o ministro da Advocacia-Geral da União, André Mendonça, foi então acionado para evitar um "incêndio" na relação com o STF, que, dali a dois dias, julgaria ações sobre o tema e poderia impor nova derrota ao Planalto.

Havia receio de que os ministros entendessem que o Planalto estava "contornando" a Corte. O governo decidiu então adiantar a estratégia traçada para o Congresso a Toffoli, que acabou retirando os processos da pauta. Ao Estado, Mendonça afirmou que o órgão tem segurança sobre a constitucionalidade dos atuais decretos.

Troca de tiros acaba com PM morto e outro ferido em Santa Cruz



Criminosos tentavam assaltar um estabelecimento no bairro Dona Lica quando os policiais iniciaram a perseguição

NE10 INTERIOR

Por Ana Maria Miranda



Policial estava na viatura e foi atingido por disparos de arma de fogo (WhatsApp/NE10 Interior)

Um policial morreu e outro ficou ferido após uma perseguição e troca de tiros na manhã desta segunda-feira (1º) em uma localidade conhecida como Malhada do Meio, em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de Pernambuco.


De acordo com a Polícia Militar, os criminosos tentavam assaltar um supermercado e uma casa lotérica no bairro Dona Lica quando os policiais iniciaram a perseguição.

A viatura da polícia foi atingida por vários disparos de arma de fogo. Um dos PMs envolvidos na ocorrência foi atingido pelos tiros e morreu. Outro policial ficou ferido durante a ação.

Criminosos fugiram

Os assaltantes fugiram em direção à Vila do Pará e até a publicação desta matéria não tinham sido localizados. O caso será investigado pela Polícia Civil.

Policial morto a tiros em Santa Cruz do Capibaribe

Plantão – Policial da Rocam é assassinado e outro baleado em Santa Cruz



Um policial foi morto a tiros na manhã desta segunda-feira (01), no município de Santa Cruz do Capibaribe. Um segundo policial foi baleado. O caso aconteceu na Malhada do Meio.

De acordo com informações iniciais, houve uma intensa perseguição, após um assalto a um mercadinho no bairro Dona Lica.  Na troca de tiros, uma viatura foi atingida com vários tiros.

Uma unidade do Samu foi solicitada, no entanto o policial não resistiu aos ferimentos. Os bandidos fugiram com destino ao Distrito do Pará.

Nossa equipe acompanha o caso. Aguarde mais informações

Acabou a conversa mole: está provado que Lula foi condenado sem provas

Leia a coluna de Reinaldo Azevedo, jornalista brasileiro.

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Entenda reportagem e diálogos que mostram que Lula foi condenado sem provas

Acabou a conversa mole, e está revelada a patranha. Reportagem publicada pela Folha neste domingo, em parceira com o site “The Intercept Brasil”, evidencia que os procuradores da Lava Jato sempre souberam que não havia provas para condenar o ex-presidente Lula no caso do tríplex. Este post é longo, sim, leitor! Vai ajudá-lo a entender a reportagem da Folha. O assunto me é especialmente caro porque entrei na mira dos idiotas quando afirmei, tão logo Deltan Dallagnol apresentou a denúncia contra Lula, no dia 14 de setembro de 2016, que não havia provas. E fiz o mesmo quando o Moro expediu a sentença condenatória, em 12 de julho de 2017.

Se você ler a sentença de Moro que condenou Lula, não vai encontrar os fatos — NESSE CASO, TAMBÉM CHAMADOS DE PROVAS — que justificam a denúncia apresentada pelo MPF. E a culpa não será sua, leitor. Não se trata de um déficit de entendimento. É que as tais provas não foram apresentadas pelo MPF porque os procuradores não as tinham.

Se você pertencer à seita morista, a exemplo dos que vão “protestar a favor” (!?) do ex-juiz neste domingo, faça como o seu herói: dê de ombros, não ligue, olhe para o outro lado. Afinal, o doutor eternizou nos autos esta maravilha: “Este juízo jamais afirmou, na sentença ou em lugar algum, que os valores obtidos pela Construtora OAS nos contratos com a Petrobras foram usados para pagamento da vantagem indevida para o ex-Presidente”.

Entenderam? O glorioso Sérgio Moro transformou a condenação sem provas, alicerçada em suposições que nada têm a ver com os autos, numa nova categoria da Justiça brasileira. E alguns bocós saem por aí a dizer: “Ah, mas a sentença foi referendada pelo TRF-4 e pelo STJ”. É mesmo? A Terra se tornará quadrada se tribunais de segunda e terceira instância resolverem comprar de um juiz de primeira instância a versão da quadratura do planeta?

Ora, se o próprio juiz diz que o apartamento não tem origem nos contratos da OAS com a Petrobras, cabem duas perguntas:

1: por que ele chamou para si um caso que nada tinha a ver com a Petrobras se ele era o juiz designado para cuidar apenas dos casos que tinham vínculos com a… Petrobras?

2: o doutor, então, condenou Lula com base em quê?

A pergunta número um não tem resposta. Moro, então, não era o juiz do caso. Ademais, a primeira leva de diálogos revelada pelo site “The Intercept Brasil” deixa clara a manobra para levar para Curitiba a investigação do tal tríplex do Guarujá, que se dava em São Paulo e estava relacionada ao caso Bancoop. Não sei se lembram: ao tratar do assunto, Dallagnol usou até a palavra “tesão“.

Esse mundo é vasto e variado, e as pessoas têm o direito de sentir tesão por porco-espinho, cabo de guarda-chuva e suco de jiló. O tesão é livre em relações consensuais, desde que não incluam crianças. Recomendo também que se excluam os bichos, coitadinhos! O que não pode é uma inclinação erótica contribuir para prender pessoas sem provas.

A pergunta número dois tem resposta, e ela nos conduz, então, à reportagem deste domingo publicada na Folha. Moro explicou por que condenou Lula: “A corrupção perfectibilizou-se com o abatimento do preço do apartamento e do custo da reforma da conta geral de propinas, não sendo necessário para tanto a transferência da titularidade formal do imóvel”

“Conta geral de propinas?” Mas qual “conta geral de propinas”?

Isso simplesmente não estava nos autos e era um assunto ignorado pelos senhores procuradores que cuidavam do caso. E agora isso fica ainda mais claro nas conversas dos valentes, publicada pela Folha:

26.ago.2016 Anna Carolina 19:52:11 Tinha isso de conta clandestina de Lula?

19:52:19 Esses Advs não valem nada

Jerusa 19:53:02 Nao que eu lembre

Ronaldo 20:45:40 Também não lembro. Creio que não há.

Sérgio Bruno 21:01:10 Sobre o Lula eles não queriam trazer nem o apt. Guaruja. Diziam q não tinha crime. Nunca falaram de conta.

A reportagem evidencia que os procuradores desconfiavam das versões apresentadas por Léo Pinheiro. Os elementos que levaram o juiz Sérgio Moro a condenar Lula, pois — QUE NADA TINHAM A VER COM OS CONTRATOS COM A PETROBRAS (logo, ele nem era juiz da causa) — foram a tal conta geral de propina, de que os procuradores nunca tinha ouvido falar ao longo da investigação, e uma suposta orientação de Lula para o empresário destruir provas. E isso? Já havia aparecido nos autos? Deixemos a resposta com a procuradora Jerusa Viecili:

Jerusa 13:32:25 Houve ordem para destruição das provas. Nisso a empresa foi desleal, pois nunca houve afirmação sobre isso. Salvo quando leo falou no interrogatório sobre destruição de provas, não houve menção a este assunto.

14:09:21 Leo parece que está escondendo fatos também

Como se nota, na fala acima, há uma menção ao interrogatório. Informa a Folha:

Em seu depoimento, em 24 de abril, o empreiteiro [Léo Pinheiro] afirmou que tinha uma conta informal para administrar acertos com o PT, introduzindo pela primeira vez o tema em sua versão. Além disso, acusou Lula de orientá-lo a destruir provas de sua relação com o partido após o início da Lava Jato. O depoimento foi decisivo para o desfecho do caso do tríplex, porque permitiu a Moro conectar o apartamento à corrupção na Petrobras, justificando assim a condenação do ex-presidente Lula pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Mensagens trocadas por Deltan com seus colegas e Moro nessa época, publicadas pelo Intercept no início do mês, revelam que a força-tarefa se preocupava com a fragilidade dos elementos que tinha para estabelecer essa conexão, essencial para que o caso ficasse em Curitiba e fosse julgado por Moro.

Entenderam?

Ao longo de toda a investigação, nem Léo Pinheiro nem seus advogados haviam mencionado a tal “conta geral de propinas” ou a destruição de provas. Isso só veio a público no depoimento dado pelo empreiteiro no dia 24 de abril de 2017. Informa a Folha:

“No mês seguinte, o Ministério Público pediu a Moro que reduzisse pela metade a pena do empreiteiro no caso do tríplex, como prêmio pela colaboração no processo. Em julho, o juiz o condenou a 10 anos e 8 meses de prisão, mas o autorizou a sair quando completasse 2 anos e 6 meses atrás das grades.”

Como não há limites para a falta de decoro e como parece haver na Força Tarefa mais a determinação de parecer honesto do que a de ser honesto, Deltan Dallagnol, sempre ele, se preocupava, então, com as aparências. Moro condenou Lula no dia 12 de julho de 2017. No dia seguinte, Deltan conversava com seus pares:

13.jul.2017 Deltan 17:10:32 Caros, acordo do OAS, é um ponto pensar no timing do acordo com o Léo Pinheiro. Não pode parecer um prêmio pela condenação do Lula

Vale dizer: não podia parecer aquilo que, de fato, era: um prêmio! Até porque, ora vejam, Pinheiro já havia feito antes uma delação, mas foi suspensa por Rodrigo Janot. E as negociações só foram oficialmente retomadas depois que o empresário acusou a existência de uma suposta conta geral de propinas — DE QUE NÃO SE TEM PROVA NENHUMA — e de uma suposta orientação de Lula, também impossível de ser demonstrada, para esconder provas.

Vejam acima o diálogo de 26 de agosto. Nas tratativas para a primeira delação, Léo Pinheiro já havia sido indagado sobre o apartamento e sustentava, segundo o procurador Sérgio Bruno, “que não havia crime”.

É por isso, leitor amigo, que, caso você decida ler a denúncia do Ministério Público Federal e a sentença de Moro — os links estão neste texto —, não vai encontrar as provas. Elas não existem. Como os diálogos evidenciam, Lula foi condenado em razão de um único depoimento de Léo Pinheiro a Sérgio Moro.

Deltan Dallagnol apresentou a denúncia contra Lula no dia 14 de setembro de 2016. Dois dias depois, como revelou “The Intercept Brasil”, ele trocou mensagens com Sérgio Moro.

Reproduzo trecho:

No dia seguinte, quarta-feira, 14, a Lava Jato mostraria sua primeira denúncia contra Lula, numa entrevista coletiva em uma sala de reuniões de um hotel de luxo em Curitiba. O triplex – segundo a Lava Jato, reformado pela OAS e doado ao político como propina em contratos da empreiteira com a Petrobras – era a peça central da denúncia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Dallagnol voltaria ao assunto numa conversa privada com o então juiz Sergio Moro, em 16 de setembro, dois dias após a denúncia. O procurador estava sendo duramente criticado por parte da opinião pública, que alegava fragilidade na denúncia. Tinha virado, também, alvo de chacotas e memes pelo PowerPoint que apresentou na entrevista coletiva.

O coordenador da Lava Jato escreveu a Moro: “A denúncia é baseada em muita prova indireta de autoria, mas não caberia dizer isso na denúncia e na comunicação evitamos esse ponto.” Depois, entrou em detalhes técnicos: “Não foi compreendido que a longa exposição sobre o comando do esquema era necessária para imputar a corrupção para o ex-presidente. Muita gente não compreendeu porque colocamos ele como líder para imperar 3,7MM de lavagem, quando não foi por isso, e sim para inputar 87MM de corrupção.”

Em privado, Dallagnol confirmava a Moro que a expressão usada para se referir a Lula durante a apresentação à imprensa (“líder máximo” do esquema de corrupção) era uma forma de vincular ao político os R$ 87 milhões pagos em propina pela OAS em contratos para obras em duas refinarias da Petrobras – uma acusação sem provas, ele mesmo admitiu, mas que era essencial para que o caso pudesse ser julgado por Moro em Curitiba.

Preocupado com a repercussão pública de seu trabalho – uma obsessão do procurador, como demonstra a leitura de diversas de suas conversas –, ele prossegue: “Ainda, como a prova é indireta, ‘juristas’ como Lenio Streck e Reinaldo Azevedo falam de falta de provas. Creio que isso vai passar só quando eventualmente a página for virada para a próxima fase, com o eventual recebimento da denúncia, em que talvez caiba, se entender pertinente no contexto da decisão, abordar esses pontos”, escreveu a Sergio Moro.

Dois dias depois, Moro afagaria o procurador: “Definitivamente, as críticas à exposição de vcs são desproporcionais. Siga firme.” Menos de um ano depois, o juiz condenaria Lula a nove anos e seis meses de prisão.

Como fica evidente, a pantomima do PowerPoint buscava apenas disfarçar a falta de provas, que já era apontada por este “jurista”. O espetáculo foi só um jeitinho de tentar transformar o apartamento em prova de propina, O QUE SERGIO MORO IGNOROU EM SUA SENTENÇA.

Para acusar Lula, ele recorreu ao depoimento de Léo Pinheiro, com afirmações que não tinham como ser comprovadas.

Os diálogos dos procuradores evidenciam de forma cabal que, ao longo das investigações, nunca se havia falado em conta geral de propinas e em orientação para destruir provas.

E assim se mandou um ex-presidente para a cadeia e se elegeu um presidente da República.

E assim se fez um ministro da Justiça.

Este mesmo que está sendo incensado nas ruas neste domingo.

Em nome do combate à corrupção.

Não é uma bela história?

 "Diálogos vazados confirmam a falta de provas no caso do triplex", diz Reinaldo Azevedo

A Folha de São Paulo, em parceria com The Intercept Brasil, divulgou neste domingo (30) conversas trocadas entre procuradores que indicam que o empreiteiro que incriminou o ex-presidente Lula no caso do tríplex que o levou à prisão foi tratado pela Operação Lava Jato com desconfiança quase todo o tempo em que colaborou com as investigações. Veja a análise de Reinaldo Azevedo sobre o caso 

Publicado por UOL Notícias em Domingo, 30 de junho de 2019


Do UOL