domingo, 4 de agosto de 2019

‘É natural botar quem está do seu lado’, diz Bolsonaro sobre nomeação de parentes

Resposta a reportagem do jornal O Globo

‘Mentira deslavada’, criticou Bolsonaro

Jair Bolsonaro defendeu-se por empregar pessoas com parentesco: 'mania de dizer que parente de político não presta'Sérgio Lima/Poder360 - 30.jul.2019

MARIANA RIBEIRO

O presidente Jair Bolsonaro disse neste domingo (4.ago.2019) ser “natural” nomear pessoas próximas para cargos nos gabinetes.


“Quando alguém vai embora do meu gabinete, quando alguém morre, por exemplo, no velório tem 10 pedindo emprego. É natural botar quem está do seu lado”, disse ao deixar o Palácio da Alvorada, em Brasília.

O presidente respondia ao questionamentos de jornalistas sobre reportagem publicada pelo jornal O Globo, que mostra que desde 1991, quando Bolsonaro assumiu pela 1ª vez como deputado, ele e seus 3 filhos com mandato, Flávio, Eduardo e Carlos, empregaram 102 funcionários com parentesco ou relação familiar entre si.

Bolsonaro deixou o Palácio durante a manhã para participar de cerimônia de celebração dos 25 anos da Igreja Apostólica Fonte da Vida, onde foi recebido aos gritos de “mito”.

O presidente chamou a reportagem “de mentira deslavada”. Mas também disse: “Foram buscar funcionários que empreguei em 1989. Faz as contas aí. Estão me batendo por coisas de 30 anos”. 

Bolsonaro afirmou que já colocou“parente no gabinete, sim”,mas “antes da decisão de que nepotismo seria crime”. “Mas o Supremo também decidiu tipificar homofobia como se racismo fosse. Acho que quem tem que fazer isso é o Legislativo”, disse.

O presidente voltou a comentar também a possível indicação de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para a embaixada do Brasil nos EUA. O movimento, na visão de alguns especialistas, pode ser classificado como nepotismo.

“Que mania de dizer que tudo que é parente de político não presta. Eu tenho 1 filho que foi elogiado pelo Trump. Vocês massacraram meu filho.”

Ao deixar a residência oficial, Bolsonaro desceu do carro para cumprimentar apoiadores.


A mamata não acabou



Ao tentar emplacar o filho na embaixada em Washington, favorecer esposa, sobrinhos, entre outras pessoas próximas, o presidente Jair Bolsonaro quebra uma de suas principais promessas de campanha: o zelo pelos gastos públicos

NAS NUVENS Jair e Michelle recepcionaram familiares e amigos no casamento do filho Eduardo com Heloísa, no Rio, para onde se deslocaram à bordo de helicópteros da FAB (Crédito: Divulgação)


Wilson Lima

Em “O Contrato Social”, o teórico político, escritor e compositor genebrino Jean-Jacques Rousseau ensina um princípio clássico e tático, capaz de transformar grandes governos, em governos minúsculos, tacanhos e mesquinhos. Para Rousseau, um governo se contrai a partir do momento em que deixa de observar o espírito público e passa do “grande para o pequeno número”, observando necessidades e ensaios de apenas uma pequena parcela da população. E é justamente essa visão enviesada de realidade que enfraquece as estruturas estatais e, em última análise, descamba o Estado para um total estado de anarquia. Obviamente que o Brasil não está diante de qualquer estado anárquico, mas os sete longos meses do governo Bolsonaro mostram que, sim, existe uma inclinação para favorecer poucos em detrimento de muitos. Entre os beneficiários estão os próprios familiares do presidente, que, não raro, parece norteado pela filosofia atribuída a Nicolau Maquiavel: “aos amigos, tudo; aos inimigos, os rigores da lei”. Nomeação de parentes, indicação de familiares para cargos estratégicos e a utilização de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para eventos eminentemente pessoais constituem apenas algumas amostras de que a confusão entre o público e o privado persiste no País, mesmo num governo que foi eleito prometendo mudar tudo o que estava aí – sobretudo no que diz respeito ao trato com a chamada coisa pública.

A lista dos abençoados com as benesses públicas é extensa: filho, esposa, sobrinhos, entre outros agregados presidenciais. Em maio, o filho Eduardo Bolsonaro casou-se com a psicóloga gaúcha Heloísa Wolf, no Rio de Janeiro. Obviamente, muitos parentes foram convidados mas alguns conseguiram um jeito, digamos, mais prático para se dirigir à cerimônia: tiveram à disposição uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). Familiares de Bolsonaro da região do Vale da Ribeira, em São Paulo, se deslocaram para o Rio em um helicóptero da FAB entre os aeroportos de Jacarepaguá e Santos Dumont. De carro, o trajeto tem aproximadamente 35 km e levaria em torno de 40 minutos, no máximo. De aeronave, durou 14 minutos.

Dois fatos são inacreditáveis nessa história: um é que os próprios parentes do presidente contaram vantagem por meio das redes sociais, aquelas que sempre foram vistas como o território mais fértil para o bolsonarismo. Quem postou e entregou a “mamata” foi o sobrinho de Bolsonaro, Osvaldo Campos. O segundo absurdo é que o próprio presidente defendeu abertamente o privilégio. Alegou “questões de segurança”. “Eu fui ao casamento do meu filho. A minha família ia comigo. Eu vou negar o helicóptero a ir para lá e mandar ir de carro? Não gastei nada do que já ia gastar”, disse o presidente ao ser questionado sobre o assunto. Os órgãos de controle não acharam tudo tão trivial assim. O Ministério Público de Contas deve ingressar com uma representação junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar este e outros casos de abusos na utilização de aeronaves da FAB durante o ano de 2019.

Não há sinais de bons auspícios. Enquanto isso, os ares da “nova política” sopram em direção da esposa de Bolsonaro, Michelle Bolsonaro. Como toda primeira dama, ela toca projetos assistenciais do governo. Até aí tudo bem. Mas o governo não precisava criar uma estrutura especial para a mulher do presidente: uma equipada sala de aproximadamente 300 metros quadrados ao custo de R$ 328 mil, localizada na Esplanada dos Ministérios, mesmo bloco onde trabalham os ministros Osmar Terra (Cidadania) e Damares Alves (Direitos Humanos). A notícia foi divulgada no mesmo fim de semana em que Michelle anunciou uma cirurgia de correção do septo nasal. A intervenção ocorreu no HFA (Hospital das Forças Armadas), unidade com a qual Presidência da República tem convênio.

Divulgação

“Vou negar o helicóptero e mandar de carro?” Jair Bolsonaro, presidente da República

Filho na embaixada

Igualmente emblemática, e não menos rumorosa, é a futura indicação do filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Trata-se de uma espécie de nepotismo jabuticaba, aquele que tenta utilizar-se de uma artimanha legal (uma sabatina no Senado, com aprovação de uma súmula do STF) para dar ares republicanos a uma iniciativa pouco republicana. Integrantes da Comissão de Relações Exteriores (CRE) da Casa prometem dar trabalho, por isso a nomeação não é considerada pule de 10. Mas o mandatário conta com um poderoso aliado na tentativa de emplacar o filho no principal posto avançado do Brasil no exterior: o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Nesta semana, Bolsonaro ganhou mais um reforço, o presidente dos EUA, Donald Trump, que avalizou o nome do rebento: “Eu conheço o filho dele e provavelmente é por isso que o fizeram (a indicação). Estou muito feliz. Ele é extraordinário, um jovem brilhante, maravilhoso”, disse.

Um incauto diria: no governo Bolsonaro “há muito cacique para pouco índio”. Nem tanto. Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, primo dos filhos do presidente e considerado homem de confiança do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), foi contratado pelo senador Chico Rodrigues (DEM-RR) com vencimentos de R$ 22,9 mil mensais. O salário é o segundo mais alto do gabinete. “Contratei ele por feeling”, argumentou Rodrigues. “Feeling” ou não, a questão é que a lista de benesses parece não ter fim. Ainda no início do ano, o Palácio do Planalto encaminhou, logo na sua primeira mensagem para modificações na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), um pedido de autorização para a compra de novos carros oficiais. Para o próprio Bolsonaro e ex-presidentes. Serão 30 carros novos com o intuito de renovar a já luxuosa frota presidencial.

Oficialmente, o pedido visa atender a normas de segurança recomendadas pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O valor da renovação da frota: R$ 5,6 milhões. Na lista de veículos, estão 12 blindados contra tiros de submetralhadoras e pistolas nove milímetros. O mais curioso é que, o mesmo cuidado que o presidente tem em andar de carros blindados, não se aplica a atividades, digamos, pouco corriqueiras como ir para o Congresso a pé ou visitar estabelecimentos comerciais próximos ao Palácio da Alvorada. O exemplo precisa vir de cima. Quando não vem, vira balbúrdia. Como da qual participou o ministro de Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes. Pontes tirou férias não remuneradas entre os dias 13 e 25 de julho. Destino: Orlando, EUA. Levou a tiracolo sua assessora especial Christiane Gonçalves para acompanhá-lo na empreitada. As despesas foram arcadas pela pasta. Hão de argumentar que tudo foi feito dentro da legalidade, mas nem tudo que é legal é correto. A postura não coaduna com quem foi eleito sob a égide da ética.

Salão nobre

Isso é que é gente solidária! O governo gastou R$ 330 mil na construção de um espaço de 300 metros quadrados para abrigar o Conselho do Programa Nacional de Incentivo ao Voluntariado, projeto tocado pela esposa do presidente, Michelle Bolsonaro, e dez funcionários. Cada servidor recebe salários entre R$ 1,6 mil e R$ 5,2 mil. A primeira-dama não tem direito à salário, mas dá expediente diariamente no local. O programa é ligado ao Ministério da Cidadania, que teve R$ 619 milhões contingenciados

Marcello Casal JrAgência Brasil

Ponte aérea

O ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, vive nas nuvens literalmente. Entre 13 e 25 de julho, tirou 12 dias de folga e viajou para Orlando, nos EUA, com familiares. Aproveitou o período para acompanhar as comemorações dos 50 anos do lançamento da Apollo 11. De quebra, levou a assessora Christiane Gonçalves Correa, com as despesas pagas com recursos do ministério. O próprio ministro autorizou os gastos

“Não peço, eu mando”, diz Bolsonaro sobre demissão de diretor do Inpe




FOTO: MARCOS CORRÊA/PR


A polêmica entre Ricardo Galvão e Bolsonaro se deu após o Instituto ter divulgado uma pesquisa sobre o aumento no desmatamento da Amazônia

O presidente Jair Bolsonaro se pronunciou pela primeira vez sobre a demissão do diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Ricardo Galvão. Ao sair do Palácio do Planalto, na manhã deste domingo 04, o pesselista afirmou não haver mais clima para a permanência de Galvão no Instituto.

“Eu não peço. Certas coisas, eu mando. Por isso que sou presidente. Após as declarações dele a meu respeito, pessoais, não tinha clima para continuar mais. Não tinha clima”, disse Bolsonaro.


 

O presidente informou que o nome substituto de Galvão será decidido pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.

Na última sexta-feira, Galvão anunciou que seria exonerado do cargo após desavenças com o presidente. O diretor se reuniu com Marcos Pontes para esclarecer algumas polêmicas “Minha fala sobre o presidente gerou constrangimento, então, eu serei exonerado”, disse Galvão.

A polêmica entre Galvão e Bolsonaro se deu após o Instituto ter divulgado uma pesquisa sobre o aumento no desmatamento da Amazônia. O presidente afirmou que o Inpe estava agindo a serviço de alguma ONG. “Você pode divulgar os dados, mas tem que passar pelas autoridades até para não ser surpreendido. Até por mim, eu não posso ser surpreendido por uma informação tão importante como essa daí”, afirmou Bolsonaro.

Após a fala de Bolsonaro, Galvão rebateu: “Ao fazer acusações sobre os dados do Inpe, na verdade ele faz em duas partes. Na primeira, ele me acusa de estar a serviço de uma ONG internacional. Ele já disse que os dados do Inpe não estavam corretos segundo a avaliação dele, como se ele tivesse qualidade ou qualificação de fazer análise de dados“.

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A pesquisa polêmica

Dados preliminares do Inpe mostram que mais de 1 mil km² de floresta amazônica foram devastados só na primeira quinzena de julho deste ano. O número representa um aumento de 68% em relação a julho de 2018. O levantamento é do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), plataforma criada em 2004 que produz, diariamente, alertas de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que três hectares. Os alertas são enviados automaticamente ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Procurado, o Inpe afirmou a CartaCapital que o objetivo do sistema Deter é disponibilizar dados em tempo real. Isso quer dizer que submetê-los à consulta do presidente da República antes da divulgação fugiria da praxe do órgão e do propósito da plataforma. Além disso, o Instituto publica relatórios mensais para reunir esses dados. Esses documentos, segundo a instituição, já são submetidos ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTIC) e ao Ibama antes da divulgação

Infestação de muriçocas e mosquitos assusta população em Santa Cruz do Capibaribe






Moradores de vários bairros de Santa Cruz do Capibaribe entraram em contato com a equipe do Blog Merece Destaque para relatarem suas preocupações e os transtornos sofridos devido à grande quantidade de muriçocas e mosquitos existentes na cidade.

De acordo com populares, ninguém aguenta a quantidade destes insetos, principalmente nos finais de tarde e a preocupação maior é que grande parte dos insetos vistos são aparentemente do Aedes Aegypti, o mosquito da Dengue.

Recentemente foi registrado um caso de Dengue hemorrágica em Santa Cruz do Capibaribe,  a forma mais grave da doença que causa alterações na coagulação sanguínea provocando hemorragias e se a doença não for rapidamente tratada, pode levar à morte.

Já é sabido que para prevenir a dengue é necessário evitar o acúmulo de água, uma vez que o mosquito deposita seus ovos em recipientes ou locais cheios do líquido. No entanto, existem diversas dicas que podem turbinar a prevenção da dengue. Veja:

Evite o acúmulo de água


Coloque tela nas janelas


Coloque areia nos vasos de plantas


Seja consciente com seu lixo


Coloque desinfetante nos ralos


Limpe as calhas


Uso de inseticidas e larvicidas


Uso de repelente

Atualmente, foi descoberto que a fêmea do Aedes Aegypti não se reproduz somente em água limpa e parada, pelo contrário. O mosquito pode se reproduzir em águas com altos níveis de poluição, como o esgoto por exemplo. A fêmea observa vários fatores influenciáveis ao crescimento das larvas, como a temperatura, luminosidade e resquícios de matéria orgânica. As larvas do Aedes são sensíveis à luz, o que faz com que se desenvolvam bem em águas turvas.

Como Santa Cruz do Capibaribe é uma cidade repleta de esgotos a céu aberto a quantidade de mosquito é muito grande e é necessário que haja a intervenção do poder público urgentemente para evitar infestação e proliferação de doenças como Dengue, Zika e Chikungunya

Bolsonaro ataca de novo: Brasil está sob nova direção



Em mais uma manifestação de agressividade extrema, inédita desde a ditadura militar, Jair Bolsonaro qualificou em seu perfil no Facebook as pessoas que divulgam informações sobre o país que o desagradam de "TRAIDORES DA PÁTRIA" (grafando em maiúsculas).


Também com letras maiúsculas continuou: "O BRASIL está sob NOVA DIREÇÃO". 


O novo ataque de Bolsonaro tem endereço certo: o ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, demitido nesta sexta (2).


O INPE havia detectado aumento de 88% no desmatamento na Amazônia em junho comparado ao mesmo mês no ano passado e de 40% no acumulado dos últimos doze meses (até 31 de julho).


Há duas semanas, em 19 de julho, Bolsonaro chamou de mentirosos os dados do Inpe que indicavam este aumento brutal da destruição da Amazônia sob sua gestão, durante um café da manhã com jornalistas convidados.(BR 247)


Governadores do Nordeste criam bloco e consolidam polo à esquerda



A estratégia ficou visível na última segunda (29), quando os governadores formalizaram em Salvador a criação do Consórcio Nordeste, entidade que viabilizará parcerias entre os estados da região

Por: Folhapress 

Governador do Maranhão, Flávio DinoFoto: Valter Campanato/Agência Brasil


Em contraponto à gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL), eles se uniram em torno de um projeto comum e começam a consolidar um novo polo de poder na esquerda pós-Lula (PT).


Com a força política de suas canetas, os governadores dos nove estados do Nordeste –sete deles de partidos de esquerda – intensificaram agendas conjuntas, afinaram o discurso e tentam dar peso político à região onde vivem 55 milhões de brasileiros.

Para isso, deixaram em segundo plano o debate sobre costumes, na qual a polarização com Bolsonaro tende a atingir níveis ainda mais críticos, e trouxeram para o centro da discussão temas com maior impacto no cotidiano da população, como emprego, saúde e segurança.

A estratégia ficou visível na última segunda (29), quando os governadores formalizaram em Salvador a criação do Consórcio Nordeste, entidade que viabilizará parcerias entre os estados da região. 

Em entrevista à imprensa, eles negaram que a proposta fosse um contraponto a Bolsonaro. Mas, politicamente, todos os signos que apontavam nessa direção estavam lá.

Perfilados lado a lado, os governadores posaram para fotos após o lançamento do projeto. Atrás deles, um banner trazia um slogan com discurso nacional: "Consórcio Nordeste: o Brasil que cresce unido".

A escolha não foi ao acaso. A ideia de união do slogan é um contraponto direto a Bolsonaro, que segue a lógica do conflito em seu governo.

Do grupo, despontam dois nomes que podem disputar a eleição presidencial em 2022: Flávio Dino (PC do B), do Maranhão, e Rui Costa (PT), da Bahia. No discurso de ambos, a ideia de contraponto também esteve presente, nem sempre de forma tão sutil.

Dino afirmou que o consórcio mostra uma "diferença muito clara entre formas de governar" de Bolsonaro e dos governadores nordestinos, que propõem "uma agenda real, sintonizada com as necessidades do Brasil".

"Não queremos confusão, perseguição e conflito. Queremos união e paz em favor do Brasil. Mas também não aceitaremos agressividade e temos firmeza para defendermos nossos estados e nossa região", afirmou Dino, que recentemente foi chamado por Bolsonaro de "pessoa intragável".

Presidente do Consórcio Nordeste, Rui destacou por várias vezes a palavra união e citou o grupo como uma iniciativa para "ajudar o país a crescer e superar a crise".

Três dias depois, quando voltou à cidade de Vitória da Conquista (BA) após embate com o presidente sobre o novo aeroporto da cidade, adotou tom mais duro: afirmou que Bolsonaro "não tem trabalho para apresentar" e acusou o governo federal de "dar calote" ao atrasar repasses para obras com recursos federais.

Mesmo com a postura crítica ao presidente, os governadores buscam mostrar-se como uma oposição mais palatável e abrangente. No campo político, eles têm um leque de aliados locais, que inclui o DEM no Maranhão, Ceará e Paraíba e o PP na Bahia, Pernambuco e Piauí.

Na esfera administrativa, os governadores buscam, com um perfil mais pragmático, descolar-se da esquerda. Falam em parcerias público-privadas, privatizações e modelos que impulsionem o crescimento econômico da região.

Em novembro, os nove gestores farão uma viagem conjunta a quatro países da Europa para conversas com investidores. Em outro contraponto a Bolsonaro, pretendem dar ênfase ao discurso ambiental como um ativo para quem pretende investir na região.

Um dos alvos é o setor de saneamento. A tendência é que as estatais no Nordeste abram capital ou firmem parcerias privadas para potencializar investimentos.

Esse movimento deve acontecer a despeito da oposição de partidos aliados (como o PT), que defendem o modelo estatal para as empresas de água e saneamento.

Os opositores dos governadores, por outro lado, veem o Consórcio Nordeste e a atuação conjunta como uma forma de "criar espuma" enquanto os estados enfrentam uma grave crise financeira, com investimentos em baixa e salários de servidores sem reajuste.

Diz o deputado Targino Machado (DEM), líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia: "Eles [governadores] criaram uma espécie de poder paralelo frente ao governo federal, mas no fundo querem apenas aparecer. Não tem como dar certo".

Preso terceiro suspeito do assassinato de veterinária em Igarassu


Reprodução Facebook

A Polícia Militar prendeu na madrugada do último sábado (3), o terceiro e último suspeito do assassinato da veterinária Nathália Regina de Andrade Magalhães, 34 anos, ocorrido na última terça-feira (30), no município de Igarassu.De acordo com nota divulgada pela PM, a prisão foi possível a partir de dados repassados por uma equipe do Batalhão da Rádio Patrulha, informando que o acusado estaria escondido, com a ajuda de familiares, no Bairro de Botafogo, em Araçoiaba. Com as informações, os policiais fizeram rondas no local e conseguiram localizar o suspeito que estava em uma pousada, onde foi preso e levado para Delegacia de Plantão em Paulista, na Região Metropolitana do Recife.

Na última sexta-feira (3), a Polícia prendeu, no município de Lagoa do Carro, na zona da mata norte de Pernambuco, três suspeitos do crime. Segundo a Polícia Militar, Fabrício Alves Gomes Ferreira, 19 anos, conhecido por “galego”, é suspeito de ter dado o disparo contra a veterinária, que atingiu o pescoço da vítima. Os outros dois presos são Wellyngton da Silva Chaves, 19, e Amanda Gabriella da Silva, 21 anos. Os três foram encaminhados à Delegacia de Carpina, onde ficarão à disposição das investigações comandadas pela Polícia Civil. 

 

“Desde o fato, no último dia 30, nossas guarnições realizaram várias diligências que levaram à localização da paraty, carro utilizado durante o homicídio, encontrada no mesmo dia. Através da denúncia de pessoas, chegamos a um possível suspeito, Gilliard Cândido da Silva. Em sua residência, foi achada uma pequena quantidade de maconha, quatro munições calibre 380 e três munições calibre .40 (que tem uso restrito. De imediato, foi dada voz de prisão a ele, pelos materiais apreendidos. Ele foi encaminhado à Delegacia de Paulista e lá ele confessou ter emprestado um revólver calibre .38 à pessoa que matou a veterinária”, contou o major Carlos Siquene, sub-comandante do 26º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento dos municípios de Igarassu, Itapissuma, Itamaracá e Araçoiaba. 

Segundo major Siquene, Gilliard também informou à polícia, na última quarta-feira (31), que os suspeitos de matar Nathália estariam morando em Carpina. Foi acionado o serviço de inteligência da Polícia Militar e às 8h desta sexta-feira (02), a PM descobriu o endereço onde os suspeitos estariam escondidos. 

“Chegando lá, foi encontrada apenas Amanda Gabriella. Ela tentou esconder e desviar a informação, mas populares informaram que os Fabrício e Wellynton tinham estado lá. Após um tempo, Amanda confessou o local onde os dois estavam escondidos, na Rua da Prata, número 658, bairro Vila da Prata, município de Lagoa do Carro”, contou o tenente coronel Robson Cordeiro, comandante do 2º BPM. Segundo ele, Fabrício e Wellynton ainda tentaram fugir pulando o muro de várias casas, mas foram detidos por equipes do Grupo de Apoio Tático Itinerante (GATI). Com eles, ainda foram apreendidos um celular LG k10, um celular Nokia, um celular Microsoft e 43g de maconha. 

A Polícia Militar não soube informar se Amanda teve participação direta no dia do homicídio ou se apenas ajudou a esconder os criminosos. Na próxima semana, a Polícia Civil informou que esclarecerá outros detalhes a respeito das investigações. O crime está sendo investigado pelo delegado Magnno Feitosa, da 6ª Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa. 

ENTENDA

A veterinária Nathália Regina Magalhães, 34 anos, foi assassinada na última terça-feira (30), em uma estrada de terra do Engenho Monjope, área rural de Igarassu, município da Região Metropolitana do Recife (RMR). Ela estava dirigindo um Renault Duster quando os bandidos trancaram seu carro e anunciaram o assalto. Nathália tentou reagir e levou um tiro no pescoço. Mesmo baleada, ainda conseguiu dirigir por mais alguns metros e, em seguida, morreu no local. Ela estava acompanhada de um colega de trabalho, que não ficou ferido. Os bandidos levaram a bolsa da veterinária. A Paraty roubada utilizada no crime, de placa MNU-3226, foi encontrada no mesmo dia no Engenho Ubu, em Itapissuma

Homem mata companheira e comete suicídio em Limoeiro

Gilson Joaquim Vieira, de acordo com familiares, teria histórico de depressão. Eliane da Silva Cruz trabalhava com entregas no Recife

Por: Lorena Silva

O casal havia reatado a relação em junho, após três anos. Foto: Arquivo/ Família

Mais um caso de feminicídio é registrado no interior do Estado. Um homem matou sua companheira e suicidou-se em seguida, no município de Limoeiro, Zona da Mata de Pernambuco, na noite da sexta-feira (2). Segundo a Polícia Civil, a vítima, Eliane da Silva Cruz, de 32 anos, foi morta por disparos de arma de fogo efetuados por Gilson Joaquim Vieira, de 40 anos, que em seguida atirou na própria cabeça.

O crime teria acontecido por voltas de 21h, na residência do casal. Eliane e Gilson casaram em 2016, mas haviam se separado. Entretanto, o casal se encontrava rotineiramente. Em junho, eles reataram a relação e voltaram a morar juntos. O crime aconteceu um pouco depois de uma saída do casal para um bar na localidade. O crime aconteceu ao retornarem para casa.

Familiares de Gilson encontraram o casal antes do ocorrido e não notaram nenhuma diferença de comportamento de ambos. Geanne Vieira, irmã de Gilson, disse a Redação OP9 que ele tinha um histórico de agressão, e que uma vez teria tentado matar uma companheira anterior. Além disso, a irmã também revelou que Gilson tinha sinais de depressão: “Ele vivia dizendo que ia se matar”, relatou.

A família de Eliane comentou que percebia um comportamento agressivo por parte de Gilson, na forma como ele falava e agia com ela – sendo um dos motivos do término dos dois. A vítima trabalhava com entregas no Recife. Ambos tinham dois filhos, mas de outros relacionamentos. Os dois corpos estão sendo analisados no Instituto Médico Legal (IML), de Santo Amaro.

Segundo a Polícia Civil, as investigações seguirão sob sigilo até a completa elucidação do ocorrido, bem como a causa jurídica das duas mortes.