quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Caetés Fest tem sua programação divulgada. Confira



O prefeito Armando Duarte anunciou  ontem, a programação do Caetés Fest, o carnaval fora de época da cidade,  que já virou uma tradição no agreste meridional.

Anúncio foi feito numa entrevista do prefeito ao repórter Gilmar Alves, com transmissão pela TV Web Caetés da Gente.

Na oportunidade, Armando apresentou também a grade de programação oficial da comemoração dos 56 anos de Emancipação política do município.

FESTA DE SÃO CAETANO

Com ampla programação religiosa, a Paróquia de São Caetano realizou a festa do padroeiro do município. Foi a primeira sob a orientação do padre Marcelo Protásio que, chegou a Caetés no início deste ano.

O sacerdote recebeu durante os festejos vários religiosos de outras paróquias,  que colaboram nas celebrações da programação festiva.

Prefeito Armando Duarte prestigiou a festa do padroeiro, inclusive participando da procissão e na celebração eucarística, no último domingo, quando foi encerrada a programação.

Ao lado do aliado " Mão Santa" Bolsonaro inaugura escola com seu nome no Piauí



Bolsonaro vai ao Piauí inaugurar escola com seu nome

Durante a viagem, também está prevista a participação o presidente na inauguração de uma avenida com o nome do ex-presidente João Figueiredo, que governou o Brasil durante a ditadura militar (1979-1985)

 

O presidente Jair Bolsonaro deve participar nesta quarta-feira (14) da inauguração de uma escola militarizada batizada com o seu nome em Parnaíba (PI). Ele fará a visita acompanhado do prefeito da cidade, Francisco de Moraes Souza, o Mão Santa (MDB), primeiro governador cassado do País por acusações de corrupção.

Durante a viagem ao Piauí, também está prevista a participação de Bolsonaro na inauguração de uma avenida com o nome do ex-presidente João Figueiredo, que governou o Brasil durante a ditadura militar (1979-1985)


A visita inclui, ainda, um sobrevoo na região das obras do projeto de agricultura irrigada dos Tabuleiros Litorâneos. Em junho, Mão Santa esteve em Brasília para pedir o apoio de Bolsonaro e mais recursos ao projeto.

Os dois são aliados desde o período de pré-campanha eleitoral, em 2017, quando Mão Santa foi cotado como vice na chapa de Bolsonaro. Na época, o então deputado chamou a sua relação com Mão Santa de "namoro hétero", como costuma se referir aos principais aliados.

Esta é a terceira vez em um mês que Bolsonaro viaja ao Nordeste. Nas últimas semanas, ele esteve em Vitória da Conquista e Sobradinho, na Bahia. As idas ocorrem após o presidente ter chamado governadores da região de "paraíba" - expressão usada no Rio de Janeiro para se referir, de forma pejorativa, aos nordestinos.

A escola erguida pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) foi alvo de críticas de oposicionistas no Piauí por ser batizada com o nome de uma autoridade viva. O nome será Escola Presidente Jair Messias Bolsonaro, segundo a assessoria de imprensa do Sesc no Piauí. Ao Estadão/Broadcast, a assessoria também confirmou a ida de Bolsonaro à inauguração.

De acordo com a Lei 6.454, de 24 de outubro de 1977, "é proibido, em todo o território nacional, atribuir nome de pessoa viva a bem público, de qualquer natureza, pertencente à União ou às pessoas jurídicas da Administração indireta".

Em entrevista, o presidente do conselho regional do Sesc-PI, Valdeci Cavalcante, defende que a instituição, assim como a Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), faz parte do setor privado, portanto não se enquadraria na regra. "Como pessoa do direito privado, pode homenagear qualquer pessoa", justificou Cavalcante.

Além de ministros do governo, senadores como Ciro Nogueira (PP-PI) e Elmano Férrer (Podemos-PI) vão acompanhar a visita presidencial ao Estado nesta quarta-feira. A assessoria de imprensa de Bolsonaro ainda não detalhou oficialmente qual será a agenda da viagem.

9 homicídios registrados em PE nas últimas 24 horas

Registrados 9 homicídios em 24 horas em Pernambuco; Em Caruaru, polícia apreende menor suspeito de matar um jovem a tiros



Foto: Edvaldo Magalhães/Rádio Liberdade

Nove pessoas foram assassinadas nas últimas 24 horas em Pernambuco. Quatro crimes aconteceram no Grande Recife e cinco no interior. No mês de agosto já foram registrados no Estado 95 homicídios e no ano 2.097 crimes.


Em Caruaru, um jovem de 21 anos foi assassinado no final da manhã desta terça-feira (13). Cleiton Manoel dos Santos Granja, ex-interno da Funase, foi morto a tiros na rua Major Miguel de Frias, bairro Santa Rosa. A vítima residia na Rua do Índico, no mesmo bairro.

A Polícia Civil apreendeu um menor suspeito de ter executado o jovem, após informações passadas ao Disque Denúncia Agreste. Ele estava se escondendo no bairro José Liberato, foi levado para a 3ª Delegacia e nesta quarta-feira (14) será apresentado no Ministério Público. Outro menor que também teria participação no crime já foi identificado.

Com este homicídio, sobe para 7 o número de pessoas assassinadas no mês de agosto, em Caruaru. De janeiro até agora são 106 crimes.

 

Razões para o Trabalhador se preocupar com a Liberdade Econômica do Bolsonaro

MP da ‘Liberdade Econômica’ retira direitos, enfraquece fiscalização e facilita descumprimento da lei trabalhista


Repórter Brasil


Projeto que deve ser votado hoje na Câmara promove continuação da Reforma Trabalhista. Além de acabar com pagamento em dobro aos domingos, texto enfraquece a fiscalização de empresas e a cobrança de direitos na Justiça, dificultando a punição a maus empregadores


Fim do pagamento dobrado ao domingo, folga nesse dia só uma vez a cada sete semanas, camponeses sem descanso em épocas de safra por até 14 dias e empregados que não batem o ponto. A medida provisória da Liberdade Econômica (MP 881/2019), que deve ser votada hoje (13) na Câmara dos Deputados, retira alguns direitos dos trabalhadores, mas mesmo os que forem preservados não estarão garantidos: ao tirar poder da fiscalização e dificultar a cobrança na Justiça, o texto abre caminho para a impunidade, facilitando o desrespeito à legislação.

Editada em 30 de abril pelo presidente Jair Bolsonaro com o objetivo de facilitar o surgimento de novos negócios e desburocratizar o país, a MP passou a tramitar em caráter de urgência no Congresso Nacional, onde ganhou novos dispositivos, incluindo uma continuação da reforma trabalhista. A Repórter Brasilconsultou 13 procuradores, advogados, auditores, sindicatos e associações, que levantaram pontos da medida provisória que podem complicar a vida do trabalhador (veja lista abaixo).

Uma das principais ameaças do texto é acabar com o pagamento das horas extras. Embora esse direito continue garantido pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), a medida provisória  “praticamente destrói” o controle de ponto, segundo nota elaborada por auditores fiscais do trabalho vinculados ao Instituto Trabalho Digno. Bater ponto deixará de ser obrigatório para empresas com até 20 empregados (atualmente, o limite é de até dez). Além disso, o texto amplia o chamado “ponto por exceção”. Por esse sistema, os registros de entrada e saída só serão feitos quando o trabalhador fizer um horário diferente do habitual – para qualquer tipo de empresa, bastando que seja assinado um acordo individual com o empregado.

O presidente Jair Bolsonaro participa de solenidade de assinatura da medida provisória da liberdade econômica (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

“Isso é um convite à burla. Os empregados podem abrir mão da hora extra por medo de ter uma promoção negada, de uma sanção disciplinar ou de outros constrangimentos”, afirma o auditor Luiz Alfredo Scienza, vice-presidente do instituto e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

O desrespeito ao pagamento das horas extras não é ruim apenas para o bolso do empregado: ele pode tornar comuns as jornadas excessivas, resultando em um aumento no número de acidentes de trabalho, segundo avaliação do secretário jurídico do Ministério Público do Trabalho (MPT), Márcio Amazonas Cabral de Andrade. “Os acidentes crescem exponencialmente nas últimas horas de trabalho”, afirma. 

O maior custo de um acidente de trabalho é o social, causado ao trabalhador e à sua família, mas há também um impacto aos cofres públicos: a Previdência Social gastou quase R$ 80 bilhões para pagar benefícios decorrentes de acidentes de trabalho entre 2012 e 2018, segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho. “Qual o interesse de se tirar o peso do bolso do produtor e botar no bolso do contribuinte?”, questiona Andrade.

O atual governo vem batendo na tecla de que a legislação dificulta o surgimento de novos negócios e a geração de empregos. No começo do ano, o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a chamar a CLT de “fascista”. A capacidade do governo de reduzir direitos trabalhistas, porém, é limitada, pois parte deles são garantidos pela Constituição e podem ser considerados ‘cláusulas pétreas’, que não podem ser alteradas pelo Congresso. É o caso de férias, 13º salário, jornada de oito horas e pagamento de hora extra com acréscimo de 50%. Enfraquecer a fiscalização e a punição das violações pode acabar por cumprir indiretamente o objetivo de desregulamentar o mercado de trabalho.

Fiscalizar sem punir

A conquista e a retirada de direitos sociais sempre fez parte do jogo político, mas o ataque à fiscalização promovido pela MP “é inédito”, avalia Ricardo Quintas Carneiro, sócio do escritório LBS Advogados. “Há uma simbologia envolvida. Nenhum governo anterior atacou diretamente a fiscalização.”

O projeto amplia a permissão para a dupla visita dos auditores fiscais do trabalho, fazendo com que parte das grandes corporações possam ser apenas advertidas na primeira passagem do fiscal. Aumentar a dupla visita pode incentivar empresas a só cumprirem a lei caso um fiscal apareça, segundo avaliação tanto de procuradores como de auditores fiscais.

O texto também facilita a apresentação de recursos por parte da empresa, dificulta a interdição de locais irregulares e abre espaço para a politização dos julgamentos após a aplicação de multas trabalhistas, retirando de órgãos técnicos a palavra final sobre as autuações. Isso pode dificultar a inclusão de empresas na ‘lista suja’ do trabalho escravo, segundo auditores fiscais.

A MP também propõe uma disputa entre os órgãos do poder público para a assinatura de acordos com empresas infratoras, o que limita o poder do MPT de propor Termos de Ajuste de Conduta (TACs).

Tramitação sem debate

Organizações ouvidas pela reportagem criticam a forma como as alterações na Legislação estão sendo propostas: acrescentadas ao texto de uma medida provisória, sem debate com a sociedade e de forma paralela às discussões da reforma da Previdência.

Caso a medida provisória seja aprovada pelo Congresso, trabalhadores rurais poderão ficar sem folgas no período de safra (Foto: Verena Glass/Repórter Brasil)

Entidades que acompanham a tramitação relataram dificuldades para analisar o que deve ser votado hoje pela Câmara, dadas as idas e vindas na redação da MP, que tramita de maneira célere e confusa no Congresso. O deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) apresentou a primeira versão oficial do relatório dois dias antes da votação pela comissão especial mista, triplicando o texto enviado pelo Executivo. Horas antes da aprovação, o relatório foi reapresentado com mudanças substanciais. Na última sexta-feira (9), após conversa com parlamentares, surgiu uma terceira versão, mais enxuta, que está passando por um pente-fino antes de ir a plenário e pode ter novas alterações. Caso seja aprovado hoje pelos deputados, o projeto precisará ser votado até o dia 27 no Senado para virar lei. 

Além da rapidez da tramitação, o procurador Márcio de Andrade vê uma “desarmonia dos poderes da República” na discussão da MP, com a prevalência das posições do Executivo sobre as vontades do Parlamento. “Conversei com parlamentares e eles disseram ‘eu queria tirar isso, mas é um pedido do ministério da Economia’. Esse discurso a gente não pode comprar.”

“Pela complexidade desta MP, ela tem que ser bem discutida. Isso é uma postura autoritária do governo e do Congresso, de fazer o debate com pressa. Qual a urgência? Estão tentando passar com rolo compressor coisas de que a sociedade nem tomou consciência”, critica Aristides Santos, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

Procurado pela Repórter Brasil, o relator do projeto na comissão, Jerônimo Goergen (PP-RS), nega que a MP tenha passado pela comissão especial sem debate. “Isso não é verdade. Foram apresentadas 301 emendas, e só isso já demonstra o envolvimento dos parlamentares. Tivemos emendas de todos os partidos acolhidas”. Segundo o deputado, e os procedimentos de tramitação e os prazos foram acordados com todos os membros da comissão, incluindo a oposição.

Sobre a retirada de poder dos auditores fiscais, o deputado considera um procedimento de desburocratização. “Estamos transformando o Estado em educativo, e não em punitivo e arrecadatório como é hoje. A retirada de poder dos auditores fiscais é para dar confiança ao empresário brasileiro, que hoje não tem.” 

O Ministério da Economia afirmou que se pronunciará após a aprovação da medida. 

Confira, abaixo, as principais mudanças propostas pela medida provisória relacionadas à questão trabalhista:

1. Empregado poderá trabalhar aos domingos sem pagamento em dobro

Uma das principais mudanças introduzidas pela medida provisória é a liberação do trabalho aos domingos e feriados para todas as categorias. O texto permite, inclusive, que professores possam dar aulas nesses dias. O projeto em tramitação continua garantindo que o trabalhador terá direito a uma folga semanal, mas ela só precisará coincidir com o domingo uma vez a cada sete semanas. Ao conceder descanso em outro dia, o empregador ficará dispensado do pagamento em dobro pelo domingo trabalhado. Na prática, trabalhar ao domingo não trará nenhum benefício para o trabalhador, nem financeiro. 

Atualmente, a CLT diz que a folga semanal dos trabalhadores precisa coincidir com o domingo, exceto quando houver necessidade – caso do setor de transportes, hospitais ou restaurantes, por exemplo. A MP 881 acaba com a ideia de que o trabalho aos domingos e feriados seja uma exceção. A folga nesses dias garante a vida comunitária, permitindo o convívio entre pais e filhos, o lazer e a participação em atividades sociais ou religiosas. 

“Se uma das metas do governo é proteger o instituto da família, isso está completamente na contramão. Com quem as crianças vão ficar no final de semana? Quando o marido vai ver a esposa se o domingo de folga deles não coincidir?”, questiona o procurador do trabalho Márcio de Andrade.

A MP 881 também libera os bancos para abrir aos sábados. Se as agências aderirem, os bancários podem ter que trabalhar um dia a mais.

2. Trabalhadores rurais ficarão sem folgas em época de safra

O projeto em tramitação é ainda mais penoso para o trabalhador rural: em época de safra, o trabalho aos finais de semana e feriados poderá ser exigido sem a necessidade de folga ao longo da semana.

“Isso pode levar o empregado a trabalhar 15 dias sem descanso semanal”, avalia Aristides Santos, presidente da Contag. Essa interpretação entra em choque com a Constituição, que garante o direito a um repouso semanal remunerado para todos os trabalhadores. 

Para o MPT, a previsão de trabalho sem descanso “reduz o trabalhador rural à condição análoga à de escravo, permitindo sua submissão à jornada exaustiva”.

3. Contratos acima de 30 salários mínimos poderão perder férias de 30 dias e outras garantias da CLT

O projeto em tramitação também pretende excluir a aplicação da CLT para empregados com remuneração superior a 30 salários mínimos (R$ 29.940), por meio de contrato individual assinado na presença de advogados. Para eles, poderiam continuar garantidos apenas os direitos previstos no artigo 7º da Constituição.

Embora a Constituição garanta férias remuneradas a todos os trabalhadores, com adicional de um terço, é a CLT que determina que o descanso deve ser de 30 dias. Outras garantias que só estão na lei trabalhista e que podem deixar de valer para esses trabalhadores são os intervalos no meio da jornada – para almoço, por exemplo – e o descanso mínimo de 11 horas entre um dia e outro de trabalho, segundo o advogado trabalhista Antônio Fernando Megale Lopes. 

Para quem ganha mais de 30 salários, o adicional de transferência – pagamento complementar para quem é enviado para outra cidade – e o salário-família também são benefícios que podem deixar de ser obrigatórios, assim como as jornadas especiais, garantidas a médicos e bancários, por exemplo. “Isso pode ser o início do fim dos direitos do trabalho”, afirma o procurador Márcio de Andrade.

4. Fiscal não poderá multar na primeira visita 

Na visita do fiscal às empresas, um flagrante de problemas trabalhistas não corresponderá, necessariamente, a uma punição. O motivo é que o projeto de lei amplia o benefício da dupla visita. Quando o empreendedor tiver esse direito, a primeira visita do fiscal servirá apenas para orientá-lo. Só será possível lavrar um auto de infração se, em uma segunda inspeção, a empresa não tiver corrigido sua postura.

Hoje, a legislação restringe a dupla visita a companhias recém-inauguradas, leis novas e às micro e pequenas empresas. Nos dois primeiros casos, o prazo para adaptação era de 90 dias. Agora ele dobrou. Além disso, a MP acrescenta no grupo as empresas e locais de trabalho com até 20 empregados. Com isso, uma grande empresa do agronegócio pode se livrar de autuação se tiver equipes de colheita com menos de 20 trabalhadores rurais, independentemente do seu faturamento. 

O projeto dá algumas exceções à dupla visita – caso de a primeira fiscalização encontrar trabalhadores sem carteira assinada, trabalho infantil ou trabalho análogo à escravidão. 

5. Após multa, empregador poderá recorrer sem pagar e terá julgamento final não técnico

Mesmo com as limitações impostas ao trabalho dos fiscais, caso a empresa seja autuada, ela não precisará pagar a multa imediatamente se entrar com um recurso. O depósito do pagamento era obrigatório para a empresa recorrer, porém, com a publicação da Súmula Vinculante 21 do STF em 2009, ficou garantido o direito ao recurso sem pagamento da multa – o que o projeto, agora, quer transformar em lei.

Se o recurso for levado à segunda instância, ele deixará de ser julgado pela Coordenação Geral de Recursos, unidade formada só por auditores concursados. Pela proposta que está no Congresso, a palavra final passaria para uma comissão tripartite, formada por representantes do governo, das empresas e dos trabalhadores designados pelo secretário especial de Previdência e Trabalho, uma indicação política.

“O medo é que os recursos deixem de ser julgados com base em critérios puramente técnicos e passem a ser julgados com o recorte político”, afirmou um auditor fiscal do trabalho, que falou sob a condição de anonimato. 

6. Politização dificultará inclusão de empresas na ‘lista suja’ do trabalho escravo

Como prevê a criação de uma instância julgadora menos técnica e mais submetida a pressões políticas, dentro do Ministério da Economia, a MP pode dificultar a inclusão de empresas na ‘lista suja’ do trabalho escravo. Isso acontece porque os empregadores  só entram no cadastro divulgado semestralmente pela pasta depois que todos os seus recursos administrativos tiverem sido julgados.  

O auditor fiscal Luiz Alfredo Scienza explica que os autos de infração trabalhista têm, em geral, valores baixos, o que faz com que grandes empresas prefiram, muitas vezes, pagar as multas em vez de questioná-las. O problema é quando, além do prejuízo financeiro, a infração pode causar um dano grave à imagem da companhia, como é o caso dos flagrantes de trabalho escravo. “Essa instância poderá derrubar um auto de infração de trabalho escravo. É uma medida extremamente grave”, afirma Scienza. 

7. Trabalhador terá mais dificuldade de receber indenização na Justiça

Tentar recuperar verbas não pagas ou receber indenização por acidente de trabalho na Justiça também ficará mais complicado em caso de falência da empresa. A MP 881 aprofunda a separação entre o patrimônio da companhia e o dos seus donos. Ou seja, se a empresa fechar e ficar devendo para seus funcionários, apenas os bens registrados em nome da companhia poderão amenizar o prejuízo – os bens dos sócios ou administradores não serão considerados A única exceção é no caso de ficar comprovado que os sócios ou administradores cometeram fraude.

A medida provisória não livra apenas os sócios do pagamento das dívidas caso uma empresa tenha falência decretada. O texto também isenta outras companhias de um mesmo grupo econômico de pagar a conta. As construtoras, por exemplo, costumam abrir um CNPJ diferente para cada obra. Assim, caso o empreendimento corra mal, a construtora só arcará com o prejuízo em caso de comprovação de má fé.

Pela legislação atual, quando a empresa não tem bens suficientes para quitar suas dívidas, a Justiça do Trabalho pode fazer com que seus sócios ou que outras empresas do mesmo grupo arquem com o prejuízo. Saber desse risco faz com que o empregador tenha mais responsabilidade ao gerir seu negócio. 

O advogado Ricardo Carneiro lembra que, hoje, muitos processos na Justiça do Trabalho já se encerram sem o pagamento ao trabalhador por causa da dificuldade de encontrar qualquer patrimônio que cubra as dívidas deixadas. Agora, a situação deverá piorar. “O objetivo dessas medidas é dificultar e inviabilizar o crédito trabalhista”, afirma o advogado Ricardo Carneiro.

8. MPT terá dificuldades para firmar acordos

Outra medida prevista na MP diz que o poder público só poderá firmar um único acordo com empresas infratoras. Com isso, os procuradores do MPT ficarão impedidos de assinar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) se o Executivo negociar com a companhia antes.

“A nossa investigação é demorada. O TAC é firmado depois de um inquérito civil, feito com total responsabilidade. Não se pode criar uma corrida maluca para ver quem firma o seu acordo primeiro”, considera o secretário jurídico do MPT, Márcio de Andrade. Para o procurador, a medida quebra a autonomia do Ministério Público, o que é inconstitucional. “Não pode haver uma sobreposição do poder Executivo em relação aos demais poderes.”

O TAC permite que a empresa assuma voluntariamente um compromisso formal de cessar eventuais irregularidades. Se não puderem negociar acordos, os procuradores do trabalho só terão a opção de entrar com ação civil pública, o que poderá sobrecarregar a Justiça trabalhista. 

9.Fiscais não poderão interditar locais insalubres ou perigosos 

A MP afirma que auditores fiscais não poderão pedir a interdição imediata de locais que apresentem riscos à segurança dos trabalhadores, contrariando decisão judicial em vigor. O texto diz que a interdição ou o embargo precisa ser decretado pela “autoridade máxima regional” da fiscalização. Atualmente, essa função cabe ao superintendente regional do trabalho, cargo ocupado por indicação política.

“O auditor fiscal tem estabilidade, porque é concursado, mas a autoridade máxima não tem. Além de diminuir a possibilidade de embargo, a medida coloca esse poder sob os cuidados de uma pessoa que pode ser exonerada a qualquer momento”, alerta o coordenador nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho (Codemat) do MPT, Leonardo Osório Mendonça.

A legislação atual possui formulação similar. No entanto, uma portaria editada em 2014 pelo extinto Ministério do Trabalho permitiu que auditores fiscais do trabalho peçam interdição ou embargo imediatos quando se depararem com situação de perigo iminente à vida, à saúde ou à segurança dos trabalhadores. A portaria foi publicada para cumprir uma determinação do TRT da 14ª Região (Rondônia e Acre), em resposta a uma ação civil pública apresentada pelo MPT em 2013. 

Além do risco de politização, a mudança pode atrasar a adoção de medidas emergenciais para a segurança do trabalhador. “Se o auditor chega em uma obra e vê um andar que está sem proteção e pode causar o risco de morte, hoje ele tem o poder e o dever de interditar. Se a MP for aprovada do jeito que está, ele perderá esse poder”, explica o secretário jurídico do MPT, Márcio de Andrade.

Ex-presidentes do Sport são suspensos do quadro de sócios e serão investigados pelo MP

João Humberto Martorelli (D) teve Arnaldo Barros como seu vice de futebol. Foto: JC Imagem


Filipe Farias

Após reunião ordinária do Conselho Deliberativo do Sport, realizada na noite desta terça-feira (13), ficou decidido que os ex-presidentes João Humberto Martorelli e Arnaldo Barros estão suspensos de suas atribuições estatutárias. A decisão foi tomada em votação unânime, entre os 71 conselheiros que compareceram ao encontro, com base no relatório apresentado pela comissão especial responsável por analisar as contas do clube das duas últimas gestões. Além disso, o CD rubro-negro vai acionar o Ministério Público para investigar as contas do Sport e uma Assembleia Geral será convocada para deliberar que o Sport possa processar os ex-dirigentes por má e temerária gestão, como prevê no estatuto do clube – a ação seria na Justiça Cível para que haja uma eventual indenização à entidade.

“Essa é uma atitude de responsabilização disciplinar administrativa. Isso se dá por conta do estatuto. Os sócios que cometam faltas disciplinares podem receber punições. A falta disciplinar que foi verificada pela comissão e acatada pelo Conselho foi causar dano ao Sport. Essa falta funcional é passível, segundo o estatuto, da pena máxima, que é a exclusão do próprio quadro social. A competência para excluir o sócio é do Conselho. Com a instauração do processo ele (Martorelli e Arnaldo) já ficam suspensos. Vai se encaminhar a representação disciplinar para a comissão de ética, que vai se responsabilizar de notificá-los, oportunizar defesa e o regimento do conselho permite também a constituição de advogado. E aí se marca a sessão para o julgamento”, explicou Ricardo Sá Leitão, vice-presidente do Conselho Deliberativo do Sport.

Os principais pontos destacados pela comissão especial responsável por averiguar as contas do clube foram a redução do patrimônio líquido do clube, que em dezembro de 2015 estava em cerca de R$ 115 milhões e em dezembro de 2018 caiu para R$ 20,4 milhões. Outro ponto abordado na apresentação do relatório para o Conselho Deliberativo foi o crescimento das dívidas tributárias, que segundo a comissão saltou de pouco mais de R$ 2,8 milhões (em dezembro de 2015) para R$ 59 milhões (em dezembro de 2018).

“Tivemos um faturamento de R$ 400 milhões (nas duas últimas gestões), mas não sabemos onde todo esse dinheiro foi parar. Não tivemos acesso ao fluxo de caixa. Pelos números apresentados no balanço, tiveram gastos com despesas, mas não temos como saber o que exatamente aconteceu. Diversas despesas estão no balanço, no passivo do clube, e que não foram pagos… Como fornecedores, impostos e até atletas que adquirimos, como o caso André (o Sport ainda estaria devendo o Sporting, de Portugal). Infelizmente, os números mostram uma queda absurda de patrimônio de aproximadamente R$ 90 milhões”, declarou o conselheiro Fábio Monterazzo, um dos membros da comissão que analisou as contas do Sport.

ACIONAR MINISTÉRIO PÚBLICO

Diante do que foi exposto na reunião, os conselheiros presentes também aprovaram que o Conselho acione o Ministério Público para investigar as contas do Sport nos últimos anos. “Vamos encaminhar as informações, as conclusões do relatórios, a documentação comprobatória, para que o Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal examinem se há, de fato, algum ilícito. O que houve aqui foi a identificação de umas situações anormais e que demandam uma maior identificação. Cabe o Ministério Público verificar com seus poderes investigativos, se há algum indício de que houve algo mais que uma gestão ruim e propor eventuais ações penais”, falou Ricardo Sá Leitão.

Menos direitos -Texto-base da MP da Liberdade Econômica é aprovada na Câmara



Foi mantido a possibilidade de trabalho aos domingos e feriados sem o pagamento de hora-extra


Juliana Sampaio


com informações da Agência Câmara e Folha de S. Paulo



Os destaques serão votados apenas nesta quarta-feira (14)
Foto: Agência Câmara

Para conseguir a aprovação da Medida Provisória (MP) 881, que altera leis como o Código Civil, a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) e a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, o governo fez alterações pontuais no texto submetido à votação no plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (13). Em suma, a MP da Liberdade Econômica propõe reduzir burocracias e limitar o poder de regulação do Estado. O texto-base da proposta foi aprovado no fim da noite desta terça. Foram 345 votos a favor, 76 contra e uma abstenção. A previsão é de que a votação dos destaques aconteça na sessão marcada para a tarde desta quarta-feira (14). Após a conclusão desse período, a MP segue para apreciação do Senado.


As muitas alterações na legislação trabalhista vinham provocando resistência entre parlamentares, a ponto de a chamada MP da Liberdade Econômica ser tachada de minirreforma trabalhista. Com risco de derrota, o governo se mobilizou e fez reuniões no Ministério da Economia e com parlamentares para retirar do texto pontos que poderiam travar a votação.

O texto novo praticamente reduziu à metade o número de artigos – o relator Jerônimo Goergen (PP-RS) havia deixado a MP com mais de 50 artigos.

Se a proposta não for votada pelo Senado até o próximo dia 27, a medida perde a validade. Segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foram excluídos temas que não tinham relação com a ideia inicial da Medida Provisória para evitar questionamentos judiciais.

A nova redação excluiu a criação do documento eletrônico de transporte, que contém todos os dados tributários, logísticos, comerciais, financeiros e outros regulamentados pelos órgãos de transporte nas esferas federal, estadual e municipal.

Trabalho aos domingos

O relator manteve, entretanto, o fim das restrições ao trabalho nos domingos e feriados, dispensando o pagamento em dobro do tempo trabalhado nesses dias se a folga for determinada para outro dia da semana.

Devido a um acordo de procedimentos, os deputados votarão os destaques apresentados ao texto a partir da tarde desta quarta-feira (14). A oposição concordou em não obstruir os trabalhos em troca da votação nominal de todos os destaques.

Náutico tem 88,6% de classificação na Série C e o Santa apenas 11,8%

Ainda restam duas rodadas para o final da fase de grupos da Série C 2019


Náutico e Santa Cruz se enfrentam na última rodada. - Foto: Reprodução/Rádio Jornal

Pedro Alves

Com o encerramento da 16ª rodada da Série C 2019 em que o Náutico venceu o líder do Grupo A por 2x1 e o Santa empatou fora de casa contra o Confiança por 1x1, as equipes vivem momentos muito diferentes na competição.

Com a vitória, o Náutico atualmente ocupa a vice-colocação do Grupo A, com 27 pontos, três pontos atrás do Sampaio Corrêa e três a mais que a primeira equipe fora do G-4, o Botafogo/PB, que é o seu próximo adversário.

Já o Santa Cruz vive outra situação no campeonato. Com o empate, o tricolor do arruda está na sétima colocação do Grupo A, com 22 pontos, dois pontos atrás da primeira equipe dentro do G-4. Porém o tricolor tem apenas cinco vitórias na competição, o que joga contra o time pernambucano se necessitar do critério de desempate para conseguir a classificação para a próxima fase.

Segundo o site especializado em probabilidades, Chance de Gol, o alvirrubro tem 88.6% de chances para se classificar para a próxima fase. Enquanto o Santa possui apenas 11,8% de chances. Ambas as equipes já não possuem nenhuma chance de ser rebaixado para o Campeonato Brasileiro da Série D.

Próximos jogos

Restando duas rodadas para encerrar a fase de grupos, o Náutico vai enfrentar o Botafogo/PB, neste sábado (17), no estádio Almeidão, às 17h e na última rodada enfrenta o Santa Cruz, nos Aflitos, no próximo sábado (24), às 17h.

O Santa Cruz enfrenta o Globo/RN, na Arena de Pernambuco, neste domingo (18), às 18h e enfrente o Náutico nos Aflitos, no próximo sábado (24), às 17h.

Frota a caminho do PSDB

Integrantes do PSDB arrematam os últimos detalhes que devem selar a migração de Alexandre Frota, recém-expulso do PSL, para o tucanato.


No partido de Bolsonaro, o discurso é o de que Frota recebeu promessas de espaços no governo de SP, comandado por João Doria.