quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Alexandre Frota responde a Bolsonaro: Sou o cara que estava ao seu lado no hospital


Deputado manda resposta ao presidente, que disse sobre o ex-correligionário: "sei nem quem é esse".

Repórter do BuzzFeed News, Brasil

Depois de ouvir Jair Bolsonaro falar que nem sabia quem ele era, o deputado Alexandre Frota — recém-expulso do PSL, o partido do presidente — divulgou uma foto em que aparece no hospital, ao lado do então candidato à Presidência, quando Bolsonaro se recuperava da facada recebida durante um comício.

"Quem é Frota?", diz mensagem na foto.

"É o cara que estava ao seu lado no hospital, que chegou junto com seus filhos para rezar com você. É quem até hoje briga para saber quem mandou te matar. E hoje você não sabe quem é ele", diz o texto inserido na foto divulgada pelo deputado, expulso do PSL na terça-feira.

Mais cedo, Frota havia divulgado um vídeo com várias cenas em que Bolsonaro aparecia a seu lado ou fazia declarações de apreço ao deputado, inclusive uma em que diz que, se um dia fosse presidente, Frota seria ministro da Cultura. No vídeo, o título fala sobre "hipocrisia de Bolsonaro".

Na manhã desta quinta-feira, Bolsonaro foi questionado sobre a expulsão do desafeto e respondeu: "sei nem quem é esse". Frota, que chegou a ser vice-líder do partido na Câmara, caiu em desgraça no PSL depois de atacar algumas declarações do presidente e dizer que o partido teve dois momentos de paz, quando Bolsonaro estava em silêncio por ordem do dentista e quando o Twitter saiu do ar.

Os parlamentares o atacaram principalmente quando Frota se absteve na última votação da reforma da Previdência, maior trunfo do governo até agora. Ele era o coordenador da reforma pelo PSL, mas foi destituído por Bolsonaro, que o tirou também da vice-liderança. Por outro lado, seu desempenho rendeu inúmeros elogios do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e convites para integrar o DEM, o PSDB e outras legendas, todas aliadas ao presidente.

"Estou bem tranquilo. Preciso decidir e vou decidir para qual partido eu irei. Quero retornar à Câmara já com o novo partido. Tenho DEM, PP, MDB, PSDB, Podemos, PSD e PRB. Todos oficializaram convites", escreveu o ex-bolsonarista.

Polícia divulga retrato falado de suspeito de matar PMs em Santa Cruz






A Polícia Civil de Pernambuco, por meio da 21ª Delegacia de Homicídios de Santa Cruz do Capibaribe, divulga o resultado da pericia iconográfica, mais conhecida como retrato falado, realizada pelo Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB), na manhã desta quinta-feira (15), com o objetivo de localizarWellington Kleber de Lima.

O homem tem envolvimento na tentativa de latrocínio a um supermercado e uma casa lotérica, no último dia 01 de julho, onde foram mortos dois policiais militares em serviço.

Existem dois mandados de prisão em aberto em desfavor de Wellington pelos crimes de adulteração de sinal automotor e pelos homicídios dos PM´s. 

Quem tiver informação pode entrar em contato com o whatsapp da 21ª DPH através do contato (81) 9.9488-7041. O sigilo da fonte é garantido.

Sei nem quem é esse, diz Bolsonaro sobre Frota


Questionado, hoje, sobre a expulsão do deputado Alexandre Frota (SP) do PSL, o presidente Jair Bolsonaro disse que não conhece o parlamentar. "Sei nem quem é esse", declarou o presidente.


Bolsonaro, que também é filiado ao PSL, conversou com a imprensa nesta manhã, na portaria do Palácio da Alvorada, antes de seguir para a agenda do dia no Palácio do Planalto.


Na última terça-feira, o PSL decidiu, por unanimidade, expulsar o deputado Alexandre Frota. A expulsão não acarretará na perda do mandato de Frota, que poderá permanecer como deputado em outra sigla. Ele já tem convites de filiação a outros partidos.


O pedido de expulsão de Frota partiu da deputada Carla Zambelli (PSL-SP). Segundo a parlamentar, a situação de Frota no partido era "insustentável".


Nos últimos dias, Frota passou a criticar publicamente o governo e o presidente, e chegou a declarar que estava decepcionado com Bolsonaro e com a falta de articulação do presidente com os parlamentares.


Em mais de uma ocasião, o parlamentar criticou, por exemplo, a iminente nomeação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos.


Um dos principais articuladores do PSL na votação da reforma da Previdência na Câmara, Alexandre Frota decidiu se abster na análise da proposta em segundo turno, contrariando a orientação do partido, depois de ter sido retirado da vice-liderança do partido na Câmara e do comando de três diretórios municipais a pedido de Bolsonaro.


Frota foi eleito para o primeiro mandato de parlamentar com 155 mil votos, sendo o 16º candidato mais bem votado do estado de São Paulo.


Bolsonaro enfraquece Moro e muda comando da PF do Rio; policiais reagem



Por Redação SRzd


Presidente Jair Bolsonaro participou de evento para “rememorar” o golpe de 64. Foto: Divulgação


O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira (15) que irá trocar o superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro, atropelando a autonomia da instituição. A PF fica sob a jurisdição do Ministério da Justiça, de Sergio Moro.


O atual chefe, Ricardo Saadi, será substituído por Carlos Henrique Oliveira, nome escolhido pelo diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Bolsonaro usou como justificativa “questões de produtividade” e “um sentimento”para tirar Saadi do comando.


Em nota de repúdio às declarações de Bolsonaro sobre a exoneração, o Sindicato dos Delegados de Polícia Federal em São Paulo afirma que chefe do Executivo é ‘desrespeitoso’ com a corporação. “A Polícia Federal é uma instituição de Estado e deve ter autonomia para se manter independente e livre de quaisquer ingerências políticas”, diz o texto.


Segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, o anúncio da mudança causou desconforto na corporação, uma vez que a troca já vinha sendo articulada pela cúpula, mas para as próximas semanas. O anúncio deu a entender, ainda, que a ideia foi do presidente, no entanto integrantes da PF asseguram que não houve interferência para a decisão.


O movimento de Bolsonaro indica intenção sua de interferir no caso Fabrício Queiroz, pivô da investigação que envolve o filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro . O caso não está com a PF, mas outras investigações podem envolver os mesmos personagens.


Policiais federais reagem à troca de comando da PF no Rio


A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) reagiu ao anúncio feito por Bolsonaro sobre a troca do comando da superintendência da PF no Rio de Janeiro.


Segundo o presidente da Fenapef, Luís Antônio Boudens, a medida atropelou o protocolo da PF e dá margem para a sociedade interpretar como se a medida tivesse sido determinação do presidente.


“Quando a notícia do presidente saiu na imprensa, a nossa preocupação foi com que parecesse que Saadi estava sendo trocado por determinação dele e não foi isso. Pareceu para a sociedade brasileira, imprensa e grande público que estava havendo um atropelo na decisão, mas o atropelo foi na notícia”, disse.


“Ele deveria dizer: olha, agora que foi me passada essa informação (da troca), e contar tudo, dizer que estava antecipando, e que não era uma determinação ou comando do presidente que pudesse parecer. Seria mais prudente que ele tivesse feito todo o anúncio, dado a informação completa. Com certeza, deste modo, ela não traria tantos reflexos na polícia e fora dela”, afirmou.


Delegados dizem que Bolsonaro ‘atenta’ contra autonomia da PF


Em nota de repúdio às declarações do presidente sobre exoneração do superintendente no Rio, Sindicato dos Delegados de Polícia Federal em São Paulo afirma que chefe do Executivo é 'desrespeitoso' com a corporação

Fausto Macedo, Pedro Prata e Luiz Vassallo

Os delegados da Polícia Federalavaliam que o presidente Jair Bolsonaro age com ‘desrespeito’ e ‘atenta’ contra a autonomia da corporação. Nesta quinta, 15, ele anunciou que vai exonerar o superintendente da PF no Riodelegado Ricardo Saadi.

Reconhecido entre seus pares como um especialista em investigações sobre crimes financeiros e recuperação de ativos da corrupção estocados no exterior, Saadi comanda a PF no Rio desde abril de 2018. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Bolsonaro alegou ‘questões de produtividade’ e ‘um sentimento’ para tirar Saadi do comando da PF. O presidente disse que vai substituir Saadi pelo delegado Carlos Henrique Oliveira Sousa, superintendente da PF em Pernambuco.

O presidente falou sobre sua decisão ao comentar mudanças na Receita Federal. Segundo ele, todos os ministérios podem passar por alterações. Afirmou que vai mudar o chefe da PF no Rio.

Reconhecido entre seus pares como um especialista em investigações sobre crimes financeiros e recuperação de ativos da corrupção estocados no exterior, Saadi comanda a PF no Rio desde abril de 2018.

Sob condução de Saadi, a PF deflagrou nesse período operações emblemáticas no âmbito da Lava Jato e desdobramentos contra empresários, doleiros e políticos.

Em ‘nota de repúdio‘, o Sindicato dos Delegados de Polícia Federal em São Paulo – Estado onde Saadi atuou por vários anos, antes de assumir a direção do Departamento de Recuperação de Ativos no Ministério da Justiça – assinalou que ‘a escolha de superintendentes compete ao Diretor-Geral da Polícia Federal e a fala do presidente, mais que desrespeitosa, atenta contra a autonomia da Polícia Federal’.

“A Polícia Federal é uma instituição de Estado e deve ter autonomia para se manter independente e livre de quaisquer ingerências políticas”, diz o texto.

A entidade que representa os delegados da PF em São Paulo voltou a defender a aprovação da PEC 412, em curso há 10 anos no Congresso, ‘para garantir a autonomia da instituição’.

LEIA A NOTA DE REPÚDIO DO SINDICATO DOS DELEGADOS ÀS DECLARAÇÕES DE BOLSONARO

Nota de Repúdio às declarações do presidente sobre a exoneração do superintendente da PF*

O Sindicato dos Delegados de Polícia Federal no Estado de São Paulo (SINDPF-SP) manifesta seu repúdio às declarações dadas pelo presidente da República acerca da exoneração do superintendente regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Evocando um “sentimento” e alegando motivo de “produtividade”, Bolsonaro anunciou sua decisão durante entrevista a jornalistas no Palácio da Alvorada, em Brasília.

A escolha de superintendentes compete ao Diretor-Geral da Polícia Federal e a fala do presidente, mais que desrespeitosa, atenta contra a autonomia da Polícia Federal.

A PF é uma instituição de Estado e deve ter autonomia para se manter independente e livre de quaisquer ingerências políticas. Por isso é tão urgente que se aprove a PEC 412, que tramita há 10 anos no Congresso Nacional para garantir a autonomia da instituição.

MP de Bolsonaro fará professores e bancários trabalharem aos sábados e domingos



Aprovada na calada da noite pela Câmara dos Deputados, a “MP da Liberdade Econômica” é mais um duro golpe contra a classe trabalhadora do nosso país, apelidada de “Nova Reforma Trabalhista” pelos congressistas, o texto da medida provisória prevê ainda mais precarização do trabalho aos setores já precarizados de trabalhadores e também ao funcionalismo público, atingindo em cheio categorias como a de professores e bancários.




Aprovada na calada da noite pela Câmara dos Deputados, a “MP da Liberdade Econômica” é mais um duro golpe contra a classe trabalhadora do nosso país, apelidada de “Nova Reforma Trabalhista” pelos congressistas, o texto da medida provisória prevê ainda mais precarização do trabalho aos setores já precarizados de trabalhadores e também ao funcionalismo público, atingindo em cheio categorias como a de professores e bancários. Saiba tudo sobre a MP aqui.


O que o Governo chama de descentralização, redução de gastos governamental e revisão do tamanho do papel do Estado, nada mais é do que seus planos de fazer com que a classe trabalhadora pague pela Crise económica que está instalada desde 2008 não só no Brasil, mas em todo o mundo.

A lógica do ajuste fiscal do governo Bolsonaro pode ser sintetizada nos seguintes e principais pontos:

1) no enxugamento máximo das estruturas e do gasto com servidores, com extinção de órgãos, entidades, carreiras e cargos;

2) na redução do quadro de pessoal, evitando a contratação via cargo público efetivo;

3) na redução de jornada com redução de salário;

4) na instituição de um carreirão horizontal e transversal, com mobilidade plena dos servidores;

5) na adoção de critérios de avaliação para efeito de dispensa por insuficiência de desempenho;

6) na ampliação da contratação temporária; e

7) na autorização para a União criar fundações privadas, organizações sociais e serviço social autônomo – cujos empregados são contratados pela CLT –para, mediante delegação legislativa, contrato de gestão ou mesmo convênio, prestar serviço ao Estado, especialmente nas áreas de Seguridade (Saúde, Previdência e Assistência Social), Educação, Cultura e Desporto, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente, Turismo e Comunicação Social, entre outros.

E esse ataque vem acompanhado da segunda etapa de votação da Reforma da Previdência, já tramitando no Senado, para roubar anos de vida dos trabalhadores do nosso país e impedir que possamos nos aposentar. Uma Reforma que combinada à mais esse ataque, cujo texto teve edição direta do Presidente Jair Bolsonaro (PSL), mantém intactos os políticos e os empresários, que são os únicos e verdadeiros privilegiados deste país.

No alvo dos setores atingidos estão os professores e os bancários, duas categorias que são parte do funcionalismo público à quem Bolsonaro declarou guerra, e que agora junto aos já castigados trabalhadores de telemarketing, também incluídos na MP, passarão à poder trabalhar inclusive aos domingos – no caso dos professores e aos sábados no caso dos trabalhadores bancários.

Tanto a categoria de professores como os postos de trabalho no telemarketing hoje são ocupados majoritariamente por mulheres, muitas vezes negras e até terceirizadas, no caso dos telemarketing e são essas mesmas trabalhadoras que serão as principais atingidas por esse presente de Bolsonaro aos patrões, o que escancara a realidade brasileira, onde a precarização tem rosto de mulher.

E não à toa Bolsonaro ataca especialmente os e as servidoras públicas e sem deixar de “agraciar” com mais essa maldade a categoria de professores, pois são também os setores onde mais se expressa resistência aos planos do governo, na medida em que são os setores que mais compõem as greves e paralisações em defesa de seus direitos e condições de trabalho.

E são exatamente estes servidores que vivem hoje condições de trabalho cada vez mais precárias no funcionalismo. Vale ressaltar a situação dos professores das redes públicas, dos estados e municípios, que hoje tem como parte de sua realidade gastar seus próprios salários com material para suas aulas, e vê a precarização do ensino público refletida cada vez mais na qualidade e na condição do ensino que o estado oferece.

Nem as centrais sindicais como CUT e CTB, nem partidos que possuem mandatos ligados aos sindicatos de servidores, se ergueram ou batalharam contra este ataque brutal. Um exemplo é o partido Cidadania, antigo PPL, cujo um dos membros conhecidos em São Paulo é o Deputado Claudio Fonseca, dirigente do Simpeem, o sindicato dos professores municipais de SP, categoria que nos últimos anos vem sendo uma vanguarda na luta pelas suas condições de trabalho e contra os ataques dos governos. Foram oito deputados do partido de Claudio Fonseca, que se diz um defensor dos servidores, que votaram a favor da MP de Bolsonaro, mostrando a face real destes partidos e burocratas sindicais que estão prontos para entregar os direitos e o suor da classe trabalhadora para este governo ultra reacionário e seu projeto.

Lei de abuso de autoridade é batizada de Lei Cancellier, em homenagem ao reitor que se suicidou




Aprovada em plenário na Câmara na noite desta quarta-feira (14) com oposição de deputados do PSL, de Jair Bolsonaro, o projeto de Lei que define em quais as situações será configurado o crime de abuso de autoridade recebeu o nome de Lei Cancellier, em homenagem ao reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, que se suicidou 18 dias após ser preso sem provas pela Operação Lava Jato.


Luiz Carlos Cancellier de Olivo (foto divulgação)

“Sugiro que o nome dessa lei seja Lei Cancellier, em homenagem ao reitor perseguido de maneira cruel e injusta pela operação Lava Jato. Lei Cancellier, em homenagem ao reitor da Universidade Federal de Santa Catarina”, discursou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) em plenéario.

Autor do projeto original, o ex-senador Roberto Requião (MDB-PR) aprovou o nome e indagou a delegada Erika Marena, braço direito de Sergio Moro, que desencadeou a operação que resultou no suicídio do reitor da UFSC.

“A Lei Cancellier, aprovada há pouco na Câmara, proíbe a conduçãoo coercitiva sem que antes haja intimação para comparecimento ao juiz. Este item evitaria a morte do reitor Cancellier. E agora Erika Marena, quem nos devolverá o Cau”, indagou. (Da Revista Forum)

Noruega segue Alemanha e paralisa repasses para o Fundo Amazônia

Ministro do Clima e Meio Ambiente anuncia suspensão de R$ 130 milhões para o Brasil

Renato Grandelle e Cristina Fibe

Imagem registra devastação no Pará Foto: Raphael Alves


RIO — O ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, anunciou nesta quinta-feira a suspensão dos repasses de 300 milhões de coroas norueguesas, o equivalente a R$ 133 milhões, que seriam destinados ao Fundo Amazônia.

A publicação, especializada em negócios, lembra que o país nórdico colabora há dez anos em iniciativas para conter o desmatamento na Amazônia. Desde a criação do Fundo, a Noruega doou 8,3 bilhões de coroas norueguesas, ou cerca de R$ 3,69 bilhões, para a iniciativa — o equivalente a 95% dos recursos obtidos até agora. O volume dos repasses varia de acordo com a área desmatada.

— Isso é muito sério para toda a luta pelo clima. A Amazônia é o pulmão do mundo e todos nós dependemos inteiramente da proteção da floresta tropical lá. Não há cenários para atingir as metas climáticas sem a Amazônia — disse Ola Elvestuen para o "Dagens Næringsliv".

O jornal norueguês destaca que, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o desmatamento das florestas tropicais — e a Amazônia é a maior delas — representa 11% das emissões anuais de gases do efeito estufa.

A suspensão do repasse é uma represália às mudanças na formação do Comitê Orientador do Fundo Amazônia.

— O Brasil rompeu o acordo com a Noruega e a Alemanha desde que o país fechou a diretoria do Fundo Amazônia e o Comitê Técnico. Eles não podem fazer isso sem acordo com a Noruega e a Alemanha — ressalta Elvestuen.

O ministro considera que os números do desmatamento apontam que a política ambiental brasileira está indo agora na direção errada:

— Houve um aumento significativo em julho em relação ao visto no início passado, há motivos para preocupação. O que o Brasil fez mostra que ele não quer mais conter o desmatamento — pontua. — Um motivo extra para preocupação com o aumento do desmatamento na Amazônia é o chamado ponto de inflexão. Isso significa que, se você cortar muito da floresta, o resto será capaz de se autodestruir, porque o sistema depende da chuva gerada.

A gestão do Fundo Amazônia , cujo principal doador é a Noruega, seguido pela Alemanha, virou alvo de controvérsia nos últimos meses, depois que o ministro Ricardo Salles começou a criticar a destinação dos recursos e a forma como eles vêm sendo geridos. O governo quer utilizar parte dos recursos para indenizar ruralistas por desapropriações de terras em unidades de conservação. Os governos europeus são contrários à medida.

Salles diz também haver suposta falta de “sinergia” e visão “estratégica” na aplicação dos recursos. Segundo ele, o fundo teria se transformado num mecanismo de mera distribuição de recursos sem dispositivos de avaliação dos resultados, o que colocaria em risco os objetivos estabelecidos para a sua própria constituição.

O GLOBO entrou em contato com o Ministério do Meio Ambiente brasileiro e com a Embaixada da Noruega, mas ainda não obteve resposta.

A Alemanha já havia anunciado o corte de repasses ao Brasil, mas a projetos de preservação da floresta que não estavam ligados ao Fundo Amazônia. O governo brasileiro reagiu afirmando não precisar do dinheiro do país europeu.