sexta-feira, 16 de agosto de 2019

O drama de Michelle: avó traficante e mãe acusada de falsificação



Parece pouco-caso, mas não é. Há anos, a primeira-dama se afastou das familiares com passagem pela polícia

Por Hugo Marques e Nonato Viegas



Michelle Bolsonaro: o tio predileto foi preso sob suspeita de integrar milícia (Isac Nóbrega/PR)

Em abril passado, VEJA publicou uma reportagem que começava assim: “Maria Aparecida Firmo Ferreira tem 79 anos, é cardíaca, sofre de Parkinson, locomove-se com dificuldade e mora num casebre que fica na parte mais miserável de Brasília — a favela Sol Nascente, conhecida pela violência, dominada pelo tráfico de drogas e conflagrada por facções que usam métodos similares aos das milícias cariocas. Sem se preocupar com tudo isso, dona Aparecida, como é conhecida, enfrenta uma odisseia diária. Aposentada, ela divide seu tempo entre cuidar de um filho deficiente auditivo, ir ao posto de saúde buscar remédios e bater papo com os vizinhos. (…) Ninguém, ou quase ninguém da vizinhança, sabe que ela é avó da primeira-dama Michelle Bolsonaro. A neta agora famosa, o presidente da República e a pobreza são assuntos que parecem despertar sentimentos conflitantes em dona Aparecida. Faz mais de seis anos que ela não vê a neta que ajudou a criar. A avó não foi convidada para a posse, nem ela nem sua filha, mãe de Michelle, Maria das Graças. Passados três meses de governo, ela não recebeu convite para uma visita ao Palácio da Alvorada, a residência oficial, que fica a apenas 40 quilômetros da favela. Por quê? Ela diz que não sabe responder”. Na última semana, o jornal Folha de S.Paulo publicou uma nova reportagem mostrando que Maria Aparecida, a avó, estava internada fazia dois dias no corredor de um hospital público de Brasília, aguardando vaga para realizar uma cirurgia ortopédica. Sem nenhuma assistência da neta, ela sofria sozinha a dor pela fratura da bacia.

Pois o que parecia um desprezo profundo da primeira-dama com a família de origem humilde esconde, na verdade, problemas bem mais complexos. Dona Aparecida, a avó, nem sempre foi a pessoa de saúde frágil e indefesa que hoje cobra um pouco de atenção da neta. Antes de se aposentar, ela tentou ganhar a vida traficando drogas. VEJA localizou nos arquivos da 1ª Vara de Entorpecentes e Contravenções Penais do Distrito Federal o processo que detalha o dia em que Maria Aparecida Firmo Ferreira, então com 55 anos, foi presa em flagrante. Em 1997, a avó da primeira-­dama era conhecida nas ruas como “Tia” e, segundo a polícia, sua principal atividade era vender drogas no centro de Brasília. Em julho daquele ano, ela foi surpreendida com 169 “cabecinhas de merla”, um subproduto da cocaína. No auto de prisão, ao qual VEJA teve acesso, os policiais contaram ter recebido uma denúncia anônima de tráfico numa região que fica a apenas 3 quilômetros do Palácio do Planalto. Ao chegarem ao local indicado, eles encontraram Aparecida. Dentro de uma sacola que ela carregava, além da “merla”, estavam dois relógios e dezesseis vales-transporte. Na delegacia, ela confessou o crime.

 TRÁFICO – Maria Aparecida Firmo Ferreira, avó da primeira-dama: em julho de 1997, ela foi presa em flagrante vendendo drogas no centro de Brasília. Condenada a três anos de prisão, cumpriu pena em um presídio feminino

TRÁFICO – Maria Aparecida Firmo Ferreira, avó da primeira-dama: em julho de 1997, ela foi presa em flagrante vendendo drogas no centro de Brasília. Condenada a três anos de prisão, cumpriu pena em um presídio feminino (Cristiano Mariz/.)

No depoimento que prestou, a avó da primeira-dama contou que cada pacotinho da droga era vendido a 5 reais. Na Justiça, ela mudou a versão. Alegou que a sacola apreendida não era sua e que teria confessado o crime por pressão dos policiais. Havia, porém, testemunhos de clientes. Aparecida acabou condenada a três anos de reclusão, em regime fechado. A defesa ainda recorreu, sem sucesso. Uma das desembargadoras que votaram contra a libertação foi Sandra de Santis, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello. No processo, ao qual VEJA também teve acesso, a avó da primeira-dama, depois de condenada, escreveu uma carta ao juiz confessando o crime e pedindo clemência: “É certo que transgredi a lei, mas o preço altíssimo que pago por meu delito transformou-se completamente. Sou uma senhora de princípios renovados”, dizia.

Na penitenciária feminina do Gama, onde foi cumprir a pena, Maria Aparecida mostrou que os seus princípios não estavam tão renovados assim. Em maio de 1999, quando já estava presa havia um ano e oito meses, tentou subornar um agente, oferecendo-­lhe dinheiro para que a levasse até sua casa. O plano era o seguinte: ela fingiria que estava doente, a direção do presídio autorizaria sua ida a um hospital e, no caminho, a guarda desviaria a rota, permitindo que Maria Aparecida fizesse uma visita à família. Por causa dessa infração, ela ficou na solitária e teve os benefícios de progressão de pena suspensos — e só deixou a penitenciária, em liberdade condicional, em agosto de 1999, depois de cumprir dois anos e dois meses de cadeia. Sua punição foi oficialmente considerada extinta em 2000.

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 IDENTIDADE – Maria das Graças Firmo, a mãe de Michelle: a polícia descobriu que ela tinha dois registros civis — um deles, falso

IDENTIDADE – Maria das Graças Firmo, a mãe de Michelle: a polícia descobriu que ela tinha dois registros civis — um deles, falso (./.)

Na reportagem publicada em abril, Maria Aparecida contou ter ajudado a criar Michelle, reclamou da ausência da neta e lamentava não ter sido sequer convidada para a cerimônia de posse do presidente Bolsonaro — nem ela nem a filha, Maria das Graças, a mãe de Michelle. O passado, confidencia um familiar da primeira-dama, também deixou marcas na relação entre mãe e filha. Maria das Graças igualmente esteve na mira da Justiça. Em 1988, quando Michele tinha 6 anos, a polícia descobriu que sua mãe possuía dois registros civis — um verdadeiro e o outro falso. De acordo com o primeiro, o verdadeiro, Maria das Graças Firmo Ferreira nasceu no dia 11 de junho de 1959, tinha 1,60 metro e era filha de Ibraim Firmo Ferreira. No outro, o falso, não havia o nome do pai, o da mãe fora alterado (de Maria Aparecida Mendes para Maria Aparecida Firmo Ferreira), ela ficara nove anos mais nova (o ano de nascimento passou para 1968) e sua altura tinha aumentado em 13 centímetros (1,73 metro). Tratava-se, portanto, de outra pessoa.

A então Delegacia de Falsificações e Defraudações de Brasília instaurou inquérito policial para investigar Maria das Graças. Os agentes apuraram que a mãe da primeira-dama havia solicitado a segunda identidade oito anos depois de obter a primeira. Para isso, usou uma certidão de nascimento adulterada expedida no município de Planaltina de Goiás, distante 440 quilômetros do local onde ela realmente nasceu e foi registrada (Presidente Olegário, em Minas Gerais). A fraude foi constatada quando a polícia comparou as impressões digitais dos dois prontuários de identificação arquivados na Secretaria de Segurança e descobriu tratar-se da mesma pessoa. Intimada a depor, Maria das Graças contou que perdera a carteira de identidade e a certidão de nascimento. Ao fazer um novo registro civil, decidiu excluir o nome do pai, porque ele “abandonou a família”, e, “aconselhada por duas amigas”, também alterou a data do seu nascimento — mas nada disso tinha nenhuma “intenção criminosa”, segundo ela.

 AMEAÇAS – Favela Sol Nascente: acusado de pertencer à milícia local, tio da primeira-dama continua preso preventivamente

AMEAÇAS – Favela Sol Nascente: acusado de pertencer à milícia local, tio da primeira-dama continua preso preventivamente (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

Maria das Graças usou a certidão de nascimento adulterada para emitir um novo CPF. Não há no inquérito informações sobre eventuais negócios ilícitos realizados por ela com os documentos falsos. Em 1989, o Ministério Público remeteu o inquérito para a Justiça. Maria das Graças foi indiciada por falsidade ideológica, que prevê pena de até cinco anos de prisão em regime fechado, porém, em 1994, depois de ficar mais de cinco anos parado na Vara Criminal, o processo foi arquivado. O juiz responsável pelo caso justificou a decisão argumentando que o crime estava prescrito. Procurada por VEJA, a mãe de Michelle apresentou uma nova versão para a história: “Isso aí foi um negócio que meu pai tinha arrumado para mim. Não quero mexer com isso, não quero falar sobre isso”. Ibraim Firmo, o pai, foi assassinado em 2015.

VEJA apurou com familiares da primeira-dama que o distanciamento entre ela, a mãe e a avó se deu justamente por causa desses problemas do passado. Um parente que pediu anonimato contou que, pouco depois de Jair Bolsonaro decidir concorrer à Presidência, Michelle procurou a mãe para que ela resolvesse pendências que ainda existiam sobre sua documentação. Ofereceu ajuda, mas Maria das Graças recusou, e as duas se afastaram. A mãe nega qualquer entrevero com a filha. “Eu não vou lá (no Palácio da Alvorada) porque não gosto de palácios e, para a Michelle vir aqui, é muita gente para vir junto e fica tudo muito difícil”, diz. “Estamos ótimas, é tudo mentira, fofoca.”

Rolos com a Justiça têm sido uma tradição familiar. João Batista Firmo Ferreira, sargento aposentado da Polícia Militar de Brasília, foi um dos poucos familiares de Michelle convidados para a cerimônia de posse do presidente Bolsonaro. É — ou era — o tio preferido da primeira-dama. Em maio passado, no entanto, ele foi preso, sob a acusação de fazer parte de uma milícia que age na Sol Nascente, onde mora com a mãe, Maria Aparecida, a avó de Michelle. De acordo com o Ministério Público, João Batista e mais sete PMs participariam de um esquema ilegal de venda de lotes na favela. Um delator contou que os policiais atuavam como o braço armado da quadrilha, dando suporte ao negócio irregular através de ameaças e até eliminação de desafetos. O sargento está preso na penitenciária da Papuda, em Brasília.

O processo que apura a ligação do ex-policial com a milícia da Sol Nascente tramita em segredo de Justiça. Os advogados do PM dizem que o envolvimento dele no caso é um grande mal-entendido. João Batista, de acordo com essa versão, teve a prisão decretada após uma improvável coincidência. Ele construiu uma casa e tentava vendê-la. Um policial amigo indicou um comprador. Esse amigo, porém, estava sendo monitorado pelo Ministério Público. As conversas entre os dois foram gravadas e, para os investigadores, elas comprovariam que João Batista e o colega estavam vendendo lotes irregulares e dividindo as comissões. Logo depois de fechado esse último negócio, inclusive, foi realizada uma transferência de dinheiro da conta de João Batista para a do policial. De acordo com os advogados, o depósito seria uma comissão pela corretagem. Essa versão, no entanto, não convenceu a Justiça.

No mês passado, a defesa de João Batista ingressou com um pedido de relaxamento da prisão preventiva, alegando que o sargento tem bons antecedentes e residência fixa. O juiz do caso, no entanto, ressaltou que a gravidade das condutas dos policiais apuradas pelos investigadores, entre elas participar de organização criminosa, justificava a manutenção da prisão — e negou o pedido. Pessoas próximas ao sargento contaram a VEJA que o fato de ser parente de Mi­chelle Bolsonaro não ajudou em nada a situação dele, muito pelo contrário. Na cadeia, detido há quase noventa dias numa área da penitenciária reservada a policiais, João Batista não recebeu a visita nem tipo algum de ajuda ou solidariedade de ninguém da família.

Procurada, a primeira-dama não quis se pronunciar sobre os familiares. No governo, Michelle vem desempenhando um bom papel, ocupando o cargo de presidente do conselho do Programa Nacional de Incentivo ao Voluntariado, órgão responsável por projetos na área social. Depois da publicação da reportagem da Folha sobre a avó, dona Maria Aparecida foi transferida para outro hospital e operada. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que não houve interferência alguma do Palácio do Planalto na mudança. Questionado sobre o caso e fiel ao seu estilo, o presidente Bolsonaro classificou o episódio todo como uma baixaria. De fato, é. Agora, entende-se a distância que a primeira-dama, tão ciosa de sua imagem e preocupada com causas sociais, impôs aos enrolados membros de sua família.

Publicado em VEJA de 21 de agosto de 2019, edição nº 2648

Souza Cruz transfere para Jaboatão a sua central de distribuição


Companhia de Cigarros ficará no bairro de Muribeca


A Companhia de Cigarros Souza Cruz anunciou nesta quinta-feira (15) a transferência de sua sede administrativa no Nordeste para o município do Jaboatão dos Guararapes. Ele ficará no bairro de Muribeca, onde se encontra o maior pólo logístico do Estado de Pernambuco. 

A transferência foi comunicada pelos dirigentes da empresa ao prefeito Anderson Ferreira (PL), que imediatamente mandou liberar o alvará de funcionamento. 
 
A previsão da prefeitura é que sejam gerados cerca de 100 empregos diretos e que haja um incremento de R$ 10 milhões por ano na cota do ICMS do município. A sede e o centro de distribuição da Souza Cruz funcionavam no Recife.

E empresa levou em consideração a proximidade com as rodovias BRs 101 e 232, o Aeroporto dos Guararapes e o Porto de Suape.

O grupo Souza Cruz não só distribui apenas cigarros. Entrega também bebidas como Red Bull e sucos de frutas, bombons, bobina de papel, pilhas, barbeador, isqueiros e filtros

Após despacho de Bolsonaro, PRF recolhe radares móveis das rodovias

De acordo com o presidente, aparelhos de fiscalização nas estradas funcionam como uma "pegadinha" e "caça-níquel"

Por Estadão Conteúdo



PRF: fiscalização em rodovias é reduzida (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Adriano Marcos Furtado, circulou ofício na tarde desta quinta-feira, 15, determinando que todas as unidades estaduais da PRF no País recolham seus radares estáticos, móveis e portáteis das rodovias federais. A ordem foi para recolhimento imediato dos equipamentos.

A medida atinge uma malha de 76,5 mil quilômetros de rodovias, que agora passam a ser fiscalizadas por 1.087 radares fixos. Na média, é um radar a cada 70,8 km, algo como a distância entre as cidades de São Paulo e Valinhos, no interior do Estado. Nas rodovias paulistas, segundo a reportagem apurou, as máquinas já não estavam em funcionamento na manhã desta quinta.

O ofício, assinado digitalmente por Furtado, foi enviado aos órgãos estaduais após a publicação, no Diário Oficial da União desta quinta, de despacho do presidente Jair Bolsonaro para suspensão do uso desses equipamentos por tempo indeterminado.

Bolsonaro determinou que o Ministério da Infraestrutura faça estudos para reavaliar o uso dessas máquinas, “para evitar o desvirtuamento do caráter pedagógico e a utilização meramente arrecadatória dos instrumentos e equipamentos medidores de velocidade”.

A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (Fenaprf) já expressou temor de que a decisão resulte em mais mortes no trânsito. Em nota, a entidade expressou “preocupação com a real possibilidade de aumento da violência no trânsito”, uma vez que os radares são usados, segundo as normas da própria PRF, em locais que as estatísticas mostram aumento nos acidentes.

“As maiores nações do mundo utilizam o controle de velocidade com equipamentos de radar, e diversos estudos demonstram a eficácia do controle de velocidade na redução da mortalidade nas estradas e rodovias”, diz a entidade.

O diretor de comunicação da Fenaprf, Raphael Casotti, diz que um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) de 2008, 11 anos atrás, já apontava uma necessidade de 18 mil PRFs no Brasil. “Estamos hoje com pouco menos de 10 mil. Os equipamentos serviam para cobrir o déficit de agentes”, conta o diretor.

Casotti rebate o suposto “caráter arrecadatório” do uso dos radares. “Os locais (de uso) são indicados pelo gestor (o próprio governo), nos pontos com maior índice de acidentes”, diz.

Quando a PRF nota aumento de mortes em algum ponto, tenta aumentar a fiscalização nesse ponto para reduzir os índices, segundo Casotti. Ele destaca ainda que a PRF tem normas para usar os radares móveis: eles são instalados ao lado das viaturas estacionadas de forma ostensiva, visíveis para todos os motoristas, uma vez que o objetivo maior é que o motorista reduza a velocidade.

“O trabalho vinha dando resultado, ano a ano”, diz Casotti, destacando que os números de mortes nas rodovias federais vinham caindo.

Os dados da PRF mostram que, entre janeiro e junho deste ano, 2.520 pessoas morreram em acidentes nas rodovias federais, quase uma a cada meia hora. O dado, entretanto, representa oscilação para baixo em relação ao mesmo período de 2018, quando 2.548 pessoas morreram.


Por outro lado, o total de pessoas que foram atropeladas e mortas nas estradas federais subiu de 443 para 473 casos, na comparação entre o mesmo período dos anos. É uma alta de 6,8%, que ocorre depois de o governo federal decidir revisar o Plano Nacional de Segurança do Trânsito (Pnatrans), programa que foi estudado por oito anos, até virar lei em 2018, que previa a criação de indicadores federais para mapear (e reduzir) as mortes.

Especialistas relatam temor de mais mortes

O presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, José Aurélio Ramalho, destaca que esse número pode subir mais. Em muitos pontos do País, quando autoridades observam aumento de mortes e a solução para o problema é cara (como construir uma passarela ou fazer alguma correção geométrica na via), a instalação de radares se mostra como medida eficiente e barata.

“Agora, os atropelamentos podem aumentar”, diz ele.

Ramalho destaca que a decisão de Bolsonaro de determinar estudos para o tema dos radares é positiva. “É algo que defendemos há anos”, diz. Mas afirma que qualquer mudança no uso dos radares móveis só deveria ter sido adotada após os estudos, “não antes”.

“A postura do presidente com relação aos radares, às mudanças na CNH (a Carteira Nacional de Habilitação) fez um bem, que é chamar a atenção a um tema que pouca gente presta atenção. O trânsito no Brasil mata uma pessoa a cada 15 minutos”, diz.

Larissa Abdalla Britto, presidente da Associação Nacional dos Detrans, que reúne os departamentos estaduais de trânsito dos 26 Estados e do Distrito Federal, também expressa preocupação com a medida do presidente, já acatada pela PRF.

“Entendemos que deveria ter sido feito exatamente o contrário: primeiro os estudos técnicos e, se seus resultados respaldassem, tal suspensão”, diz Larissa. “Até onde sabemos, a PRF não possui estrutura física, nem recursos humanos, capazes de realizar o patrulhamento e a fiscalização sob sua incumbência, sem a utilização de meios tecnológicos auxiliares, tais como radares, físicos e móveis, e barreiras eletrônicas”.

Segundo Larissa, o trabalho dos agentes da PRF é “potencializado” com o uso dos radares móveis, e que tanto radares fixos quanto móveis só são implementados após estudos determinarem a melhor localização dos equipamentos.

Ela destaca ainda a importância dos radares em feriados prolongados e datas comemorativas, quando a PRF faz operações especiais. São ocasiões, diz ela, em que “se faz importantíssimo dar à PRF todas as ferramentas necessárias a prevenir acidentes e coibir os abusos nas estradas”.

A reportagem questionou a PRF sobre o aumento dos atropelamentos fatais nas rodovias federais e aguarda posicionamento do órgão.

Com festa, visual tradicional e novo patrocinador, Sport apresenta seus novos uniformes


Novo padrão rubro-negro, fabricado pela Umbro, terá listras mais grossas, enquanto uniforme reserva será novamente branco


  

A surpresa no lançamento dos novos uniformes ficou por conta do novo patrocinador master do clube (Foto: Paulo Paiva/DP)


Após três meses da oficialização do acerto entre o Sport e a marca de material esportivo Umbro, o mistério da nova camisa do Leão está enfim encerrado. Em festa ocorrida na casa de eventos Blue Angel, nesta quinta-feira, os dois primeiros padrões desenvolvidos pela fornecedora foram apresentados. 

A camisa de número 1, vermelha e preta, remete às tradições do clube com o retorno das listras mais grossas. Já o padrão dois continua branco, como o utilizado pelo clube em 2018. Outra novidade apresentada no desfile foi o novo patrocinador master do clube. A nova rede de supermercados Big Bompreço.

 

As novas camisas já estarão à venda na loja oficial do clube a partir desta sexta-feira, no valor de R$ 249,90. Não há desconto para sócios.

Titulares do elenco leonino como zagueiros Rafael Thyere, Adryelson, o lateral Sander, o volante Charles e os atacantes Guilherme e Hernane, assim como o técnico Guto Ferreira, estiveram prestigiando o evento em área separada, ao lado do palco onde se apresentaram as atrações musicais. 

A nova vestimenta do Leão já tem data de estreia. O novo manto será utilizado pela primeira vez na partida diante do Botafogo-SP, em partida válida pela décima sexta rodada da Série B, no próximo sábado, às 16h30, na Arena de Pernambuco. 

O acordo com a Umbro veio para substituir os uniformes da Under Armour, marca norte-americana, que chegou ao clube pernambucano em 2018 e tinha contrato até 2023. Porém, a empresa rompeu o vínculo ao anunciar que cessaria o investimento em futebol e foi substituída pela fornecedora inglesa, que vestirá o Leão por dois anos, inicialmente.

 

Fotos: Sport lança novos uniformes em parceria com a Umbro

 

Paulo Paiva/DP Fotos



Paulo Paiva/DP Fotos



Paulo Paiva/DP Fotos



Festa de lançamento dos novos uniformes contou com a presença de jogadores e show de Paralamas de Sucesso

Vigilantes de carros-fortes: rotina de risco e acúmulo de doenças

Transportar valores é uma tarefa difícil, arriscada e pouco valorizada. Trabalhadores do setor são alvo constante de criminosos que usam armas cada vez mais potentes

Por: Wagner Oliveira

Eles encaram uma rotina de risco e estresse constante. São expostos a situações de violência que deixam marcas no corpo e na mente. O sequestro da esposa e das duas filhas de um motorista de carro-forte no município de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, revelou o perigo que circunda os profissionais e familiares de quem trabalha com transporte de valores. Um grupo criminoso fez a família do motorista refém na semana passada e exigiu como pagamento para libertá-la um carro-forte cheio de dinheiro.

Para não ver a família morta, o homem estava disposto a obedecer às ordens dos criminosos e seguiu para a empresa. A alteração de comportamento dele chamou a atenção de colegas e superiores, que o questionaram sobre o que estava acontecendo. O motorista, então, revelou o crime e a polícia foi acionada pela empresa. Horas depois, os assaltantes desistiram da ação e libertaram a mulher e as duas crianças.

Situações como essa e as constantes investidas contra carros-fortes têm deixado, cada vez mais, os vigilantes doentes. O Sindicato dos Vigilantes e Empregados de Transportes de Valores e Escolta Armada de Pernambuco (Sindfort-PE) não tem números oficiais, mas aponta que muitos trabalhadores estão afastados das funções por problemas psicológicos. Os trabalhadores relatam que as empresas de transporte de valores pernambucanas não oferecem assistência nem acompanhamento psicológico aos funcionários.

De acordo com o Sindfort-PE, até esta quinta-feira (15), cinco carros-fortes foram alvo de criminosos em Pernambuco. No ano passado, houve 11 crimes do mesmo tipo. Em 2017, foram registradas 20 ocorrências.  Entre as mais recentes estão a que resultou na morte de um vigilante e deixou outro ferido. O crime aconteceu no dia 13 de fevereiro numa das avenidas mais movimentadas do bairro do Pina, na Zona Sul do Recife. Os profissionais estavam na porta de uma agência bancária quando foram abordados.

Em março, um vigilante e um cliente de um banco ficaram feridos durante o roubo de um malote de dinheiro do carro-forte em frente a uma agência bancária no Centro de Abreu e Lima, no Grande Recife. A troca de tiros entre assaltantes e vigilantes causou pânico nas pessoas que estavam no interior e do lado de fora da agência. “Os vigilantes precisam de melhores condições de trabalho e armas mais potentes para enfrentar a criminalidade”, destaca o presidente do Sindfort, Cláudio Mendonça.

“Levei tiros, passei por assaltos e perdi alguns colegas”

O cotidiano de quem trabalha com transporte de valores é puxado e estressante. Quem afirma são os próprios vigilantes. Os veículos não têm banheiro e as empresas não oferecem água para consumo dos profissionais. “A gente se vira como pode. Quando para em algum cliente para deixar ou recolher dinheiro, a gente aproveita para ir ao banheiro e beber água. Mas nem todos clientes gostam quando a gente pede água a eles”, relata um vigilante.

Aos 54 anos, Gilson Pereira da Silva está aposentado. Depois de quase 20 anos trabalhando dentro de carro-forte, ele conta que adquiriu problemas psicológicos e toma vários medicamentos todos os dias, inclusive controlado. “Trabalhando com carro-forte, eu perdi minha saúde. Levei tiros, passei por assaltos e perdi colegas. Fui aposentado por invalidez após um psiquiatra atestar que eu não tinha mais condições de trabalhar com arma. Cheguei ao ponto, várias vezes, de querer matar pessoas que trabalhavam comigo. Agora, estou na luta para conseguir minha aposentadoria integral”, desabafa Gilson, mostrando a sacola de remédios.

Gilson Pereira vive à base de remédios e se emociona ao falar da perda de amigos. Foto: Rafael Reynaux/OP9

Depois de cinco anos atuando em carro-forte, o vigilante Ernane Alves de Almeida, 37, passou a trabalhar assustado depois de sofrer uma tentativa de assalto. “Os criminosos estavam com armas muito mais potentes que as nossas e só eu estava do lado de fora do carro-forte na hora da investida. Graças a Deus, eu consegui entrar e escapamos do assalto. Quando o responsável pela empresa chegou na delegacia ainda disse que a gente deveria ter reagido porque os bandidos deveriam estar com armas de brinquedos. Ele foi repreendido pelo delegado”, recorda Ernane.

Na função de fiel há mais de cinco anos, um vigilante que está afastado do trabalho e preferiu não se identificar conta que já escapou de duas tentativas de assalto na Zona Sul do Recife. Ele também reclama da falta de apoio das empresas de transportes de valores. “Não temos nenhum suporte psicológico e trabalhamos com equipamentos defasados. Além disso, as armas não têm manutenção”, declara.

Qual a função de cada homem que trabalha em carro-forte?

Trabalhar dentro de um carro-forte exige agilidade dos profissionais. Mas o trabalho desses homens não começa apenas quando o carro deixa a empresa para levar ou recolher malotes de dinheiro ou outros tipos de bens. Além das pessoas que trabalham na linha de frente, existem os funcionários que são responsáveis pela liberação dos veículos, pela indicação das rotas, liberação das senhas do cofres, entre outras funções.

Dentro do carro, trabalham quatro profissionais com funções específicas. O motorista, o fiel e dois escoteiros. Todos eles trabalham armados. Além de ter a função de guiar o veículo, o motorista também é a pessoa responsável por guardar o fiel quando os dois escoteiros descem para avaliar o local onde os malotes serão deixados ou recolhidos.

O fiel é o homem que desce do carro-forte segurando o malote. Já os escoteiros são os profissionais que descem primeiro do carro para monitorar todo o ambiente. O fiel só desce do veículo quando recebe a informação de que está tudo sob controle do lado de fora. “Já conseguimos evitar vários assaltos observando que havia situação suspeita durante a chegada do carro-forte. É uma tensão constante”, relata o vigilante aposentado Gilson Pereira.

Todos os carros-fortes possuem uma câmera de vídeo traseira. Ela existe porque o cofre bloqueia a visão que o motorista tem da retaguarda. Então, a tela no painel exibe as imagens captadas pela câmera. O equipamento serve como espelho retrovisor e permite ao motorista identificar se o carro-forte está sendo seguido por algum veículo.

Vítima de acidente de Kart tem couro cabeludo rejeitado pelo organismo, médicos indicam nova cirurgia nos EUA

Vítima de acidente em kart precisa de nova cirurgia e médicos indicam ser fora do Brasil

Débora Estefane teve o couro cabeludo arrancado, após o cabelo ficar preso no motor do kart, no último domingo (11)

A jovem Débora Estefane Dantas de Oliveira, de 19 anos, vítima de um escalpelamento, no último domingo (11), teve mais uma vez o couro cabeludo rejeitado e a indicação médica é de que ela passe por uma cirurgia nos Estados Unidos, de acordo com apuração do Jornal do Commercio. 

O local, onde aconteceu o acidente já foi interditado pelo Procon, pois de acordo com a Gerente de Fiscalização do Procon disse que a pista não estava regulamentada e nem oferecia segurança. A empresa de kart tem até dez dias para apresentar as documentações necessárias e se defender da interdição.

Depoimentos

O dono do kártodromo, inclusive, pode ser indiciado por lesão corporal, seja de natureza culposa ou dolosa, de acordo com o delegado Alfredo Jorge, da Delegacia de Boa Viagem, onde o caso está sendo investigado. Além dele, o namorado e mãe de Débora também já prestaram depoimento. Alguns funcionários foram à delegacia nesta quinta-feira (15) e derão a versão deles do caso. O delegado explicou que muitos dos funcionários são despreparados e que muitas vezes deixavam as pessoas correrem sem o calçado adequado,

O caso

A família afirma que Débora estava na segunda volta da corrida quando teve o couro e a jovem foi levada para o hospital da restauração pelo próprio namorado. Os cabelos dela ficaram presos no motor do carrinho, que, segundo, testemunhas estava sem proteção.

A Secretaria de Saúde do Recife informou que não houve demora para o Samu prestar socorro a Débora Dantas e que o pedido foi feito às 17h05. Às 17h07 a ambulância foi acionada e às 17h27, quando o Samu já estava à caminho, foi informado que o a menina havia sido socorrida em um veículo particular.

Bom dia!

Bom dia!

Sexta-feira, 16 de agosto de 2019. Hoje é Dia de Santo Estêvão da Hungria e do Filósofo. Vivemos o Inverno brasileiro.

Na história:

Em 1942, era fundada em Caruaru a Livraria Estudantil, por Doutor Galvão Cavalcante e Raimundo Ferreira.

Em 1985, viajando com a comitiva de Sarney ao Uruguai, Bete Mendes reconhecia o Coronel Ustra Adido, militar em Montevidéu, como um dos seus torturadores.

Em 1990, o plano de privatização do Governo Collor começava com decreto prevendo privatizar 10 empresas.

Em 2016, morriam no Rio de Janeiro a atriz Elke Maravilha, 71 anos, e o ex-presidente da FIFA João Havelange, aos 100 anos.

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Homenagem cancelada:Escola não terá mais nome de Bolsonaro




O Sesc do Piauí cancelou a homenagem porque, segundo a Lei 6554/77, é proibido inaugurar qualquer obra pública com o nome de pessoas vivas

 

Dias após receber uma possível homenagem com o seu nome em uma escola recém-inaugurada em Parnaíba, no Piauí, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não será mais ‘condecorado’ com o ato.

O Serviço Social do Comércio (Sesc) do estado nordestino desistiu de nomear a escola como “Jair Messias Bolsonaro” porque, segundo a Lei 6554/77, é proibido inaugurar qualquer obra pública com o nome de pessoas vivas.

Bolsonaro esteve presente na inauguração da escola, nesta quarta-feira (14), e disse estar emocionado com a homenagem que receberia. O prefeito de Parnaíba, Mão Santa (PSC), acompanhou Bolsonaro durante a visita.

Sendo assim, agora o local passará a se chamar temporariamente como Escola Militar do Sesc. Bolsonaro disse que vai avaliar com a assessoria jurídica do Planalto se realmente existe alguma lei que o proíbe de inaugurar a escola com seu nome.