segunda-feira, 18 de maio de 2020

Nomeação para o FNDE é a 5ª na negociação de cargos


Governo entregou diretoria ao PL

Nome ligado a Valdemar Costa Neto

PP, PRB, DEM e MDB têm cargos

MP vai distribuir verba da saúde

Bolsonaro em visita à Câmara, em 2019: presidente acena para congressistas com distribuição de cargosSérgio Lima/Poder360 – 10.jul.2019

O PL (Partido Liberal) ganhou nesta 2ª feira (18.mai.2020) uma diretoria no FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). O governo nomeou o advogado Garigham Pinto, como diretor de Ações Educacionais no fundo. O nomeado é ligado a Valdemar Costa Neto, que já foi presidente do partido e continua a ser 1 de seus líderes mais fortes.

Outros 4 nomes já foram contemplados em negociações do governo com legendas. Eis os cargos que foram cedidos até o momento.

Pinto era até agora assessor do líder do PL na Câmara, Wellington Roberto (PB). Esse deputado propôs o projeto que obriga empresas a fazerem empréstimo compulsório ao governo (a proposta está no limbo, até porque seria algo inconstitucional). 

ANÁLISE

A aproximação do governo com o Centrão, por ser algo novo, pressupõe dúvidas sobre o que está por vir. Mas certos tipos de comportamento político são apenas reprise.

O líder do PL, Wellington Roberto (PB), apresentou 1 projeto de lei para obrigar grandes empresas a emprestar dinheiro ao governo. Todos protestaram: governo e setor privado. Depois de algum tempo, Roberto retirou o pedido de urgência para o projeto, que passou a ser 1 vírus inativo.

É evidente a velha tática de criar dificuldade para vender facilidade. Claro que isso ajudou o partido a ser lembrado com maior carinho pelo governo na distribuição de cargos, que está longe de acabar.

Nestes tempos de pandemia, certas reprises têm feito muito sucesso. O problema para Bolsonaro é desviar daquela situação em que alguém aparece com 1 camelo e pede ajuda para construir 1 deserto e assim poder usar o animal –é isso o que mais se vê em Brasília.

O caso Paulo Marinho, as provas e o papel vital de Celso de Mello e Aras


Ministério Público acompanha tudo

Decano do STF decidirá o rumo

Paulo Marinho, Celso de Mello e Augusto Aras: tudo dependerá da narrativa do empresário e das provas apresentadasAgência Senado, STF e Sérgio Lima/Poder360

caso do controverso empresário Paulo Marinho acusando o senador Flavio Bolsonaro vai evoluir se houver provas reais sobre o que está sendo contado.

Por exemplo: há imagens de câmeras na região da Praça Mauá, no Rio, que possam ter captado (e preservado) cenas do final de 2018 do suposto encontro entre 1 delegado da PF e Flavio Bolsonaro?

Paulo Marinho guardou em seu celular mensagens enviadas e recebidas sobre o episódio?

Por fim: vai finalmente aparecer o conteúdo do telefone de Gustavo Bebianno (1964-2019)?

O procurador-geral da República, Augusto Aras, agiu de maneira discreta, correta e rápida. O Ministério Público Federal requereu participação no depoimento que será prestado por Marinho. Isso quer dizer que Aras vai acolher as acusações apresentadas pelo empresário fluminense? Tudo dependerá dos fatos narrados e da consistência das provas apresentadas.

Há, entretanto, que considerar duas condições incontornáveis sobre os 2 principais acusados:

  • presidente da República – fatos anteriores ao mandato de Jair Bolsonaro não lhe podem ser imputados. Isso está no parágrafo 4º do artigo 86 da Constituição (“O presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções”);
  • senador – Flavio Bolsonaro pode enfrentar 1 processo a respeito das acusações formuladas por Paulo Marinho, mas isso se dará na 1ª Instância porque quando ocorreu o suposto delito ele ainda não era senador empossado.

Há também de ser levado em conta o papel de Sergio Moro, que foi ministro da Justiça até abril de 2020.

E há também Paulo Marinho. O empresário é mais 1 arrependido dos bolsonaristas desde criancinha de 2018. Ao narrar que ajudou o senador eleito Flavio Bolsonaro (de quem é suplente) a se livrar de uma investigação da PF, Marinho praticamente confessa ter sido cúmplice do mesmo crime. É uma encrenca considerável para quem deseja ser candidato a prefeito do Rio.

Tudo considerado, esse caso pode puxar o fio de muitas meadas, mas parece haver poucos santos na história. Nesses casos, o que mais se vê no Brasil é a formação de 1 impasse sem que nada vá adiante.

O mais importante, entretanto, será a decisão do ministro Celso de Mello, decano no STF que nesta 2ª feira (18.mai.2020) assiste ao vídeo de 22 de abril de 2020. Trata-se do registro da reunião ministerial na qual Bolsonaro teria, segundo Sergio Moro, informado sobre sua decisão de interferir na Polícia Federal a favor de si próprio e de sua família.

Celso de Mello é 1 magistrado experiente, mas que carrega consigo uma mágoa antiga de militares. Ele atribui à ditadura de 1964 o atraso em sua carreira de procurador, antes de ingressar no STF. As decisões do decano no atual inquérito têm sido carregadas além do que é do seu costume.

Se nesta 2ª feira, após assistir ao vídeo da reunião de 22 de abril, Celso de Mello decidir pela divulgação completa da gravação, o sinal será claro: o inquérito pode se transformar numa espécie de investigação do fim do mundo. A conjuntura se agrava para o Palácio do Planalto.

Mas o decano pode também seguir as recomendações da PGR e da OAB federal. Nesse caso divulgaria apenas os trechos do vídeo referentes à investigação em si (a acusação contra Bolsonaro, de interferir na PF). Aí melhora muito o clima político para o presidente da República.

A ver.

Mandetta diz que uso da cloroquina em casos leves pode provocar mortes em casa


Brasil só teria chegado a 1/3 da crise

Previsão é de mais 12 semanas ‘duras’

Para ex-ministro, 1 mês foi ‘perdido’

Governo foi avisado, disse Mandetta

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique MandettaSérgio Lima/Poder360 - 3.abr.2020


O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta disse em entrevista à Folha de S.Paulo publicada nesta 2ª feira (18.mai.2020) que o uso de cloroquina para pacientes com quadro leve da covid-19 pode provocar mortes em casa por arritmia. Mandetta também diz que a prática pode elevar a pressão por vagas em centros de terapia intensiva.

Segundo Mandetta, “33% dos pacientes em hospital, monitorados com eletrocardiograma contínuo, tiveram que suspender o uso da cloroquina porque deu arritmia que poderia levar a parada [cardíaca].” O número é dos resultados iniciais de estudos que recebeu enquanto estava no governo.

O Brasil só teria enfrentado 1/3 da crise até agora e ainda vai ter 12 semanas “duras” pela frente, diz Mandetta. Para ele, o último mês do Ministério da Saúde –com Nelson Teich à frente da pasta– foi “perdido” e atualmente a pasta está “sem rumo”.

A leitura do ex-ministro é que a defesa da cloroquina é baseada na ideia que “se tiver 1 remédio, as pessoas voltam ao trabalho”. Mandetta diz que, se isso tivesse “lógica de assistência”, seria defendido por especialistas e não pelo presidente.

Pernambuco bate recorde diário de mortes por Covid-19

Teste para o novo coronavírus
Teste para o novo coronavírusFoto: Miguel Riopa / AFP


Ainda segunda a SES-PE, os óbitos do boletim desta segunda ocorreram entre 18 de abril e 17 de maio. Em relação ao total de casos, foram confirmados mais 642, dos quais 400 se enquadram como Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) e 242 como leves. Com isso, Pernambuco contabiliza 20.094 casos confirmados, sendo 10.103 graves e 9.991 leves.

Os detalhes epidemiológicos do dia serão repassados à noite pela secretaria

Enfermeira pernambucana é destaque nacional no combate à Covid-19


 (Lucas Landa/ Divulgação)
Lucas Landa/ Divulgação
Enfermeira pernambucana é destaque nacional no combate ao Covid-19

A enfermeira pernambucana Clarice Araújo foi destaque da Revista Cláudia, da Editora Abril, neste mês de maio. Formada pela Universidade Federal de Pernambuco, Clarice hoje atua no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Rio de Janeiro, coordenando equipes que operam na difícil missão de adquirir equipamentos para a criação de novos leitos de UTI.
A homenagem também é alusiva à semana da Enfermagem, comemorada de 12 a 20 de maio, e em reconhecimentos aos trabalhos da categoria no combate à pandemia de Covid-19 que assola todo o mundo.

“A enfermagem, como espinha dorsal do sistema de saúde brasileiro, precisa ser valorizada não apenas com gestos simbólicos de gratidão de uma população refém de uma pandemia, mas valorizada por programas de políticas sociais inclusivas que garantam os direitos fundamentais enquanto trabalhador da saúde. Que este momento sirva de inspiração para que a população e os governos possam entender o papel fundamental da enfermagem na saúde dos brasileiros”, pontua Clarice

Após acusação contra Flávio, deputados pedem busca a celular de Bebianno


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Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

Após as revelações do empresário Paulo Marinho (PSDB) sobre investigações envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), deputados de PSOL, PDT e Cidadania pediram ao STF (Supremo Tribunal Federal) a busca e apreensão do celular de Gustavo Bebianno (PSDB), ex-aliado de Bolsonaro que morreu em março deste ano.

O pedido dos parlamentares foi feito dentro do inquérito que investiga o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), pai de Flávio, e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Bolsonaro é acusado de querer interferir na PF (Polícia Federal).

Os parlamentares também solicitaram ao ministro Celso de Mello, relator do inquérito no STF, para que Marinho e Flávio também sejam ouvidos pelos investigadores.

Alerta sobre operação

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo no domingo (17), Marinho disse que, em outubro de 2018, Flávio foi avisado por um delegado da PF sobre uma operação que investigava deputados estaduais do Rio de Janeiro, cargo ocupado na época pelo atual senador. O aviso aconteceu durante o processo eleitoral que levou o pai de Flávio ao Planalto. A operação aconteceu apenas em novembro, após o segundo turno.

O filho do presidente teria sido aconselhado pelo delegado a demitir um dos funcionários de seu gabinete, Fabrício Queiroz. A operação detectou movimentações atípicas nas contas de Queiroz. Ele passou a ser suspeito de atuar em um esquema envolvendo salários de servidores no gabinete do hoje senador.

Pré-candidato do PSDB a prefeito do Rio, Marinho é suplente de Flávio no Senado. Por esse motivo, o filho do presidente acredita que o empresário, a partir das acusações, teria interesse em sua vaga no Parlamento. Flávio sempre negou as acusações.

Conversas com Bebianno

Na entrevista, Marinho cita mensagens trocadas por Jair Bolsonaro e Bebianno durante a campanha presidencial de 2018, período em que as investigações envolvendo Queiroz estavam em andamento, e o de formação de governo. "O Gustavo tinha esse conteúdo imenso [de mensagens], na mais alta intimidade que você pode imaginar. Eram conversas íntimas que provavelmente deviam ter revelações interessantes", disse o empresário.

Na entrevista, Marinho disse que Bebianno teria contado a Bolsonaro sobre conversas com Flávio a respeito de Queiroz.

Por esse motivo, os parlamentares pedem a apreensão do celular de Bebianno, que foi secretário-geral da Presidência no início do mandato de Bolsonaro. Segundo Marinho, o aparelho estaria com uma pessoa nos Estados Unidos.

Oitiva de Queiroz

Além do pedido de PSOL e PDT, há o pedido do deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ). Ele solicita não só as oitivas de Flávio e Marinho, mas também de Queiroz e sua filha, Nathalia Queiroz, que, assim como o pai, atuava no gabinete do hoje senador.

Para o deputado, membros do gabinete de Flávio e seus advogados também devem ser ouvidos, assim como integrantes da PF à época. Entre eles, está Alexandre Ramagem, atual diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e que foi nomeado por Bolsonaro como diretor-geral da PF. O STF, porém, barrou essa mudança de cargo. Ramagem esteve envolvido em investigações na PF do Rio que envolveram políticos e levaram à operação citada por Marinho.

Sem provas, Calero diz que "há fundada suspeita de que Alexandre Ramagem tenha sido o delegado mencionado por Paulo Marinho como o responsável pelo vazamento" a Flávio.

As petições dos parlamentares deverão ser analisadas por Celso de Mello. Não há prazo para que ele se manifeste.

A PGR (Procuradoria Geral da República), por sua vez, já pediu diretamente à PF que as falas de Marinho sejam apuradas.

Após acusações contra família Bolsonaro, Marinho ganha proteção policial

  • O empresário disse que Flávio Bolsonaro lhe revelou que a operação contra Fabrício Queiroz foi antecipada a ele por um delegado da Polícia Federal

Em uma publicação nas redes sociais, Marinho afirmou que solicitou ao governador do Rio, Wilson Witzel, proteção policial e que, foi atendido.

Em entrevista à Folha de S. Paulo publicada neste domingo, Marinho disse que ouviu do próprio Flávio Bolsonaro que a operação da PF que envolvia o seu ex-assessor Fabrício Queiroz no caso da rachadinha lhe foi antecipada por um delegado que era simpatizante da candidatura de Bolsonaro. Flávio e Jair, então, decidiram demitir Queiroz antes que o escândalo, com potencial de atingir em cheio a campanha de Bolsonaro, estourasse.

O relato de Marinho pode reforçar o inquérito em andamento no Supremo Tribunal Federal que apura se Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal – a ação foi aberta após as acusações feitas pelo ex-ministro Sergio Moro de que o presidente tentou acesso a relatórios de inteligência sigilosos. Neste domingo, o procurador-geral da República, Augusto Aras, informou que vai avaliar se inclui as acusações de Marinho na investigação.

Coronavírus: vacina testada em humanos gera resposta imunológica, diz empresa


 (Foto: Maddie Meyer/AFP)
Foto: Maddie Meyer/AFP
A empresa americana de biotecnologia Moderna anunciou, nesta segunda-feira (18), resultados "positivos provisórios" na fase inicial de ensaios clínicos da vacina contra a covid-19, em um pequeno número de voluntários humanos.

A vacina aparentemente produziu uma resposta imune em oito pacientes que a receberam, da mesma magnitude que aqueles que foram infectados com o vírus, informou a empresa.

"A fase provisória 1, embora em estágio inicial, demonstra que a vacinação com o mRNA-1273 produz uma resposta imune da mesma magnitude que a provocada por infecção natural", disse Tal Zaks, diretor médico da Moderna, em comunicado.  

Isso sugere, embora não seja a prova final, que a vacina desencadeia uma resposta imune. A companhia afirmou que a vacina "tem potencial para prevenir a Covid-19". 
 
A Moderna ainda comunicou que está seguindo um cronograma acelerado, com a segunda fase dos testes da vacina, que envolverá 600 pessoas, marcada para começar em breve. Uma terceira fase, em julho, já contará com a participação de milhares de pessoas saudáveis. 

Investimento e testes em humanos
O estudo clínico é realizado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, onde o governo investiu 500 milhões de dólares para essa potencial vacina. 

Durante os testes, um grupo de 15 pacientes recebeu três doses diferentes da vacina. A fase 3, testando mais pessoas, começará em julho, acrescentou a farmacêutica. 

A vacinação contra o coronavírus é uma prioridade global para acabar com a pandemia que deixou mais de 315.270 mortes em todo o mundo e pelo menos 4,7 milhões de casos confirmados. 

Na sexta-feira passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse esperar ter uma vacina contra o coronavírus até o final do ano.