A PARTIDA- Em 12 de dezembro de 2007, o radiojornalismo de Garanhuns sentiu, talvez, aquela que seria a sua maior perda. Aluízio Alves, o homem da Ronda Policial, um dos programas de maior audiência do Rádio até os dias atuais. Aluizio faleceu no Hospital Monte Sinai, vítima de uma parada cardíaca sofrida minutos antes na Emissora em que trabalhou por décadas e logo após encerrar o Programa que apresentou durante muitos anos. Aluísio já tinha infartado anteriormente. Era safenado e sofria de hipertensão e diabetes.
Aos 61 anos chegava ao fim à história de Aluízio, que deixou muitas saudades em Garanhuns, em Correntes, terra onde nasceu, e em todo o Agreste Meridional. O homem da Ronda era corajoso não temia bandidos nem meliantes nem mesmo os mais “perigosos da época”, noticiava os fatos policiais e os crimes cometidos de forma aberta e ainda ironizava os mesmos e exigia cadeia para os delinquentes assim como fazia comentários ásperos e duros quando noticiava crimes bárbaros e de alta repercussão. O slogan do Programa Ronda Policial era : “Aluízio Alves - a voz em defesa da comunidade”. Bordões como : “olha a hora , olha agora da escola meninada já são seteeeeee horassssss” ficaram gravados nas nossas mentes. Vamos ver a matéria:
RESPEITO- A classe política o respeitava, sobretudo pelo seu poder de convencimento e pela sua forte audiência.
O Departamento Comercial da Rádio Difusora dificilmente tinha clientes em atraso, já que os seus tradicionais “abraços” faziam com que os devedores logo se lembrassem da necessidade de quitar as suas dívidas. Companheiros da Rádio Jornal, a exemplo de Arlete Santos; Pinherão; Carlos Gomes Costa, o Carlinhos; Jefson Fittipaldi; Gildo Vilela, Adeilza Silva e Roberto Sampaio, que também faleceu recentemente deixando outra grande lacuna no mundo do rádio, dentre outros, sempre tiveram boas histórias para contar do convívio com Aluísio Alves, assim como Maria Paula; Ariston Brito; Caubi e Eduardo Peixoto.
DEDICAÇÃO - Radialista com “ar de celebridade”, admirado e amado pelo público, pois naquela época não havia as redes sociais e a voz de Aluízio Alves era inconfundível. Sempre com grande capacidade, foi em vida uma excelente figura humana que comandou a Radio Difusora (Radio Jornal) por cerca de 20 anos. Aluízio chegou à rádio em 1978 como Operador de Áudio. Antes de se consagrar na Ronda Policial, foi repórter de rua e apresentador.
Em 1985 se transferiu para a Rádio Meridional, retornando pouco depois para a Radio Jornal em outubro de 1986. Assumiu a Gerência da Emissora em maio de 1988 e faleceu, praticamente no estúdio da Casa que tanto amou. Sua dedicação a radiofusão foi um estilo de vida que abraçou com amor e dedicação extrema. (Radiodifusão é emissão e transmissão de notícias ou de programas recreativos, culturais, esportivos, musicais, etc., por meio da radiofonia, radiocomunicação e rádio, e é a radiotransmissão para recepção e uso geral do público, distinguindo-se da radiocomunicação, que se destina a estações receptoras determinadas).
FALA EDUARDO PEIXOTO"Aluízio fez muito pela Suíça Pernambucana e por tudo de bom que fez, certamente tem um lugar garantido no céu”, registrou Eduardo Peixoto, que conviveu durante cinco anos com Aluizio Alves e assumiu a apresentação do Programa ‘que não tem Medo da Verdade’, a Ronda Policial. Eduardo também faz um trabalho brilhante no rádio garanhuense e também possui uma legião de fãs e admiradores. Seu programa atual é bastante inovador e o seu carisma e o seu jeito leve de ser conquista a cada dia mais ouvintes. É um grande Profissional. Eduardo Peixoto cumpre a Missão de levar e dar continuidade a obra de Aluízio Alves nos tempos atuais. É muito querido em Garanhuns e em toda a região, por ser bastante jovem tem cada vez mais no presente muito sucesso e, tem um futuro brilhante pela frente. Já foi até convocado para entrar na política, porém deixou claro que no momento o seu projeto é o rádio. Tem participações também a TV Jornal.
ABERTO A TODOS- A Voz do Programa mais ouvido no agreste meridional de Pernambuco – a ronda policial – calava-se em 12 de Dezembro de 2007. Aluizio Alves, o comunicador do programa de maior audiência dos microfones da rádio Jornal de Garanhuns, abria o espaço para estudantes, artistas, cantores, políticos e pessoas comuns do povo. No silêncio dos microfones que foram uma tribuna a serviço da coletividade através do radialista. Pelo programa passaram muitas pessoas que eram entrevistadas e sabatinadas por Aluísio Alves de uma forma sempre irreverente e leve, porém contundente nas perguntas e que mandava recados diretos para os públicos sintonizados na emissora que também era comandada por ele. Quem não lembra de bordões tipos " olha a hora do colégio criançada" que marcaram a nossa infância.
APOIO AOS NECESSITADOS- Os seus ouvintes jamais se esqueceram da sua voz, nem do seu carisma que tanto encantava e até emocionava a tantos com a sua prestação de apoio a pessoas portadoras de necessidades variadas. Era comum a entrega de cadeiras de rodas, próteses, alimentos e medicamentos e outras necessidades dos mais simples que recorriam a Aluísio Alves para ter conforto nas suas dificuldades. Ele nunca se negou a atender ninguém. Do mais rico ao abastado ele tratava de igual para igual, nunca diferenciou uma pessoa “poderosa” do mais simples, sempre os respeitava da mesma forma. Aluízio foi um ser humano iluminado em vida e deixou muito cedo o nosso meio.
A DESPEDIDA- Foi com essa saudação que Aluízio Alves terminou a primeira edição da ronda policial na manhã de 12 de dezembro de 2007. Aquela, que parecia ser uma despedida comum, entrou para a história como sendo a última de sua vida. Literalmente, não foi um bom dia para os seus ouvintes. De dentro da sua pequena sala ao lado da recepção da emissora, veio o desespero. Funcionários correram para ver o que tinha acontecido. Aluízio estava sofrendo um infarto. Foi levado às pressas para o Hospital Monte Sinai, enquanto seus colegas choravam temendo o pior.
FALECEU- Não demorou muito e a notícia que ninguém gostaria de ouvir, logo chegou. Aluízio não sobreviveu. Coube a Roberto Sampaio a responsabilidade de anunciar a morte do “homem da ronda” para uma legião de fãs. Adeilsa, serviços gerais da emissora, ouvia em prantos a voz embargada do locutor e andava de um lado para o outro nos corredores da emissora. Arlete Santos, fiel produtora de Aluízio, parecia não acreditar. As duas não estavam diferentes dos demais funcionários.
POVO NA RÁDIO-Em minutos, carros começavam a chegar no pátio da rádio e aos poucos, uma multidão se formou naquela manhã em frente a emissora. Era o assunto mais comentado de Pernambuco. O velório, no auditório da rádio, foi um dos maiores já registrados em Garanhuns. Até a condução do corpo, foi diferente. Aconteceu num caminhão aberto do corpo de Bombeiros. Em cima, ao lado do caixão, estavam familiares e jornalistas registrando o triste momento. Atrás do carro, uma romaria inquestionável.
TRISTEZA EM GARANHUNS- Era tanta gente, que apenas os mais próximos puderam entrar no cemitério. Quem ficou do lado de fora, segurava fotografias de Aluízio estampadas no extinto jornal O Popular, mas não conseguia segurar as lágrimas. Aquele momento, representava o fim de um ciclo no rádio garanhuense. A partida de um ícone, que jamais conseguiu ser substituído a altura, apesar dos esforços e valores dos que ficaram. Nos bastidores, não havia espaço para nada a não ser para a falta que ele ainda faz.
SAUDADE- Quase uma década e meia de saudades nesses 14 anos se passaram e Aluízio ainda é lembrado pelo seu estilo brincalhão, pela sua forma de cobrar as autoridades, pela seu coração amolecido na hora de ajudar a quem precisava. Dono de voz inconfundível, Aluízio Alves é um dos poucos exemplos de homens que saem da vida e entram para a história. Não se consegue falar da história da radiodifusão em Garanhuns, sem citar o seu nome.
GRATIDÃO- Na matéria buscamos várias fontes, inclusive destaco aqui a
JB notícias que possui um acervo muito rico sobre a trajetória e a vida do saudoso Aluízio Alves. A coluna de hoje é na verdade uma homenagem a um homem que veio para Garanhuns e aqui constituiu a sua Familia e viveu para servir, sem nunca deixar de fazer caridade e ajudar os que mais precisavam. Este colunista teve a honra de conhecer e conviver e ainda participar do seu programa quando era um simples estudante do Colégio Diocesano de Garanhuns. Aluízio Alves abria os microfones para que os presidentes de grêmios estudantis pudessem levar as suas mensagens, sempre foi um homem que fazia tudo para o bem da coletividade. Fica aqui o nosso registro e a nossa homenagem bem como carregamos uma eterna gratidão por tudo que Aluízio Alves representou para todos nós! Obrigado Aluízio Alves